Na noite do último sábado, dia 29 de agosto de 2020, a cidade de
Araxá e a empresa CBMM foram destaques em uma reportagem no Jornal Nacional da
Rede Globo. A matéria referiu-se ações de monitoramento e controle da pandemia.
Confira a matéria a baixo:
A proteção da geografia não ajudou por muito tempo.
O coronavírus demorou mas chegou assustando os interiores do Brasil. Araxá, no
Triângulo Mineiro, tem 120 mil habitantes. Monitorar e colher exames do tipo
PCR em cada caso suspeito, seus familiares e contatos tem sido a estratégia
usada para evitar que a Covid se alastre.
“De dois meses atrás nós intensificamos esses
exames, aumentamos aí 280% de exames e de 1.600 pessoas monitoradas, nós
conseguimos chegar aí a 94 pessoas assintomáticas que no rastreamento nós
identificamos. Então se a gente for pensar que uma pessoa transmite para uma ou
duas, o tanto que nós conseguimos aí bloquear nessa disseminação”, destaca
Diane Dutra, secretária de Saúde de Araxá.
A empresa de mineração CBMM patrocina o
monitoramento, que conta com 20 profissionais que fazem o rastreamento e os
contatos diários.
Lucimar Aparecido de Jesus é cozinheiro e a Graziela
Bertolino dos Santos é técnica de enfermagem. Trabalham com o público e ficaram
preocupados com os filhos quando testaram positivo para Covid. O monitoramento
com exames da família inteira tranquilizou o casal.
“A gente ficou bem preocupado com medo de eles
pegarem, mas depois que falaram para a gente que eles iam fazer o teste, aí
fiquei bem tranquilo”, conta o cozinheiro.
“Os exames dos meus filhos foram eles que já
marcaram e a gente já foi agendado. É bem importante o monitoramento”, destaca
a técnica de enfermagem.
Desde o início da epidemia, países que testaram
muito, identificaram e isolaram os casos suspeitos foram mais eficientes em
conter o avanço da doença. No Brasil, passados seis meses, ainda são poucas as
iniciativas de monitoramento.
A Universidade Johns Hopkings estabeleceu como ideal
o monitoramento de todas as pessoas que tiveram contato até dois dias antes do
doente manifestar sintomas.
A cidade de Nova York, nos Estados Unidos, por
exemplo, contratou 3 mil pessoas só para fazer esse rastreamento.
Todo o estado de São Paulo tem 7.500 profissionais
de vigilância epidemiológica e atenção básica.O Comitê Paulista de
Contingências do Novo Coronavírus chegou a fazer marcação cerrada dos primeiros
casos e seus contatos. Sem fôlego para continuar no mesmo ritmo, o governo do
estado iniciou um projeto piloto de monitoramento mais firme.
São Bernardo do Campo é uma das três cidades que já
estão usando a plataforma que facilita o trabalho dos agentes.
“Nós vamos até a casa dessa pessoa e testamos toda a
família. Além desse, você pega também os outros contactantes. Alguns casos você
recomenda o seguinte: fica em casa. Se você não tem sintoma, não tem nada, a
gente vai encaminhar um documento para que ele apresente no serviço, na escola,
onde quer que seja. A ideia é que a gente evite o alastramento da doença”,
destaca Geraldo Reple, secretário de Saúde de São Bernardo do Campo.
O epidemiologista Júlio Croda, da Fundação Oswaldo
Cruz, diz que é fundamental o auto isolamento em casos suspeitos; o reforço nos
cuidados de distanciamento e higiene e que os governos invistam em
monitoramento com exames de PCR, que revelam quem está com o vírus ativo.
“As ações de isolamento, principalmente de casos e
contatos, têm que ser feitas precocemente justamente para evitar a transmissão.
Nós ainda temos pouca testagem por mil habitante comparado com outros países.
Então, é necessário um esforço do município, do estado e do governo federal
para ampliar essa testagem no momento que nós estamos flexibilizando a maioria
das atividades”, finaliza Júlio. (Fonte G1)
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