quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

A COLUNA DO JOÃO:





FEITIÇO x FEITICEIRO
De uns tempos para cá os representantes do governo federal abusam da semântica para disfarçar suas incoerências. O fato é que o PT sempre tratou as privatizações promovidas pelos governos Itamar e Fernando Henrique como “crime de lesa-pátria”. Essa foi a principal arma eleitoral petista. Carimbaram os tucanos como “entreguistas” e a rotulagem colou nos adversários levando-os à derrota nas últimas eleições. Os petistas acreditavam no que diziam? Claro que não! Afinal, eles chegaram ao governo e mantiveram as críticas, mesmo sabedores da impossibilidade do orçamento federal bancar o desenvolvimento do país. Dizem que “quem fala demais dá bom dia a cavalo” e a demagogia eleitoral fez dos governos petistas prisioneiros de um dilema: ou engavetavam os antigos discursos e abriam o país aos investimentos privados ou nos condenavam a pagar o preço do atraso. O fato é que, para não dar o braço a torcer o governo Lula fez o Brasil perder a grande oportunidade de usufruir o maior boom da economia mundial de todos os tempos (2003 a 2008). O “cavalo já passara arreado” quando no ano de 2013 o governo Dilma cedeu aos fatos e chamou a inciativa privada para participar de leilões de concessão de rodovias, portos, aeroportos e... Pasmem: leiloaram até da reserva petrolífera do Pré-Sal! Os petistas viram-se prensados entre o compromisso com uma ideologia caduca e a realidade dos fatos. Nesta sinuca-de-bico, prevaleceu a mãe de todas as verdades: a necessidade. É importante lembrar que antes, durante e depois da decisão de chamar a iniciativa privada, ninguém ouviu das autoridades petistas a palavra PRIVATIZAÇÃO. Candidamente, o governo Dilma anunciou uma política “inovadora” de CONCESSÕES e PPPs (Parceria/Público/Privada). O fato é que o investimento privado em infraestrutura amenizou a recessão econômica de 2014. Mas o PT não se contentou em nos oferecer o fracasso da política econômica. Criou o “mensalão” como preliminar do maior escândalo de corrupção da História: o “Petrolão”. E não parou por aí: ao transformar em palavrão o racionamento de energia decretado por Fernando Henrique em 2001, o partido mordeu na língua. Vitimado por suas próprias armadilhas Lula e Dilma preferiram sangrar o estoque de água das hidroelétricas a exaurir o estoque petista de demagogias. Para não encarar a opinião pública não racionalizaram do uso da água e da energia. A demonização da palavra RACIONAMENTO trouxe o medo de perder a presidência da república em 2014. Esse mosaico de lambanças só foi possível porque o nosso país não conta com uma sociedade atenta, participativa e disposta a cobrar resultados e coerência de suas lideranças. A indiferença da imensa maioria dos brasileiros em relação às questões públicas só favorece aos maus políticos. E não dá mais para o governo transferir responsabilidade sobre as mazelas que nos abatem. Nos últimos doze anos quem governa o país são os petistas e eles são os responsáveis pelo longo desfile de incoerências, desvios éticos e má gestão. Lula e Dilma, que ainda não foram devidamente cobrados, a partir de agora serão. Sacrificada pela falta de água e energia elétrica, a população reagirá. Assim como o vazio dos lagos revela antigas ruínas, o cenário de escassez desnudará a importância de outros elementos essenciais ao sistema de representação pública: ética e decência! A sociedade até então indiferente às questões de governo, não terá como manter-se alheia às péssimas surpresas que começam a aflorar. PT, Lula e Dilma, finalmente, serão responsabilizados por suas ações e omissões! Afinal, não há truque de linguagem ou marketing capaz de falsear uma verdade: o exercício de poder é indissociável da contrapartida de responsabilidades! “Você pode enganar algumas pessoas por muito tempo, muitas pessoas por algum tempo, mas não pode enganar a todo mundo o tempo todo!” (Abraham Lincoln).
João Jacques Affonso de Castro

Nenhum comentário:

Postar um comentário