quinta-feira, 22 de outubro de 2015

OS PERIGOS DO HORÁRIO DE VERÃO:





Efeitos curiosos na vida das pessoas por causa do horário de verão
                       
Teve início no último final de semana, à zero hora do dia 18 de outubro – domingo,  mais uma edição do horário de verão  no Brasil que vai   até o dia 21 de fevereiro de 2016. Pela legislação, o horário de verão está  vigorando nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal. Esta já é a 40ª edição do horário de verão no país. A primeira vez ocorreu no verão de 1931/1932. O objetivo é estimular o uso racional e adequado da energia elétrica.  A estratégia foi adotada pela primeira vez no mundo durante a Primeira Guerra Mundial. Desde então, diversos estudos têm avaliado o impacto da mudança do horário na vida das pessoas. O efeito não se resume apenas ao mau humor por ter de acordar uma hora mais cedo.
                                               As conseqüências negativas
Segundo as pesquisas, o horário de verão pode afetar o tempo de prática de atividades físicas, no número de acidentes de carro e até no período em que funcionários passam navegando na internet de forma improdutiva durante o expediente. Conheça 5 efeitos curiosos que o horário de verão pode ter na sua vida, segundo a ciência:
1 - Mais atividade física
Um estudo de outubro de 2014 concluiu que, durante o horário de verão, as crianças tendem a realizar mais atividades físicas do que em outras épocas do ano, mesmo com as variações climáticas. A pesquisa, que foi publicada no “International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity”, analisou dados de 15 estudos anteriores, que avaliaram 23.188 crianças de 5 a 16 anos de 9 países. Elas tiveram o nível de atividade física medido por um acelerômetro. O resultado indica que o aumento de exercícios observado durante o horário de verão, apesar de pequeno, ocorreu em todos os grupos de crianças avaliados, o que faz com que os resultados sejam relevantes. Os pesquisadores propõem, inclusive, uma expansão das medidas de horário de verão nos países da Europa e na Austrália com o objetivo de promover benefícios para a saúde pública. Várias pesquisas têm associado a entrada no horário de verão com o aumento do número de infartos na população. O impacto parece ser percebido apenas na primeira semana após a mudança. Um estudo publicado em 2008 na revista americana "The New England Journal of Medicine" concluiu que o número de infartos aumentou 5% na semana inicial do horário de verão. Apesar de o efeito ser pequeno, ele pode ser significativo para pessoas que têm outros fatores de risco, segundo um dos autores do estudo, o médico Rickard Ljung. "Talvez um despertar mais tardio na segunda-feira de manhã possa ser benéfico", disse o especialista, na época da divulgação da pesquisa. Estudos mais recentes comprovam essa avaliação. Um trabalho publicado em março de 2014 na  revista “Open Heart” concluiu que, na segunda-feira após a mudança de horário, o número de casos de infarto atendidos por uma rede de serviços de saúde nos Estados Unidos aumentou 24%. Enquanto isso, na terça-feira que seguiu à saída do horário de verão, foi observado uma redução de 21% dessas ocorrências.
3 - Acidentes fatais
A mudança de horário pode ter consequências fatais, segundo um estudo que avaliou os dados de acidentes automobilísticos nos Estados Unidos durante 21 anos. A pesquisa, publicada em 2001 na revista “Sleep Medicine”, avaliou o número de acidentes fatais ocorridos nos dias logo em seguida à mudança de horário, em comparação ao número de acidentes nesses mesmos dias na semana anterior. A conclusão foi de que a privação de sono na segunda-feira seguinte à entrada no horário de verão resulta em um pequeno aumento do número de acidentes fatais. Os pesquisadores associam o aumento às mudanças de sono e de comportamento decorrentes da mudança de horário. Os pesquisadores sugerem a adoção de políticas públicas voltadas para alertar a população sobre as possíveis consequências da privação de sono nesse período.

4 - Sono na escola
Um dos grupos que sofre com o horário de verão são os adolescentes que estudam de manhã. Para testar se os jovens americanos estavam sendo afetados pela mudança, pesquisadores avaliaram um grupo de 40 estudantes do ensino médio e concluíram que, entre eles, o tempo de sono teve uma queda média de 32 minutos nas noites seguintes à mudança de horário. O resultado foi publicado na revista “Journal of Clinical Sleep Medicine” em agosto. Segundo os cientistas, a diminuição do tempo de sono durante a noite está relacionada com maior sonolência dos adolescentes durante o dia.

5 - Enrolando na internet
Por incrível que pareça, a mudança para o horário de verão também pode fazer com que as pessoas passem mais tempo enrolando na internet em vez de trabalhar. Um estudo publicado em 2012 na revista “Journal of Applied Psychology” concluiu que o impacto do horário de verão no tempo de sono levou funcionários a passar mais tempo navegando de forma inútil na internet durante o expediente. Para chegar a essa conclusão, eles mediram o número de pesquisas no Google por termos como “YouTube”, “vídeos”, “música” na segunda-feira seguinte à mudança de horário em 200 cidades dos Estados Unidos. A análise levou em conta os anos de 2004 a 2009 e constatou um aumento de 3,1% nas pesquisas relacionadas a entretenimento nessas datas. Para concluir que esse padrão de navegação na internet estava relacionado à privação de sono, os cientistas fizeram também um experimento em laboratório com 96 estudantes. Depois de terem seu sono monitorado durante uma noite, eles foram solicitados a sentar em frente a um computador e prestar atenção em uma palestra de 42 minutos. Aqueles que tiveram menos horas de sono se distraíram mais na internet do que os que tinham dormido bem.

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