Minas Gerais se destaca como produtor de azeite
nacional
Minas
Gerais entrou na rota da produção e processamento de azeitona e azeite há 8
anos - a primeira extração experimental foi em 2008. Pouco a pouco, o estado
foi revelando grande potencial, com a produção do fruto em cerca de 50
municípios da região da Serra Mantiqueira (40 em Minas Gerais e 10 no estado de
São Paulo). Além do tradicional azeite extravirgem, a região produz
cosméticos à base de azeite e de reutilização do resíduo da azeitona
processada. A invenção para produzir cosméticos à base de azeitona surgiu da
farmacêutica Vânia Cistina Gonçalves, que também é proprietária da linha de
sabonetes artesanais, Jardim Secreto. A farmacêutica desenvolveu uma linha de
sabonetes naturais reutilizando a azeitona processada do Campo
Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em Maria da Fé, no Sul de
Minas. “Achava um desperdício jogar fora aquela quantidade de resíduos de
azeitona. Foi aí que resolvi reaproveitar a matéria orgânica para produzir
sabonetes”, conta Vânia. A farmacêutica produz artesanalmente, na própria casa,
cerca de 50 tabletes de sabonetes por mês, utilizando o caroço e a polpa da
azeitona. “Os sabonetes são aromatizados com óleos essenciais e essências
naturais. Não contêm conservantes e nem corantes químicos. São biodegradáveis e
não agridem a pele nem o meio ambiente”, afirma. A composição dos sabonetes
possui propriedades benéficas para a pele, nas quais destaca a ação
antioxidante, esfoliante, hidratante, emoliente e suavizante da pele. De acordo
com o pesquisador da Epamig, Luiz Fernando de Oliveira, 25 mil litros de azeite
foram produzidos na safra de 2015. Isto significa que foram
processadas mais de 200 toneladas de azeitonas na última safra. "O
processamento teve rendimento médio de 12%, ou seja, para se extrair 1 litro de
azeite são necessários até 12 kg de azeitonas", disse Luiz. A Associação
dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira - ASSOOLIVE divulgou que
congrega 42 olivicultores, em 26 municípios, na região da Serra Mantiqueira,
com 800 hectares plantados contendo 400.000 plantas de oliveira. A Epamig
pesquisa há mais de 30 anos a cultura da oliveira na região da Serra da
Mantiqueira e em 2008 realizou em Maria da Fé a primeira extração de azeite de
oliva no Brasil. O produto obtido alcançou índices de acidez entre 0,2 e 0,7% e
foi classificado como virgem extra, com a qualidade similar aos melhores
azeites do mundo. O município Delfim Moreira, localizado na Serra da
Mantiqueira, vêm se destacando na produção do azeite extravirgem. Foi
lá que o geólogo e produtor Newton Kraemer Litwinski encontrou lugar ideal
para investir na olivicultura, em 2008. Na Fazenda Verde Oliva, em Delfim
Moreira, o produtor extrai o azeite extravirgem de qualidade, com o
diferencial de ser orgânico. Só no ano passado, foram colhidas 11
toneladas de azeitonas. O azeite orgânico Verde Oliva foi classificado como
extravirgem, com 0,08% de acidez, índice menor ao exigido na classificação do
produto, que é até 0,7% de acidez. O azeite é certificado pelo IBD
Certificações - empresa que desenvolve atividades de inspeção e certificação
agropecuária, de processamento e de produtos extrativistas, orgânicos e
biodinâmicos. Segundo o produtor, o sucesso do produto é fruto de uma
dedicação intensa que prioriza a colheita manual. “Colhemos apenas frutas maduras,
exceto as azeitonas verdes e folhas. Atualmente, a Fazenda Verde Oliva tem 4
mil pés de oliveiras, sendo 20% em produção. O litro do azeite sai a R$ 200. O
produto é vendido no empório da fazenda Verde Oliva ou pela internet.
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