Na
manhã da última terça-feira, dia 15 de setembro de 2020, a Polícia Civil de
Minas Gerais, informou que concluiu a primeira fase da ‘Operação Malebolge’,
com a remessa do inquérito policial ao Ministério Público. Em entrevista
coletiva à imprensa local, o delegado que coordena a operação, Dr. Renato de Alcino
Vieira, disse que no inquérito encerrado, ele pede o indiciamento de sete
pessoas por peculato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e organização
criminosa. Ainda de acordo com o delegado, o casal de ex servidores da
Prefeitura de Araxá, também foi indiciado como os líderes do esquema criminoso
e por obstrução da Justiça. O inquérito policial tem mais de 16 mil páginas,
que contém diversas provas apuradas na operação. A PC também
levantou que, o esquema criminoso foi responsável pelo desvio de R$5.646.551,41
do município de Araxá desde 2015. A
operação teve início no dia 11 de agosto e ao todo foram presas 10 pessoas. De acordo com Dr. Renato de Alcino Vieira, as ações criminosas
eram praticadas por sete pessoas, que segundo as investigações da operação,
integram uma organização criminosa. “O relatório conta com
49 páginas onde estão os documentos que comprovam os desvios de recursos
públicos realizados pela associação criminosa e que juntos com os empresários
fizeram os desvios. Apresentamos ao Ministério Público (MP) cerca de 320
documentos que revelam as provas necessárias que os indivíduos participaram
desses crimes de desvios”. Foram indiciados por peculato, falsidade ideológica,
lavagem de dinheiro e organização criminosa, três servidores da prefeitura de
Araxá, um casal de empresários do setor de transporte e o filho deles e ainda
outro empresário que foi solto no último dia 12 de setembro. Os seis acusados
continuam presos de forma preventiva. Ainda segundo o delegado, foram
identificados pagamentos indevidos nos contratos de transporte de vans por meio
de uma ex servidora da prefeitura de Araxá. “Chegamos à conclusão da não
execução do trabalho contratado pelos valores do período avaliado de 13 meses
entre 2015 e 2016, onde a empresa contratada recebeu cerca R$ 800 mil e
aproximadamente R$ 200 mil foram repassados por um dos integrantes da
quadrilha, o que faz a polícia acreditar que o valor foi dividido entre os ex
servidores da Prefeitura e os empresários envolvidos”, disse o delegado. As
investigações também apuraram que o grupo criminoso foi estruturado entre 2014
e 2015. A Polícia Civil descobriu também o envolvimento de um contador no
grupo. Ele era responsável por intermediar as operações ilegais da família
proprietária da empresa de transportes, de modo a dar aparência de legitimidade
aos recursos que eram desviados da prefeitura. O caso ainda teve
desdobramentos. A PC recolheu elementos que indicam, ainda, crimes eleitorais
cometidos pela ex servidora pública. “Existem provas que revelam que a chefe da
quadrilha estava utilizando a estrutura da prefeitura, além de servidores que
aderiram ao seu projeto, para angariar apoio político e conseguir votos para o
próximo pleito eleitoral. É lamentável o que tem sido descoberto em detrimento
da comunidade araxaense, em matérias sensíveis, como saúde e assistência social”,
finalizou o delegado Dr. Renato Alcino Vieira, coordenador da Operação
Malebolge.
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