Os testes do composto foram realizados com o
Sars-CoV-2 em um laboratório de nível de biossegurança NB-3 (que permite
manipulação de vírus causadores de doenças graves). A solução foi registrada
pela startup Nanonib. Segundo os pesquisadores, ela é eficaz contra diversos
microrganismos, como vírus, bactérias e fungos. Também pode ser usado nas mãos
porque não causa reações adversas, como ressecamento da pele. Chamado
comercialmente de INNIB-41, o composto pertence à família dos polioxoniobatos.
"Sintetizamos uma forma nova de polioxoniobato, com capacidade de gerar
espécies de oxigênio que desativam de forma eficiente uma elevada carga do
coronavírus. Essas espécies de oxigênio são liberadas no meio ao se deparar com
uma bactéria ou um vírus", diz Luiz Carlos Oliveira, professor do
Departamento de Química e líder da pesquisa. Desenvolvido com apoio de
investidores privados, o produto deve começar a ser comercializado nos próximos
meses. Oliveira afirma que ele não é nocivo à saúde ou ao ambiente e terá um preço
acessível. "Vamos criar soluções contendo moléculas inovadoras de nióbio,
de baixo custo de produção e versáteis, já que também poderão ser inseridas em
produtos de limpeza e cosméticos disponíveis no mercado", diz. Minas
Gerais tem a maior reserva de nióbio do mundo, na cidade de Araxá, onde
estima-se haver 842 milhões de toneladas do metal. A mineradora CBMM é a
empresa responsável pela extração, beneficiamento e comercialização do nióbio
de Araxá para todo o planeta. Cerca de 98,4% do nióbio do mundo está no Brasil.
"As tecnologias desenvolvidas com o nióbio têm alto grau de ineditismo e
grande potencial de geração de valor e podem ser de interesse estratégico e
econômico", diz o professor.
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