domingo, 25 de agosto de 2013

JOÃO JACQUES AFFONSO DE CASTRO:

Minha terra tem palmeiras onde cantam sabiás, bem-te-vis e maritacas.
A Avenida Senador Montandon tornou-se palco de polêmica. De um lado está o Poder Executivo Municipal que elaborou o projeto de revitalização e garantiu recursos junto ao governo do estado para a execução da obra. Do outro lado está uma ONG que, em nome da preservação da natureza, recorreu ao Ministério Público e conseguiu impedir a derrubada das palmeiras do canteiro central da avenida. Consultados, moradores e comerciantes da avenida não tiveram suas opiniões consideradas. O pior é que nesse cenário surge manifestação de xenofobia. Condenável jurídica e moralmente, a xenofobia expõe seus autores e merece repúdio. Até então, nunca imaginei que sentimentos nazistas encontrariam ambiente para florescer em nossa terra. Ninguém pode ser privilegiado ou discriminado em razão da sua origem! Esse tipo de comportamento não representa o sentimento de Araxá. É lamentável que algumas pessoas se arvorem no direito de determinar quem pode e quem não pode opinar sobre a nossa cidade. Dentre os que não podem opinar está aquele que foi eleito para dirigir o Poder Executivo Municipal! Dá para acreditar? Fato concreto é que as palmeiras foram plantadas em local inadequado. Suas raízes interferem na infra-estrutura das vias públicas. Além disso, estudos técnicos revelam que o sistema radicular das palmeiras está comprometido. Há risco de desabamento sobre pessoas, residências e veículos. Quem responderá no caso de um acidente fatal? Vale ressaltar que a retirada das palmeiras para o replantio em outro local tem um custo altíssimo: cerca de R$ 400 mil. Justifica gastar tanto dinheiro numa operação de resultado duvidoso? Não seria melhor exigir que, para cada palmeira cortada, fossem plantadas dez mudas da mesma espécie e outras 90 árvores nativas e frutíferas? Dentre os locais apropriados, a encosta da Avenida Dâmaso Drummond poderia ser uma opção. O fato é que a cidade tem várias prioridades que precisam ser compatibilizadas. É inquestionável a necessidade de revitalizar a Avenida Senador Montandon de forma a atender as demandas atuais e futuras do nosso sistema viário. Do mesmo modo precisamos ampliar os espaços verdes de nossa cidade. Creio que a contribuição maior das entidades preservacionistas seria a adoção de uma agenda positiva. Por que não cuidar de viveiros e de plantio de mudas de espécies nativas e frutíferas? Por que não elaborar projetos ambientais em parcerias com os poderes públicos e empresas privadas? Por que não apresentar ao DNIT e ao DER projetos de recomposição dos corredores das rodovias? Para esses locais já ouvi uma proposta muito interessante: o plantio de espécies de bambu jardim. Essa planta, além de embelezar os locais, serviria como anteparo aos veículos no caso de acidentes. Afinal, muito pode ser feito na preservação da natureza e de vidas humanas. Registro aqui pontos de vista divergentes de algumas pessoas e ONGs. Se o faço, é na certeza de que aqueles que se valem do direito de defender suas opiniões estejam igualmente abertos para ouvir opiniões divergentes.
João Jacques Affonso de Castro

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