domingo, 26 de abril de 2020

CORONAVÍRUS Uma esperança bate à porta - Por João Batista de Freitas





Sede do CNPEM, em Campinas – SP



 No dia 15 de abril, o ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicação, o ex-astronauta Marcos Pontes, revelou o estudo sobre um medicamento sintetizado por cientistas brasileiros do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), que seria usado no tratamento da covid-19. Pontes afirmou na ocasião que o remédio teve 94% de eficácia em testes de laboratório. No mesmo dia, o então Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou durante entrevista coletiva que o medicamento citado por Pontes tratava-se de um vermífugo. Porém, ressaltou que um remédio apresentar bom resultado em laboratório não garante que ele tenha efetividade para o tratamento de pessoas.
O medicamento, cujo nome não foi divulgado para que não haja corrida às farmácias, segue em testes clínicos com 500 pacientes internados com covid-19 em sete hospitais de todo o país.
Sabe-se também que, a partir desta semana, o hospital privado Vera Cruz, também de Campinas, encampará uma pesquisa com cinquenta pacientes infectados por Covid-19. O grupo passará por um estudo que atestará a eficácia do vermífugo nitazoxanida 600 miligramas no combate à infecção causada pelo coronavírus, que é o medicamento citado pelo Ministro.
Nesse hospital, o teste será realizado em homens e mulheres acima de 18 anos em estado não muito avançado da doença. Há também restrições para pacientes com problemas hepáticos ou renais, entre outras questões de saúde relacionadas a doenças virais. As pesquisas têm data prevista para finalização até setembro deste ano.
Pelo menos mais dois tratamentos estão em teste com outros medicamentos no Brasil, além, claro, da hidroxicloroquina, usada há mais de 70 anos no combate à malária, mas que apresenta efeitos colaterais, tais como a arritmia cardíaca.
Outra pesquisa em andamento foi aprovada recentemente pela Comissão Técnica Nacional em Biossegurança (CTNBio), ligada ao Ministério da Tecnologia. O estudo busca uma vacina contra o novo coronavírus e é realizado pelo Centro de Pesquisa da Fiocruz. Para realização do estudo, os cientistas irão manipular o vírus influenza com proteínas do coronavírus para o desenvolvimento da vacina para dupla prevenção da gripe sazonal e covid-19.
Assim como em São Paulo, também nos Estados Unidos está sendo testada a transfusão de plasma, a parte líquida do sangue, de quem superou a doença. Nesse plasma recuperado existem proteínas chamadas anticorpos que podem ajudar pessoas doentes.
Mas, talvez, os resultados mais promissores até o momento venham de um medicamento experimental para tratar o ebola. No estudo em um hospital da Universidade de Chicago, 113 doentes em estado grave receberam doses do Rendezivir e mostraram rápida recuperação do sistema respiratório.
Enfim, toda a classe médica e cientistas de todo o mundo estão em busca de uma solução definitiva para a covid-19, que só deve ocorrer quando tivermos uma vacina comprovadamente eficiente contra a pandemia.

Por João Batista de Freitas – jornalista araxaense

Nenhum comentário:

Postar um comentário