- Parasitas da democracia -
“ Antigo adversário do
PT, o ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab transformou-se em aliado fiel
do governo Dilma. Sua maior “proeza” até aqui foi criar uma sigla partidária (PSD)
pra abrigar parlamentares e governantes que se diziam descontentes nas legendas
pelas quais foram eleitos. Na verdade esse “partido” foi o estuário de
oposicionistas que pretendiam se lambuzar nas benesses de um governo
“generoso”. Kassab aproveitou-se das circunstâncias para casar os interesses do
governo e de parlamentares que perseguem o poder pelo poder. Nada melhor do que
essa artimanha de Kassab para escancarar a falta de legitimidade do sistema de
representação no nosso país. Agora, mais uma vez esse personagem que se
apresenta como um ser extraterrestre incapaz de definir suas crenças, volta ao
palco do deboche para criar outro partido que, por certo, também não será de
direita, nem de centro e nem de esquerda. Essa sigla já nasce alugada e sem a
menor preocupação em assumir compromisso na defesa de propostas claras e objetivas.
A nova sopa de letras não defenderá bandeiras como a da privatização ou da estatização.
Isso, para Kassab, não importa!E não podemos supor que um ex-prefeito de São
Paulo, a maior cidade da América do Sul, não saibaparaque serve partidos
políticos. Em todos os países desenvolvidos, não só na teoria, como na prática,
os partidos são canais de participação da sociedade. Eles se distinguem pelas
ideias que apresentam e defendem. Se um cidadão se identificar com determinadas
propostas de um partido, é nele que “votará e/ou atuará”. O maior objetivo de
um verdadeiro partido é convencer os eleitores de que é portador das melhores
ideias e das melhores condições para tornar projetos em realidade. Esse é o
caminho correto para vencer eleições e ocupar espaços de poder onde possa colocar em prática suas ideias, suas diretrizes. Se existe uma
parcela considerável da sociedade que deseja um modelo de Estado onipresente na
economia do país, é fundamental a existência de um partido que a represente. O
mesmo acontece em relação às outras correntes de pensamentos ou ideologias
(essa palavra está desgastada pelo mau uso). Como não há tantas opções
ideológicas assim, não há razão para a existência de tantos partidos como temos
no Brasil: mais de 30 siglas. Na verdade, todas as correntes do pensamento
político podem agasalhar-seem cinco ou seis partidos. O fato de ter mais
partidos revela que existem vários deles defendendo as mesmas propostas ou,
pior, que não se dá importância às ideias e que os partidos existem
simplesmente para cumprir a legislação e viabilizar projetos pessoais. Assim, o
aumento do financiamento público para os chamados “Fundos Partidários” só
estimula a criação de novas legendas de aluguel que não representam ninguém
além de seus espertos criadores. É muito fácil criar um “partido político” no
Brasil. Aqui, a imensa maioria dessas legendas não se respalda na sociedade.
Precisamos urgentemente de uma legislação que imponha uma cláusula de
desempenho para que um partido seja considerado legal, tenha acesso ao Fundo
Partidário e aos horários eleitorais gratuitos. Hoje, um eleitor tem que
escolher um candidato a deputado federal e um estadual entre centenas nomes que
dividem o horário eleitoral na TV e no rádio. Se contássemos com cinco ou seis
partidos e com voto distrital, cada eleitor escolheria um candidato a deputado
federal e um candidato a deputado estadual entre cinco ou seis candidatos de
seu distrito. As condições para a escolha seriam muito melhores e facilitaria
para o eleitor cobrar dos seus representantes após a eleição. Outro ponto
fundamental: o custo das campanhas eleitorais seria muito menor, propiciando
assim maior igualdade de oportunidades. Do jeito que está o eleitor, “NUN KASSAB”,
em quem votar e, muito menos, de quem cobrar! Que venha a Reforma Política, mas
para melhorar o sistema de representação e não para suprimi-lo ou desvirtuá-lo
como pretendem os “progressistas bolivarianos” do PT e aliados de plantão.”
João Jacques Affonso de Castro
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