*por Sérgio Marchetti
Você costuma mentir? Não? Será que não está mentindo agora?
Particularmente, odeio mentira. Porém, saibam, leitores mais verdadeiros, que a mentira faz parte da vida de todos nós. Que atire a primeira pedra aquele que nunca mentiu. Sim. Desde crianças, a mentira nos acompanha como uma sombra. E com quem a prendemos a mentir? Com os adultos. E desculpas não faltam para explicar. – Eu não minto. Apenas omito. – Somente desta vez foi que menti. Este é mais mentiroso ainda. Somente nessa frase já mentiu duas vezes. E concurso de Miss? – Qual o livro que mais gostou? Quando não respondem que é o Pequeno Príncipe, pode vir uma mentira descarada: Crime e Castigo, de Dostoiévski.
Este tema (mentira) me veio à cabeça porque no palco da maldita Covid-19 foram criadas mentiras brandas, pecados veniais, como por exemplo — eu uso máscara em qualquer lugar. – Almocei lá porque o restaurante estava vazio. – Eu não saio de casa para nada. – Lá não tem ninguém com Covid. Mentirosos!
Para ficar claro, elenquei algumas categorias de mentiras:
*Comercial – esta blusa é a sua cara. – Aproveite a promoção. Amanhã será mais caro.
*Carinhosa — seu filho é lindo (muitas vezes é feio).
*Alcoólica — agora só bebo socialmente.
*Trabalho — eu faltei porque minha mãe morreu. Sobre esta última, um funcionário certa vez me justificou a falta ao trabalho em decorrência da perda da mãe. Fiquei muito penalizado, pois em poucos meses ele havia perdido as duas avós. Mas o que me chocou, especificamente naquele dia, foi ele ter perdido a mãe pela segunda vez.
As causas dessa fuga da realidade estão na busca de afeto, no sentimento de pena, no medo das consequências por terem feito algo errado. Alguns mentem com o intuito de parecerem melhores do que são. Outros, para serem aceitos em determinados grupos e empregos. E, em casos mais graves, o embusteiro convicto que forja situações para enganar alguém numa venda de um veículo, transação financeira ou algo que venha lhe gerar vantagem.
Falando em falta de veracidade, obviamente que não dá para esquecer das fake news que tanto distorcem fatos quanto destróem a imagem e a reputação de pessoas. Lamentavelmente, teremos que conviver com essa nova modalidade de notícias.
Mas, saibam, meus sinceros leitores, que quando esse comportamento passa a ser compulsivo, ele pode ser considerado como doença. A mitomania ou mentira compulsiva é uma tendência patológica que acomete muitas pessoas. Também os alerto que, em qualquer contexto, mais cedo ou mais tarde, a verdade prevalecerá. “A mentira tem pernas curtas”.
“Você pode enganar muitas pessoas por pouco tempo, pode enganar algumas pessoas por muito tempo, mas não pode enganar todo mundo o tempo todo. ” (Abraham Lincoln)
*Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.
Luis Borges é araxaense e engenheiro
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