Diversas
doenças e condições crônicas podem afetar o sistema gastrointestinal do
ser humano, mas a origem dessas enfermidades nem sempre é a mesma e pode
variar entre vias orgânicas ou como resposta à alguma reação emocional
do indivíduo.
De acordo com a
gastroenterologista Amanda Morêto, isso ocorre porque o intestino
possui um sistema nervoso próprio, chamado sistema entérico, onde há
milhões de neurônios – número superior, inclusive, aos da medula
espinhal. Dessa forma, esse órgão fica diretamente ligado ao cérebro,
tornando-se capaz de influenciar em suas doenças e vice-versa.
“Entre as
principais doenças associadas ao emocional, estão as esofágicas,
gástricas e intestinais. Além de pirose e diarreia funcional, o paciente
pode desenvolver até mesmo enfermidades crônicas, como a síndrome do
intestino irritável e a dispepsia funcional, a famosa gastrite nervosa”,
explica.
As reações
mais comuns para o desenvolvimento desses problemas costumam ser os
picos emocionais, como estresse e tensões provocadas devido ao estilo de
vida do paciente. “Depois que descartamos as causas orgânicas, podemos
ver que os sintomas pioram quando o indivíduo passa por tais situações”,
diz a Dra. Amanda.
Já os sintomas
e fatores mais frequentes aos quais se deve ficar atento, pois podem
sinalizar a presença de uma doença mais grave, são a perda de peso
involuntária, presença de sangue no vômito ou nas fezes e, no caso de
suspeita de síndrome do intestino irritável, histórico de câncer de
intestino na família.
Ainda segundo a
Dra. Amanda, não há uma forma definida de prevenção para o surgimento
dessas enfermidades, mas “adotar um estilo de vida saudável com
atividades físicas regulares, meditação, boas noites de sono e uma
alimentação balanceada é uma forma não só de evitar o estresse do dia a
dia, mas também de impedir o surgimento de uma variedade de outras
doenças, dentre elas, as de cunho emocional”.
Quem é Dra. Amanda Morêto?
Formada em
2012 pela Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de
Vitória (EMESCAM), Amanda Morêto Longo fez residência de clínica médica
pelo Hospital da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e, na
sequência, de Gastroenterologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade
de Medicina da USP.
Possui
fellowship na Unidade de Gastroenterologia do Hospital Clinic de
Barcelona, na Espanha. É especialista titulada pela Federação Brasileira
de Gastroenterologia e também é doutoranda em Hepatologia pela
Faculdade de Medicina da USP.
Atualmente,
faz parte do corpo clínico da GastroVita Araraquara, é médica assistente
do Hospital Estadual de Américo Brasiliense e professora da disciplina e
do internato de Gastroenterologia, do curso de medicina, da
Universidade de Araraquara (Uniara).
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