sexta-feira, 16 de abril de 2021

Emoções podem afetar o sistema gastrointestinal e originar diversos tipos de doenças

 



A gastroenterologista Amanda Morêto explica o processo de diagnóstico dessas enfermidades, suas causas e formas de prevenção

Diversas doenças e condições crônicas podem afetar o sistema gastrointestinal do ser humano, mas a origem dessas enfermidades nem sempre é a mesma e pode variar entre vias orgânicas ou como resposta à alguma reação emocional do indivíduo. 


De acordo com a gastroenterologista Amanda Morêto, isso ocorre porque o intestino possui um sistema nervoso próprio, chamado sistema entérico, onde há milhões de neurônios – número superior, inclusive, aos da medula espinhal. Dessa forma, esse órgão fica diretamente ligado ao cérebro, tornando-se capaz de influenciar em suas doenças e vice-versa.


“Entre as principais doenças associadas ao emocional, estão as esofágicas, gástricas e intestinais. Além de pirose e diarreia funcional, o paciente pode desenvolver até mesmo enfermidades crônicas, como a síndrome do intestino irritável e a dispepsia funcional, a famosa gastrite nervosa”, explica.


As reações mais comuns para o desenvolvimento desses problemas costumam ser os picos emocionais, como estresse e tensões provocadas devido ao estilo de vida do paciente. “Depois que descartamos as causas orgânicas, podemos ver que os sintomas pioram quando o indivíduo passa por tais situações”, diz a Dra. Amanda.


Já os sintomas e fatores mais frequentes aos quais se deve ficar atento, pois podem sinalizar a presença de uma doença mais grave, são a perda de peso involuntária, presença de sangue no vômito ou nas fezes e, no caso de suspeita de síndrome do intestino irritável, histórico de câncer de intestino na família.


Ainda segundo a Dra. Amanda, não há uma forma definida de prevenção para o surgimento dessas enfermidades, mas “adotar um estilo de vida saudável com atividades físicas regulares, meditação, boas noites de sono e uma alimentação balanceada é uma forma não só de evitar o estresse do dia a dia, mas também de impedir o surgimento de uma variedade de outras doenças, dentre elas, as de cunho emocional”.


Quem é Dra. Amanda Morêto?


Formada em 2012 pela Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM), Amanda Morêto Longo fez residência de clínica médica pelo Hospital da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e, na sequência, de Gastroenterologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. 


Possui fellowship na Unidade de Gastroenterologia do Hospital Clinic de Barcelona, na Espanha. É especialista titulada pela Federação Brasileira de Gastroenterologia e também é doutoranda em Hepatologia pela Faculdade de Medicina da USP.


Atualmente, faz parte do corpo clínico da GastroVita Araraquara, é médica assistente do Hospital Estadual de Américo Brasiliense e professora da disciplina e do internato de Gastroenterologia, do curso de medicina, da Universidade de Araraquara (Uniara).

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