- Brasil está entre os países estudados e se destaca quanto ao impacto na saúde mental e financeira
- 64% dos cuidadores não profissionais afirmaram que a pandemia dificultou ainda mais o papel de cuidador
- 81% dos cuidadores tiveram que sacrificar mais do que a vida pessoal, como carreira e ganhos financeiros, pelos indivíduos que eles cuidam, sendo que 54% pioraram a sua situação financeira, 68% no Brasil
Brasil, São Paulo, abril, 2021 - Os cuidadores informais ou não profissionais são amigos e parentes que se dedicam, sem qualquer remuneração, a cuidar de um ente querido. Eles acabam dedicando grande parte de sua vida aos cuidados com esses pacientes, mas, em 2020, houve um impacto significativo em suas rotinas por conta da pandemia do novo coronavírus. No geral, os cuidadores não profissionais gastaram 46% a mais de horas com as pessoas que cuidam durante o pico da pandemia.
É o que aponta o Índice de Bem-Estar do Cuidador não Profissional de 2020, realizado pelo Embracing CarersTM, programa global apoiado pela Merck, empresa líder em ciência e tecnologia. O estudo foi realizado em 12 países: Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha, Austrália, Brasil, Taiwan, Índia e China, com 9.000 cuidadores não profissionais.
“Há muito tempo existe uma preocupação com os impactos negativos que a função de cuidar gera nos cuidadores não profissionais, mas em 2020, as incertezas da pandemia trouxeram ainda mais dificuldades para essas pessoas em todo o mundo”, pontua Luiz Magno, diretor médico da Merck. Segundo o estudo, 64% dos cuidadores não profissionais afirmaram que a pandemia tornou mais difícil o papel de cuidador. No Brasil, o número sobe para 68%.
Um dos pontos levantados foi a nova função que precisaram passar a fazer de suporte emocional em meio a tempos difíceis e incertos. 57% dos participantes globalmente afirmaram que oferecer esse suporte foi uma tarefa que ganhou mais peso com a pandemia. Em comparação com os outros países, o Brasil está em terceiro lugar com essa afirmação (65%), ficando atrás apenas da Índia e China.
As habilidades também tiveram que mudar nesse período, já que 68% apontaram que precisaram de mais orientação e treinamento sobre como usar a telemedicina, ferramentas online e aplicativos móveis para manter os cuidados de saúde em dia. “A rotina mudou muito rápido e ninguém estava preparado para isso, para àqueles que cuidam de alguém que precisa de atenção especial, a pressão pela adaptação foi ainda maior”, pontua Luiz.
À medida que as necessidades daqueles de quem cuidam se aprofundam, quase nove em cada dez cuidadores estão colocando suas próprias necessidades em segundo lugar. 91% dos cuidadores brasileiros afirmam que colocaram as necessidades das pessoas que cuidam acima de suas necessidades pessoais.
76% dos cuidadores globalmente dizem também que cuidar de alguém durante a pandemia os fez sentir mais extremamente cansados do que nunca. No recorte apenas do Brasil, o número sobe para 83%.
Quando olhamos para a saúde mental, 61% afirmam que pioraram nesse aspecto na pandemia, sendo 70% no Brasil. O isolamento social, pouco tempo com os amigos e parentes, além do medo da contaminação pelo vírus, impactaram nessa questão. 46% afirmam que a pandemia piorou a sua saúde física também, sendo 57% no Brasil, principalmente pelo fator de estarem dormindo menos e não se exercitando.
Os cuidadores também podem sofrer impactos financeiros, profissionais, físicos e sociais no processo. 81% deles tiveram que sacrificar mais do que a vida pessoal pelo indivíduo que eles cuidam, sendo que 54% pioraram a sua situação financeira, 68% no Brasil. Isso se deve também à necessidade de oferecer recursos extras de cuidados nesse período para esses pacientes.
Além disso, 22% dos cuidadores afirmaram que a sua situação financeira piorou, pois tiveram que reduzir o tempo de trabalho para se dedicar mais à pessoa que cuidam, o que impactou diretamente na renda. 50% dos cuidadores afirmam que cuidar de uma pessoa doente também impacta negativamente a carreira profissional.
“Invisíveis e sem apoio, os cuidadores em nível global não têm suporte, sistemas e reconhecimento”, destaca Luiz. 94% concordam que o papel importante dos cuidadores não profissionais não é amplamente reconhecido pela sociedade.
Conforme a pressão aumenta aos cuidadores, eles precisam receber mais apoio para que possam continuar apoiando os pacientes em seu tratamento. Entre as soluções apontadas pelo Embracing CarersTM estão a proteção à saúde e ao bem-estar dos cuidadores não remunerados, a diminuição da carga financeira colocada sobre essas pessoas, o aumento ao acesso a informações, mais apoio aos cuidadores não remunerados que estão desempregados e investir em pesquisas para garantir que as necessidades e contribuições dos cuidadores sejam reconhecidos e endereçados.
Para mais informações sobre o Embracing CarersTM, acesse www.embracingcarers.com.
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