O governador Romeu Zema anunciou a publicação de portaria do Instituto Mineiro de Agropecuária
(IMA) que estabelece regulamentos técnicos de
identidade e qualidade dos queijos artesanais das regiões de Alagoa e da
Mantiqueira. A partir de agora, com essa medida, produtores das queijarias
dessas regiões podem solicitar o registro ao IMA e, posteriormente, a obtenção
do Selo Arte, que permitirá a comercialização de forma legal do queijo para
todo o Brasil.
Outra portaria anunciada altera de 22 para 14
dias o período de maturação do Queijo Minas Artesanal da Canastra e da Serra do
Salitre, o que também vai impulsionar a produção.
Durante o anúncio, que contou com a participação
virtual da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina,
Zema reafirmou o compromisso da atual gestão de fortalecer a produção rural.
“Espero que com esta ação estejamos não só
reconhecendo o trabalho tão importante que os produtores fazem, mas,
principalmente, dando dignidade a uma atividade que, infelizmente, o estado
nunca teve, no passado, a preocupação de conhecer e formalizar. Parabéns para
todos que estão conseguindo levar, para a população mineira e para todos os
brasileiros, um produto saborosíssimo, de altíssima qualidade, e que agora vai
ter toda esta segurança sanitária”, afirmou Zema.
Os resultados são fruto de trabalhos conjuntos realizados
pelo Sistema Agricultura, composto pela Secretaria
de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e suas vinculadas IMA, Emater-MG e Epamig/Instituto de Laticínios Cândido
Tostes (Epamig/ILCT), instituições de ensino e pesquisa (Universidade
Federal de Minas Gerais – UFMG e Embrapa), parceiros e associações de
produtores locais.
Laboratórios
Além das portarias anunciadas como forma de impulsionar o setor, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) destinou recurso da ordem de R$ 900 mil para as universidades estruturarem seus laboratórios a fim de possibilitar a realização de pesquisas em queijos artesanais mineiros. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, enalteceu a parceria entre os governos estadual e federal e ressaltou a importância de se expandir a iniciativa para outros setores do agronegócio.
“Vamos caminhar juntos para que a gente tenha cada vez mais produtos. Não só o queijo, mas o mel, produtos embutidos. A gente vê como é importante neste momento de pandemia que essas pessoas possam continuar fazendo os seus produtos com qualidade, podendo vender, tendo renda para ter o seu sustento garantido. Este programa tem que caminhar mais rápido e abranger uma quantidade cada vez maior de produtos e produtores. Contem com o ministério da Agricultura”, garantiu.
Exportação
A secretária de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ana Valentini, destacou que a regularização dos queijos artesanais das regiões de Alagoa e da Mantiqueira pode impulsionar a exportação do produto.
“Passados mais de 100 anos finalmente os produtores de queijo passaram a ter identidade, podem ser identificados, regularizar suas queijarias, comercializar num primeiro momento em Minas e depois em todo o país. Quem sabe até exportar. Nossos queijos são muito saborosos e agradam o paladar. Já foram premiados em diferentes concursos no Brasil e na França”, explicou.
Reconhecimento
O presidente da Associação dos Produtores de Queijo Artesanal da Serra da Mantiqueira, Luiz Antônio Guimarães, disse que o reconhecimento por parte dos órgãos públicos é uma vitória para o setor.
“O órgão público veio até o produtor rural. Eu sei que isso foi uma determinação do governador e da secretária (Ana Valentini), que viesse até nós e que déssemos também o nosso aval. Além de ser um produto, é uma história. Como diz aquele ditado: o país que não sabe o passado que tem, não sabe o futuro que terá. A gente resgatou aquele passado”, afirmou.
Antônio Francisco Martins de Barros, presidente da Associação dos Produtores de Queijo Artesanal Alagoa, também lembrou que a formalização vai facilitar que a produção continue passando de geração para geração.
“Hoje a gente pode ver que as coisas vão funcionar. Quero que meus filhos deem sequência à produção de queijo artesanal, que é uma cultura. Coisa que temos prazer de ensinar aos nossos filhos”, contou.
Economia
Também presente virtualmente no anúncio, o deputado estadual Delegado Heli Grilo, presidente da Comissão de Agropecuária e Agroindústria da ALMG, enfatizou a importância do agronegócio para a economia.
“Se a balança comercial ainda tem superávit é em razão do setor produtivo, do homem do campo, do homem que produz mesmo na pandemia. Estão trabalhando e produzindo. São a essas pessoas que precisamos dar toda a assistência”, disse.
Queijo artesanal em Minas
No momento, em toda Minas Gerais, 40 queijarias estão registradas com Selo Arte, mais 260 estão cadastradas no Sistema de Inspeção Estadual, além de três entrepostos com cerca de 30 queijarias relacionadas que também comercializam para fora do estado (com o Selo Sisbi). Recentemente, em março deste ano, o IMA registrou a primeira queijaria lotada no Norte de Minas, resultado de um trabalho conjunto da autarquia com a Seapa e demais vinculadas Emater-MG e Epamig.
Nenhum comentário:
Postar um comentário