As quadras e
os campos de futebol de Ibiá, Araxá e região ficaram mais tristes no último dia
30 de outubro de 2020, com a inesperada partida do amigo Márcio Carvalho,
vítima da Covid-19. Conhecido em toda região, principalmente em Ibiá, sua terra
natal, em Araxá e região, principalmente nas décadas de 70 e 80 pelas grandes
apresentações nas quadras de futebol de salão e nos campos de Minas Gerais. Com
seu jeito simples e sempre de bem com a vida, Márcio encantava companheiros,
adversários e todas as torcidas. Com dribles rápidos, toques de classe e gols
geniais, Márcio tinha o dom e a arte nos pés. Fez história ao lado do irmão
Eudes Carvalho (Leitão- Jatobá). Ele tinha 57 anos, era filho de Aparício
Carvalho e Zélia França Carvalho (falecidos), irmão gêmeo de Marcílio Carvalho
(falecido), de Eudes e Nívea Carvalho. Era casado com Mariela Azevedo Carneiro
e deixou a filha Iara Morais Carvalho. Márcio jogou nos times do Penharic e
Olimpic do Colégio Dom Bosco no futebol de campo, no Araxá Esporte, Seleção de
Ibiá, times de futebol de salão; Seleção de Ibiá, Calçados Duarte, São Paulo
entre outros.
Confira
alguns depoimentos e homenagens de amigos, ex jogadores, atletas e parentes ao
inesquecível Márcio Carvalho:
Frederico ‘Veio’- atleta e grande amigo de Márcio
“Márcio
Carvalho, mais conhecido como Márcio do Aparício, Márcio do Calçados Duarte.
Nascido em Ibiá,
onde viveu os seus 57 anos, casado com Mariela França, deixou sua filha de 26
Iara Carvalho fruto do seu primeiro casamento.
Para os
amantes do futebol de salão de Araxá e região, Márcio encantava as torcidas com
seus gols antológicos, aquele time de Ibiá que tinha seu irmão Jatobá, Dimas,
Leléu e outros craques, por onde passavam deixavam espetáculos e títulos.
Em Araxá
Márcio jogou na década de 80 no time do São Paulo onde tinha como palco o Dino
Baroni. Ele encantou também no nosso querido Araxá esporte onde também foi
campeão várias vezes...
Mais foi em
Ibiá que ele se destacou e se tornou junto com Jatobá (seu irmão), um dos
maiores jogadores da cidade, reconhecido até por um dos jogadores mais
vitoriosos do futebol Brasileiro, Danilo Gabriel, ex Corinthians, São Paulo,
que deixou sua homenagem em sua rede social, dizendo que se espelhou em Márcio
na sua infância e o tinha como maior ídolo.
Além de ser
um grande jogador ele era uma pessoa querida e amada por todos os seus amigos e
familiares.
Perdemos um
ídolo e um grande amigo.
O time lá de cima fica ainda mais forte.
Obrigado por
tudo Márcio, descanse em paz!”
Dimas Carvalho Duarte – primo, amigo e companheiro de
futebol
“Primo
Márcio, obrigado por tudo o que você deu ao futebol da nossa região. Nosso
futebol é eternamente grato. Obrigado por sua amizade, por sua alegria, por sua
simplicidade e ter estado ao meu lado não só no futebol como também na vida.
Sempre haverá um lugar para você em nossos corações. Fique em paz”.
Guilherme Castro – ex-treinador de Márcio no time do São
Paulo
“Em 1979,
início do time de futebol de salão do São Paulo. Era um time da rua Travessa
São Paulo e o time foi montado pelo Paulo Maneira. E eu comecei a acompanhar o
time. E acabei me tornando o técnico do São Paulo e o time tinha como um dos
destaques o Márcio. Ele era um cara excepcional dentro e fora da quadra. Dentro
da quadra ele tinha duas características impressionantes: não sentia pressão
nos jogos, era muito tranq uilo, tinha
muito alto confiança e taticamente era um jogador muito interessante porque
tinha uma condição física muito boa, uma passada muito larga e qualquer ala do
time adversário que saia jogando, ele dava o primeiro combate e facilitava
muito a vida dos alas do time dele. Isso ele já fazia na década de 1980 e hoje
os atacantes do futebol mundial fazem para dificultar a saída do adversário. Ele
era um jogador muito acima da média. Um centroavante de muitos recursos
técnicos e jogava para o time, com muita vontade de ganhar e com isso o São
Paulo ganhou muitos títulos com o Márcio,
levado vantagem sobre Atlético Mineiro, Cruzeiro e outros grandes times do
futsal da época. Com Márcio e depois o Almir o time do São Paulo teve uma
hegemonia no futebol de salão da região até 87”.
Almir Guimarães – ex- atleta de futsal e amigo de Márcio
“ Estar ao
lado do querido e saudoso Márcio, no campo ou numa mesa, com mais amigos com a
cerveja e cachaça do coração, as jogadas, as lembranças, os casos, as
brincadeiras e as alegrias, contagiavam a todos os presentes. Márcio foi o
maior jogador de futebol de salão que eu vi jogar. O Falcão que me desculpe,
mas como centroavante, ele foi o melhor. Se duvidarem, basta perguntarem para
os beques e goleiros adversários. Já ele
me contradizia e falava que eu era o melhor!
E me confidenciava principalmente
longe do Jatobá, seu querido irmão eterno, companheiro, que era para deixar os
outros discutirem quem tinha sido o melhor. Seriámos lembrados e eternizados
como os maiores do salonismo de Araxá e região mineira.
No céu estavam precisando de um craque, com genialidade
ímpar e ser humano extraordinário. Escolheram o melhor.
Um dia seremos todos uma lembrança e que possam se
lembrar do nosso melhor. Assim como você meu grande amigo.
Até um dia!!!
Almir Adolfo Guimarães – 04/11/2020 – 21:42 hs.
Roberto Pereira – jornalista e
ex-seminarista e treinador do Penharic e
Olimpic do Colégio Dom Bosco
“ O Márcio participou do Olimpic e do Penharic numa fase muito
boa. Jogava muito bem. Era um craque. Dominava bem o campo e tinha liderança,
mas além de tudo era um amigo, era um parceiro, um companheiro muito alegre,
responsável nos horários, nunca faltou a um jogo e foi craque. Ele poderia ter
jogado até no Atlético Mineiro, o seu time de coração. Me lembro que a família, o seu pai, Aparício
ia na Belina para assistir os jogos mesmo fora, para acompanhar os filhos em
campo. O Márcio jogou muito, puxou o seu irmão Leitão. E quem jogou mais? O
Márcio ou o Leitão? É difícil dizer!. Cada um em sua função. E fica aqui o meu
abraço à família e ao grupo do Olimpic, que não era um time de futebol, era uma
família, todo mundo unido e alegre. A gente ficava louco pra chegar o domingo
para jogar futebol. E lá estava o Márcio. Hoje onde ele estiver, fica uma
palavra que só tem na língua portuguesa: SAUDADE!”
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