O corpo feminino pode, em
alguns casos, ser cercado de tabus, principalmente em relação ao se tocar. Por
isso, antes de tudo, conhecer o próprio corpo é primordial para perceber quando
algo não está bem. Várias doenças podem ser descobertas precocemente por
meio do toque, e uma delas é o câncer de mama. Outubro Rosa, mês de prevenção a
esse tipo de câncer, tem o objetivo de prevenir e disseminar informações
para a detecção precoce do câncer de mama, aumentando as possibilidades de
cura.
Entretanto, além do
preconceito em se tocar, muitas mulheres enfrentam outro inimigo que pode
prejudicar o diagnóstico precoce do câncer de mama: o medo. É por causa dele
que muitas mulheres não realizam o autoexame e nem vão às clínicas ou unidades
de saúde fazer a mamografia.
De acordo com a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de
Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA), uma pesquisa
realizada pelo Ibope no ano passado revelou que 62% das mulheres não realizaram
exames de detecção do câncer de mama, por medo da pandemia. Além da Covid-19,
outros receios se fazem presentes na rotina feminina: o medo de realizar a
mamografia, devido a uma possível dor durante o procedimento, e o medo de
encontrar anormalidades no diagnóstico, temor que atinge 54,5% das
entrevistadas, conforme o estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).
Atualmente, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda que a mamografia de rotina, exame indicado para
rastreamento do câncer de mama, deve ser feita anualmente, a partir dos 40 anos
de idade.
Não
tenha medo
Segundo a oncologista do
Santa Genoveva Complexo Hospitalar, Nathália Almeida, o exame de mamografia é
cercado de preconceitos, o que pode atrapalhar o diagnóstico precoce do câncer
de mama. "Muitas mulheres acham que o exame causa dor e que pessoas com
próteses de silicone não podem realizá-lo. Isso não é verdade. A técnica
adequada exige uma compressão da mama para conseguir visualizar possíveis
alterações que não podem ser vistas na ultrassonografia, que é um exame
complementar, a partir dos 40 anos. Já em mamas jovens, abaixo dos 40 anos, a
ultrassonografia é considerada o melhor exame", explica.
"Devido a esse medo e
aos tabus, o nosso maior desafio como médicos é conseguir diagnosticar o câncer
de mama em estágios iniciais e em pacientes muito jovens, que ainda não teriam
indicação de realizar os exames de rastreio. Além disso, muitas mulheres estão
com seus exames de rastreio atrasados", completa a
oncologista.
Nathália alerta que o
câncer de mama, quando diagnosticado em estágios iniciais, pode ter até 95% de
chances de cura. "Por isso é que reforçamos a importância do diagnóstico
precoce. Hoje, nós conseguimos tratar essa doença de maneira individualizada.
Procuramos oferecer um tratamento direcionado para cada paciente e tipo de
câncer. Outro ponto positivo é que sempre surgem novos tratamentos com maiores
chances de resposta, que também proporcionam uma melhor qualidade de vida para
os pacientes", esclarece.
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