Devemos nos preocupar com a exposição a metais pesados, como o alumínio? Segundo a comunidade científica, infelizmente sim. De acordo com o endocrinologista Guilherme Renke (@endocrinorenke), em sua coluna semanal do Eu Atleta,
como o alumínio e outros metais pesados permeiam nosso meio ambiente, a
comunidade científica há muitos anos tem se preocupado com sua
segurança em humanos. "A contaminação com metais é um problema sério em
todo o mundo devido à sua toxicidade e não biodegradabilidade e à sua
capacidade de se acumular no meio ambiente e em organismos vivos",
ressalta o médico.
Um metal
pesado é um metal denso que, geralmente, é tóxico em baixas
concentrações. Embora a expressão "metal pesado" seja comum, não existe
uma definição padrão que designe metais como pesados. Os mais
frequentemente detectados no meio ambiente são cádmio, zinco, cobre,
arsênio, níquel, mercúrio, cromo, chumbo e alumínio.
"O alumínio é
um metal pesado amplamente utilizado na fabricação de latas de bebidas,
antiácidos, tintas, cosméticos e assim por diante. Sabe-se que o
alumínio afeta os sistemas hematopoiético (responsável pela formação de
células sanguíneas), nervoso e o ósseo, podendo causar anemia, aluminose
(contaminação de alumínio nos pulmões), osteoporose, entre outros
efeitos adversos à saúde", diz o profissional.
Estamos em
contato diariamente com o alumínio, por exemplo, através de embalagens e
recipientes (latas de bebidas e alimentos), cafeteiras, cápsulas de
café, papel alumínio doméstico, antiácidos, cosméticos (desodorantes
antitranspirantes, protetores solares, pasta de dente), aditivos
alimentares, entre outros. Mas apenas cerca de 0,1% do alumínio ingerido
por via oral é absorvido pelo trato gastrointestinal e torna-se
biodisponível.
Apesar
de a principal fonte de alumínio no corpo humano serem os alimentos, a
absorção dérmica (através da pele) desempenha um papel secundário,
mas desodorantes contendo alumínio têm sido repetidamente sugeridos como
relacionados a um aumento no risco de câncer de mama pela exposição crônica ao metal.
A preocupação
mais comum sobre o alumínio em antitranspirantes e outros produtos para a
pele é que ele pode estar relacionado ao câncer de mama. Observações
experimentais indicam que a aplicação a longo prazo de antitranspirantes
com alumínio pode se correlacionar com o desenvolvimento e progressão
do câncer de mama. "Propõe-se que essa ação seja atribuída, entre
outras, às possíveis atividades semelhantes ao estrogênio do alumínio.
Mas não há evidências científicas que mostrem e comprovem que o alumínio
dos desodorantes cause a doença e mais pesquisas são necessárias"
explica Dr. Guilherme.
No entanto, na
medicina preventiva, podemos optar por diminuir as exposições aos
metais pesados, incluindo algumas fontes de alumínio, como o
desodorante.
Uma exposição
maior e prolongada ao alumínio e outros metais pesados, como exposição
ocupacional em ambientes de trabalho, pode levar a diversas
consequências no organismo, comprometendo, por exemplo, a saúde óssea e
cerebral.
A absorção
dérmica através de antitranspirantes também não deve ser esquecida, pois
pesquisas médicas mostram que o alumínio dos desodorantes pode se
acumular em seu corpo. No entanto, não há evidências científicas que
liguem diretamente o alumínio a cânceres e outras condições de saúde
através de uma exposição relativamente pequena.
"O que temos
hoje na ciência são possibilidades, as quais levam alguns especialistas a
aconselharem que o uso de antitranspirantes não é uma boa ideia para
todos, especialmente para aqueles com doença renal crônica grave. Se
pudermos fazer pequenas mudanças para diminuir a exposição, como
diminuir o uso de cosméticos com alumínio, pode ser uma forma preventiva
das condições maléficas ocasionadas por metais pesados no organismo.
Lembrando que hoje não temos evidências suficientes para comprovar essa
possível prevenção. Tenha sempre uma orientação profissional adequada
para analisar individualmente suas necessidades e escolhas", completa o
endocrinologista.
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