*por Sérgio Marchetti
Mais um curso de Formação de Gerentes e Líderes concluído com êxito. Com todas as dificuldades, principalmente causadas pela pandemia, conseguimos cumprir nossa missão. Como é difícil ter uma missão de desenvolver pessoas! Nós, professores, sabemos o que é isso. A começar por tentar fazer os grupos entenderem que toda organização tem uma missão que é, na verdade, sua razão de existir. Mas, em vez de existir, as pessoas acham mais fácil resistir à criação de uma missão. Julgam que é uma bobagem estabelecer missão, visão e valores. O fato é que não percebem que, independentemente de estarem escritos e declarados, o trio já existe, ainda que seja informal. Porque ele antecede a criação de uma empresa.
Neste ano, trouxemos novidades na forma de apresentar o curso. Convidamos Alexandre Dolabella França, Superintendente da Aloshopping, para realizar uma palestra sobre as questões legais que envolvem o trabalho, sobretudo do comércio — que aliás, é a vocação de Belo Horizonte. Na parte de Marketing e Branding tivemos excelentes contribuições, no decorrer da aula da Gerente do Sindilojas, Danielle Rocha. Também fomos brindados com inúmeras sugestões de Merchandising e Branding Pessoal, com cases de mais de 200 lojas, já implementados, pela Designer de Ambientes, Marina Armond, da Arqdecore, que trouxe valiosos subsídios ao nosso trabalho.
No que me coube, trabalhei, na prática, o Planejamento Estratégico — primeiro passo para alcançar qualquer objetivo. Também persistimos na Gestão por Competência que permite a autoavaliação dos participantes e de suas equipes, por intermédio do Gap Analysis. Este último representa uma ferramenta essencial a qualquer organização. Ressaltamos a importância da seleção de pessoas, do teste DISC de Análise Comportamental e de outras ferramentas que complementam a metodologia para obter uma identificação fidedigna do perfil atual de seus colaboradores e, desta forma, poder implementar ações pontuais para sua melhoria. Também apresentamos um levantamento de diagnóstico de gestão do tempo, feito em sala, para buscas de correções individuais. Contudo, não relegamos a venda a um segundo plano. Os processos de vendas foram demonstrados, exemplificados e, com foco no cliente-consumidor atual, no Marketing, na tecnologia e no Neuromarketing, avançamos bastante na capacitação dos participantes.
A distribuição de importância dos temas foi muita igualitária, porém, ponderamos que, se sua empresa tem liderança, ela ganha um ponto (1); conta com uma boa equipe de vendas, acrescentamos um zero (0,) fazendo dez (10) pontos. Havendo bom ou bons pontos de venda, acrescentamos outro zero (0), indo para cem (100) pontos. Caso invista em tecnologia, podemos somar mais um zero (0), perfazendo-se mil (1000) pontos. E, se possui treinamentos sistemáticos e planejamento, atribuímos mais um zero (0), atingindo dez mil (10.000) pontos. Porém, se tiramos a liderança que representa um ponto (1) ficaremos com zero, zero, zero, zero (0000), que não representa nada. Apenas por essa razão, protagonizamos a liderança e trabalhamos um perfil de líder que compartilhe, desenvolva pessoas, que sirva, agregue e crie relacionamentos. A liderança genuína exige um profissional que tenha visão sistêmica, que compreenda, domine e controle todos os processos da organização. Daí também a importância da gestão de processos acompanhada do MASP – Método de Análise e Solução de Problemas (TQC – modelo japonês).
Foi assim que demonstramos as ferramentas, visando a implantação de uma gestão, cujas raízes se assemelhem às do bambu chinês, que crescem anos para dentro da terra, criando uma força poderosa e, para que, ao crescerem para cima, possam ser quase perenes.
Precisamos, mesmo sem ventos a favor, criar pessoas com mentalidade de cooperação. Indivíduos vencedores, mas com sentimentos de empatia e compaixão. Pessoas espiritualizadas, que compreendam que tem um papel social na empresa. Seres que saibam que a felicidade gera dividendos e que pessoas felizes rendem mais, produzem mais e adoecem menos. Queremos desafiar os adoradores de líderes mal-intencionados, de chefes despreparados, inescrupulosos, pois pessoas competentes e honestas merecem líderes que os levem a caminhos mais retos na rota da ascensão social.
E assim o fizemos. Indicamos atitudes que descarreguem mais ocitocina e serotonina do que dopamina e cortisol. E o resultado estava estampado nos rostos dos alunos ao final de nosso encontro. A gratidão — o alicerce de qualquer projeto — comprovou a vitória da equipe de professores e participantes que, como membros de uma orquestra, mantiveram a sintonia e a harmonia das partes, trabalhando uma gerência com a alma da regência.
E quando todos atingem um objetivo comum, todos são vencedores, e o grupo fica feliz.
*Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.
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