João Raimundo da Mota: ‘O interminável
Periquito’
Homem
simples de origem humilde e de família modesta, o araxaense João Raimundo da
Mota, mais conhecido como ‘Periquito’ tem história e fama, quando o assunto são
as corridas de rua, maratonas e provas de pedestrianismo em Araxá, região e
vários Estados Brasileiros. Hoje aos 70
anos de idade Periquito, é figura importante na história do esporte local, que
merece respeito e honras, ainda que no outono da vida ( 70 anos ) e com algumas
limitações físicas e falta de apoio ( patrocínio) ainda corre, participa de
competições Brasil a fora, sempre levando com orgulho e respeito o nome de
Araxá, sua terra natal com toda galhardia. Para se ter uma idéia de seu valor e
desempenho, Periquito, mais uma vez, foi
destaque na famosa Prova da São Silvestre, realizada no final do ano passado em
São Paulo. Com brilho e destaque o
lendário e veterano João Raimundo da Mota,
completou sua 29ª São Silvestre. Periquito correu na categoria acima de
60 anos e chegou em 27º lugar. Muito emocionado e orgulhoso por mais uma
maratona concluída, revelou, em prantos que, “desde 1975, quando comecei a correr, já
participei de muitas provas no Brasil inteiro, mas essa foi especial e muito
importante para mim, pois foi a primeira corrida que disputei depois de
perder a minha fiel e amada esposa. Ela faleceu recentemente e sempre foi uma
campeã na minha vida.” O Veterano e incansável atleta, sempre faz questão
de lembrar da importância da saudosa esposa Neuza em sua vida do corredor. Sempre que ele toca no nome da eterna e sempre
companheira, ele se emociona e conta que a companheira Neuza, foi uma ferramenta de Deus que apareceu
em sua vida e foi muito importante na fase mais real e verdadeira de sua vida
como atleta e ser humano.
Desafiando o tempo: veterano maratonista araxaense corre atrás de novo
recorde
Na história do atletismo
araxaense, Periquito, sempre foi nome é
exemplo de dedicação e persistência ao esporte. Hoje ele se reveza entre a casa
que tem em Brasília e Araxá, onde pelo
menos duas vezes a cada mês vem visitar a família e os amigos. Ele revelou à
reportagem da ‘REVISTA ARAXÁ, que antes de se aposentar como atleta ainda
pretende quebrar um recorde pessoal. “ Eu pretendo no final de 2017 participar
da prova Internacional da São Silvestre e completar minha 30º corrida seguida
lá na capital Paulista, como único atleta de Araxá e um dos poucos do Brasil a
completar essa marca. Mas eu só quero
parar de correr quando Deus não permitir mais. O esporte é a minha vida”. Hoje
aos setenta anos, aposentado com um
salário mínimo, sem apoio ( patrocínio ) e com pouca visão ( perdeu quase
oitenta por cento da capacidade de enxergar em um acidente de trabalho em uma
empresa da cidade ainda na década de 1970 ), Periquito é implacável e
persistente ao desafiar o tempo e suas limitações, correndo em busca de saúde,
qualidade de vida e dando uma lições para muita gente nova. A gloriosa carreira
de João Raimundo da Mota, começou nos
anos 1958. Ele disse que pegou gosto
pelas corridas ainda criança, quando fazia suas caminhadas até o Barreiro para
pescar. “Eu tinha muito preparo físico e, como era trabalhador braçal de roça e
da construção civil, eu era muito forte e tinha muita energia. Eu fui
incentivado, no começo, pelo professor Alberto Parreira Borges, o Parreirinha,
que me orientava e dava dicas de alimentação correta, postura e como me portar
nas competições”. Periquito, ao logo da carreira, disputou centenas de provas e
maratonas de longa distância por todo o Brasil. Ele conta que ganhou muitas
provas em Brasília, Uberlândia, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. O maratonista
sempre foi especialista em provas de longa distância. “Minha especialidade
sempre foi velocidade e resistência. Sempre muito bem-humorado e falastrão, o
corredor, que também é apaixonado pelo time do Cruzeiro, revela que não tem
planos para encerrar a carreira. “Correr é a minha vida, é saúde e me mantém em
forma e de bem com a vida. Quero mostrar
que o esporte é capaz de mover sonhos e transformar a vida de muita gente. Eu treino e corro todos os dias e
só vou parar quando Deus encerrar de vez
a minha corrida aqui na Terra.” Entre aqueles que sempre acreditaram e deram
forma em todas as horas ao corredor e vencedor Periquito, ele não deixa de
lembrar dos amigos sinceros da Papelaria Rio ( Centro Rio) e hoje com o fiel
amigo Xicão da Papelaria Brasil de Araxá, que sempre esteve ao lado dele e
nunca deixou de acreditar na força e humildade de um homem guerreiro e vencedor
pela fé e crença em Deus, sem medo dos novos desafios e percursos que a corrida
da vida ainda lhe reserva.