Com a chegada do final de ano e início do mês de janeiro, muitas
famílias aproveitam o período de festividades e férias para viajar ou se
ausentar por longos períodos de casa. Diante disso, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) reforça
sobre os cuidados com a saúde e proteção contra às infecções causadas por vírus
transmitidos pelo Aedes aegypti e que podem causar a dengue, chikungunya e zika.
A coordenadora do programa estadual das Doenças Transmitidas pelo Aedes, da
SES, Carolina Amaral, lembra que as doenças não são transmitidas de pessoa a
pessoa. A contaminação se dá pela picada do mosquito do gênero Aedes infectado
pelos arbovírus (dengue, zika ou chikungunya). “Para evitar o acometimento
destas arboviroses alguns cuidados são essenciais e proporcionam proteção
contra a picada, como o uso individual de repelentes domésticos em aerossol,
espiral ou vaporizador, roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia,
quando os mosquitos são mais ativos. Para quem dorme durante o dia, como bebês,
pessoas acamadas e trabalhadores noturnos, os mosquiteiros também podem ser
utilizados para auxiliar na proteção. Em caso do surgimento de algum sintoma, a
orientação é procurar ajuda médica”, ressalta.
Focos do mosquito -
Além dos cuidados com a saúde, não se pode esquecer também de evitar focos do
mosquito. “Os cuidados devem ser permanentes. Portanto, cheque sempre se as
calhas estão limpas, verifique se a caixa d’água está bem tampada, limpe a
bandeja coletora de água do ar-condicionado e geladeira, tampe os ralos e
abaixe as tampas de vasos sanitários, limpe periodicamente as vasilhas dos
bichos de estimação, coloque areia nos pratos de plantas, mantenha a piscina
tratada e devidamente tampada, recolha e acondicione o lixo do quintal e deixe
as lixeiras bem tampadas, entre outros”, orienta.
As doenças
A dengue, zika e chikungunya são infecções causadas por vírus transmitidos pelo
Aedes aegypti. Embora tenham sintomas parecidos, elas apresentam algumas
caraterísticas que podem ajudar a diferenciá-las.
A dengue é uma doença infecciosa
febril e dura em torno de dez dias. Os sintomas são febre acima de 38°C (com
duração de quatro a sete dias), dor de cabeça e no corpo, nas articulações e
por trás dos olhos, podendo afetar crianças e adultos. Pode provocar também
falta de apetite e mal-estar.
Já a chikungunya é uma doença causada por um vírus do gênero Alphavirus
transmitida por insetos do gênero Aedes. A infecção provoca febre alta (duração
de dois a três dias), dor de cabeça, dores articulares intensas e dores
musculares, manchas na pele (podendo surgir entre o 2º e 5º dia), olhos
vermelhos e coceira. O período médio de incubação da doença é de três a sete
dias (podendo variar de um a 12 dias). Não existe tratamento específico, nem
vacina disponível para prevenir a infecção por esse vírus.
A infecção pelo zika vírus provoca febre moderada (duração de um a dois dias),
dor de cabeça, dores articulares e musculares, manchas na pele (surgem no 1° ou
2º dia) e olhos vermelhos.
Carolina Amaral reforça que não há
tratamento específico para as infecções por estes vírus e orienta sobre os
cuidados em caso de aparecimento dos sintomas. “Na presença de qualquer
sintoma, a orientação é para que o paciente procure a unidade de Saúde mais
próxima para avaliação. Além disso, é importante fazer repouso e ingerir
bastante líquido durante os dias de manifestação de sintomas. Alguns
medicamentos como ácido acetilsalicílico (AAS, Aspirina) e outros anti-inflamatórios
não hormonais (ex.: Ibuprofeno, nimensulida, diclofenaco, etc.), podem aumentar
complicações hemorrágicas, principalmente em caso de dengue, por isso não devem
ser utilizados. É importante também evitar tratamentos caseiros”,
esclarece.
Dados
Em 2019, até 18/12, Minas Gerais registrou 483.733 casos prováveis (casos
confirmados + suspeitos) de dengue e 171 óbitos em 50 municípios. Em relação à
chikungunya, Minas registrou 2.805 casos prováveis. Até o momento, foi
confirmado um óbito por chikungunya no município de Patos de Minas e existe um
óbito em investigação. Já em relação à zika, foram registrados 725 casos
prováveis da doença até a data de atualização do boletim. O estado está em
situação de alerta para esse aumento no número de casos das doenças
transmitidas pelo Aedes.