quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021
Recorde negativo em Araxá: 103 casos de Covid-19 em um único dia
O dia 10 de fevereiro de 2021 (quarta-feira),
em Araxá, de positivo, teve o registro de 103 novos casos de pacientes
contaminados com a Covid-19 no município. Dados alarmantes e um triste recorde
no número de casos da doença em um único dia. Desde o início de janeiro esses
dados só vem aumentando na cidade. De acordo com o último boletim oficial do Comitê de Enfrentamento ao Covid-19 de Araxá divulgado na
noite de quarta-feira (10), os números atualizados preocupam e expressam insegurança
na população local.
O novo boletim
registra mais 103 casos da doença na cidade. Com esse registro, a cidade
atinge o recorde de casos desde o início da pandemia. O maior número de
casos em 24 horas registrado foi em 7 de outubro de 2020, onde a cidade
registrava 90 casos.
Casos positivos:
A cidade chegou a 4.875 casos confirmados de Covid-19, onde
4.278 estão recuperados, 545 estão sendo monitorados e
52 morreram.
A taxa de ocupação de leitos de UTI se manteve
em 84,62%, onde 11 estão ocupados, sendo seis de
Araxá, dois de Ibiá, um de perdizes, um de Santa Juliana e um de
Coromandel.
Já os leitos de enfermaria também se mantém em 81,81%,
sendo 22 leitos disponíveis os quais estão
18 ocupados. Entre os pacientes, 13 são de Araxá,
dois de Ibiá, um de Santa Juliana, um de Pedrinópolis e um de São
Roque.
Humberto Quintino: “Cansei de escutar que tênis não era esporte pra pobre e negro”
Por:
Armindo Maia
O
atacante que virou tenista:
O ano era
1968, e o Brasil vivia o auge de um dos piores momentos políticos e sociais da
história. Em plena ditadura militar, um menino pobre e negro, morador do
Barreiro em Araxá, driblava as dificuldades e a fome correndo atrás de uma bola
de “capotão” no meio da rua. Aos 15 anos, o garoto franzino, de habilidade
especial com a bola, jogava futebol na equipe amadora, do Estância,
e mesmo com corpo de criança, já se destacava com a bola nos pés entre os
atletas do time adulto. Humberto Quintino, era um centro avante(
atacante) veloz e goleador. Qualidades que o levaram um ano depois, ao
juvenil do Clube Atlético Mineiro, onde chegou a treinar com
garotos de sua idade e hoje conhecidos ex- craques, como:
Paulo Izidoro, Marcelo Oliveira, Heleno, Getúlio e Reinaldo.
Em Belo Horizonte, longe da família e sem recursos para se manter no Galo; foi
obrigado a voltar meses depois a sua cidade natal ( Araxá), onde para ajudar os
pais no sustento da família, começou a trabalhar como apanhador de bola de
tênis, nas quadras da Hidrominas, no Barreiro, onde o esporte era praticado
apenas por um seleto grupo de pessoas de maior poder aquisitivo. Quintino,
conta que, “só mesmo quem era muito rico, jogava tênis. Geralmente eram os
turistas do Rio, São Paulo, estrangeiros e alguns profissionais liberais e
jovens da elite araxaense. Naqueles tempos, uma raquete de tênis custava
“os olhos da cara.” Levado pelos obstáculos que ainda menino
encontrou pela frente, Humberto Quintino, aos poucos, foi trocando os campinhos
de várzea e as “peladas” de rua, pelas quadras de saibro e os paredões do
tênis. A bola dele também mudou de tamanho, a determinação e o gosto pelo
esporte só aumentaram com o passar dos anos. Bastante nostálgico, hoje o
veterano professor de tênis, ainda se emociona ao contar como se tornou um dos
mais importantes tenista e professor do esporte da raquete grande de Araxá. “
Um dia durante uma partida de tênis na quadra da Hidrominas, o saudoso médico
araxaense , Dr. Milton Tomasovich, que era um craque do esporte e chegou a se
tornar campeão estadual de tênis nos anos 60 e 70, me disse que o tênis era um
esporte mais seguro e social, já o futebol tinha muito contato físico e o
atleta se machucava muito; e o melhor caminho segundo o Dr. Milton, seria
a bolinha e a raquete”. Quintino, diz que não teve dúvida! Como já levava
jeito com a raquete e sempre era incentivado pelos praticantes do tênis, então
abraçou a raquete e a bolinha de corpo e alma.
De atleta
dedicado à professor respeitado:
Nos idos
anos de 1970, no auge da carreira, Humberto Quintino, de ex-apanhador de bola,
passou a ensinar a arte do esporte da alta sociedade para os ricos e atletas da
elite. O professor Quintino, revelou a reportagem do JORNAL INTERAÇÃO, que no
ano de 1973, suas aulas de tênis eram tão disputadas, que a empresa mineradora
CBMM, chegou a patrocinar um curso de especialização de tênis para ele, na
cidade paulista de Serra Negra, numa clínica de tênis com o consagrado e
ex tenista brasileiro, Carlos Alberto Kirmayr, durante 30 dias. “
Foi nos anos 70 do século passado, onde vive o auge da minha carreira. Além da
dar aulas de tênis nas quadra do Barreiro ( Hidrominas), também ministrava
aulas no ATC ( Araxá Tênis Clube), Girassol Clube de Campo, em Patrocínio
no Quatiguá Tênis Clube e na capital paulista.”
Os ídolos
e pupilos:
Hoje aos
58 anos, o professor Humberto, ainda desafia o tempo e se renova a cada
dia quando entra em quadra para ensinar a arte e as técnicas do tênis. Sempre
tranqüilo e sereno, o professor, se esconde atrás da humildade ao falar
dos ídolos e dos atletas que começaram com ele nas quadras de Araxá. Conta, que
assistiu de perto muitas partidas de Maria Ester Bueno, do argentino Guillermo
Vilas, do brasileiro Thomaz Koch e de seu maior ídolo no esporte, o
ex-tenista sueco Björn Borg. “ Tive a oportunidade de acompnhar ao lado de
amigos e ex-alunos de Araxá, grandes jogos de tenis e exibições dos maiores
nomes do esporte das décadas de 60, 70 e 80, do século passado. São momentos
que jamais vão sair da minha memória.” Mas, Quintino se enche de orgulho mesmo
e quando lembra de alguns ex-alunos que aprenderam a dar as primeiras
raquetadas com ele. “Muita gente talentosa e que obteve sucesso no esporte,
treinou comigo. Entre esses bons alunos destaco; Wellington Barcelos,
Rubens Valtercides, Dumonzinho ( Santos Dumont Guimarães Júnior), Daniel
“Chicletinho”, Caio Porfírio, Marco Túlio Porfírio, Adriano Porfírio,
Jane Porfírio, Humberto Porfírio, Alessandro, Dâmasso Drummond Neto,
Galdencinho entre tantos.”
Preconceito,
discriminação, sacrifício e um sonho:
Mas, a
carreira e as empreitadas do professor Humberto Quintino, como profissional do
tênis, não foram nada fáceis. Com tristeza ele explica que Araxá, conheceu a
decadência do tênis, no início da década de 1980. “ As transições de governo,
mudanças de gestão publica, falta de apoio, de espaço e de incentivo, acabaram
apagando parte da dessa história gloriosa do tênis na cidade. O
fechamento do Grande Hotel para reforma, sepultou de vez a tradição das
competições nacionais e internacionais que eram realizadas nas quadras da
Hidrominas. Os grandes nomes do tênis nacional deixaram de visitar a cidade. O
ATC, também foi esquecido e abandonado pelas autoridades locais. A muito
tempo, como funcionário da prefeitura de Araxá, eu cuido do que restou das
quadras do ATC. Aqui eu sou guarda, faxineiro, eletricista, bombeiro; faço um
pouquinho de tudo para conseguir dar aulas para as crianças e jovens carentes
da periferia da cidade.” Dificuldades, que o menino negro, pobre já
conhecia com detalhes aos 15 anos, quando se encantou com o esporte tido como
da elite, dos ricos. Obstáculos e problemas sociais, Humberto, que ainda nos
dias de hoje ele sente na pele e na alma. Segundo ele são feridas
profundas, provocadas pelas mazelas e injustiças que tentaram vencer a
partida mais difícil em 43 anos da carreira do professor Humberto Quintino; o
abominável jogo contra o preconceito e a discriminação. Um assunto tão
nojento e baixo, que consegue superar toda a timidez e serenidade do
mestre Quintino, dando lugar à indignação. “ Quantas vezes ao longo
de 43 anos de carreira, nos projetos sociais e gratuitos de tênis,
voltados para crianças carentes e jovens em situação de risco dos bairros de
Araxá, eu cansei de escutar que o tênis, nunca poderia ser um esporte
para pobres e negros. Mas, essas palavras de preconceito e discriminação, se
transformaram em combustível para que eu, um professor negro de origem
humilde, lá do Barreiro, com dedicação integral e fé, pudesse prosseguir
com a missão de realizar o sonho de ensinar tênis para os garotos pobres lá
da periferia, descobrir grandes talentos, tirar essa meninada das ruas,
do crime e das drogas e ter o orgulho de provar para aquelas pessoas que sempre
foram preconceituosas e pobres de espírito; que o negro e o pobre também são
gente, tem alma, talento, merecem respeito como qualquer pessoa. E se tornar
um grande jogador de tênis; vencedor, como eu fui!”
O futuro:
A
trajetória do mestre Quintino, no esporte, teve alternância, com momentos bons
e ruins. Do auge à decadência do tênis em Araxá, apenas uma coisa não mudou; a
dedicação integral do professor, de resgatar a história de sucesso do tênis em
Araxá. Hoje vendo a reforma e ampliação do ATC ( Araxá Tênis Clube ), Humberto, vive dias de expectativa e otimismo.
Ele confessa com entusiasmo de iniciante
que não vê a hora do ATC fica novo outra vez para continuar, batendo sua
bolinha, ensinando o esporte às crianças carentes para levar sua missão a
diante. Reconhecimento e justiça, que o guardião do tênis de Araxá, ainda
não conseguiu, mesmo depois de uma vida inteira doada ao esporte da raquete e
da bolinha, mas garante que jamais vai desistir desse sonho que move sua vida.
Biblioteca Pública de Araxá disponibiliza WhatsApp e site para consulta e reservas de livros
A Biblioteca Pública Municipal “Viriato Correia” disponibiliza um sistema digital que possibilita ao usuário informar, interagir e solicitar serviços. O acervo literário encontra-se informatizado e disponível, no site da Prefeitura de Araxá (https://www.araxa.mg.
O serviço proporciona a consulta ao acervo de obras, empréstimos e renovações de livros. Foi desenvolvido com o intuito de evitar aglomerações durante o período da pandemia.
Promovida pela Secretaria Municipal de Educação, a iniciativa proporciona uma maneira simples e digital para reserva literária. “Na plataforma os usuários conseguem percorrer a estante virtual e pesquisar os livros que estão disponíveis para empréstimo, utilizando palavras-chaves, título da obra e nome do autor. E através do WhatsApp a pessoa pode entrar em contato e reservar diretamente conosco”, explica Maria Clara Fonseca, diretora da biblioteca.
O empréstimo dos livros segue algumas regras. Cada usuário (já cadastrado na biblioteca) pode levar até três itens (entre livros, CD’s, DVD’s, entre outros) em empréstimo de 20 dias. Esse prazo pode ser renovado se a obra não estiver reservada à outra pessoa.
Para se cadastrar o interessado que for maior de 15 anos deve apresentar documento com foto, um comprovante de residência e levar uma foto 3x4. Já para os menores de 15 anos é preciso estar autorizado ou acompanhado por um responsável legal. É cobrada uma taxa única no valor de R$ 3.
Em decorrência da pandemia, o atendimento ao público segue as regras de prevenção, como o uso do álcool em gel, distanciamento e uso de luvas descartáveis no interior da biblioteca. O horário de atendimento é segunda a sexta, das 7h às 18h.
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