A
crise do novo coronavírus, e o consequente isolamento social a nível
global, trouxeram mudanças significativas nos hábitos de consumo da
população, com impacto especialmente em economias locais. Segundo a
pesquisa Shopping During The Pandemic, realizada pela Ipsos com
entrevistados de 28 países, 47% dos brasileiros têm feito mais compras
online do que faziam antes da pandemia de Covid-19. No mundo todo, são
43%.
Os respondentes que mais aumentaram a frequência com que fazem
compras online, desde o início da crise sanitária, foram os do Chile
(59%), Reino Unido (55%), Turquia e Coreia do Sul (54%). Enquanto 47%
das pessoas no Brasil estão comprando mais pela internet, 17% relataram
comprar menos e 36% compram tanto quanto antes.
Com o aumento das compras em plataformas digitais, 36% dos
entrevistados no país disseram que estão comprando menos em lojas
pequenas, de comércio local, se comparado ao período pré-pandemia. Por
outro lado, 49% afirmaram ir a lojas tanto quanto antes e 15% têm
frequentado tais estabelecimentos com mais frequência do que antes da
crise do novo coronavírus. No que diz respeito aos hábitos de compra, o
brasileiro tem evitado frequentar lojas locais mais do que a média das
nações. No mundo todo, o percentual de pessoas que tem saído menos para
comprar em comércios da proximidade é de 30%.
Globalmente, as pessoas com poder aquisitivo mais alto tiveram o
crescimento mais significativo nas compras online: 49% fazem mais
compras pela internet do que antes. Entre os respondentes de baixa
renda, são 37%; na classe média, são 43%.
O perfil que mais aderiu às compras online durante a crise de
Covid-19, além de ser de alta renda, é também majoritariamente feminino e
jovem. De todas as participantes do estudo, 45% disseram estar
comprando mais pela internet, contra 41% dos homens. Além disso, 45% dos
entrevistados com menos de 35 anos aumentaram o consumo online na
pandemia, contra 40% entre os mais velhos, de 50 a 74 anos.
“Enquanto 49% das pessoas de classe alta aderiram às compras online
no mundo, no Brasil o número chegou a 59%. Além disso, as mulheres
brasileiras também foram mais seduzidas por esta modalidade de compra
(53%, contra 45% globalmente). Sendo assim, é importante que as marcas
que querem chegar até o consumidor digital do Brasil pensem em
estratégias que atraiam estes públicos”, analisa Rafael Lindemeyer,
diretor de negócios na Ipsos.
Restaurantes versus delivery
Assim como a ida às lojas físicas, o brasileiro tem evitado comer
fora mais do que o resto do mundo. Dos respondentes do país, 67%
declararam estar indo a restaurantes locais com menos assiduidade do que
antes. Considerando todas as nações, são 63%.
Apesar da queda da clientela nos salões dos restaurantes de bairro,
apenas 1 entre cada 4 brasileiros (25%) disse ter pedido mais delivery
no período pandêmico. Em contrapartida, 35% estão comprando menos comida
por delivery e 40% escolhem a modalidade de entrega em casa tanto
quanto faziam antes.
De 28 países, apenas 8 apresentam um índice de pessoas que aumentaram
o consumo por delivery mais alto do que o de pessoas que diminuíram o
consumo por delivery. São eles: Chile, Colômbia, Malásia, Estados
Unidos, Bélgica, Coreia do Sul, Alemanha e Holanda. Na média do mundo
todo, 23% têm recorrido com mais frequência à entrega de refeições,
contra 32% que estão pedindo menos delivery e 45% que não mudaram seus
hábitos.
“Os indicadores refletem comportamentos adquiridos durante o
confinamento. Comprar menos por delivery não significa que o mercado de
aplicativos esteja prejudicado, pois está em plena expansão, mas sim que
restaurantes que não se adequam a este novo canal perdem apelo ao
consumidor. É importante que as empresas do ramo tenham uma estratégia
para não ficar de fora do leque de decisão do comprador”, ressalta
Lindemeyer.
As pessoas que menos têm saído para comer são mulheres: 66% do total
de participantes do sexo feminino diminuíram suas idas a restaurantes,
enquanto 59% dos homens fizeram o mesmo. A faixa etária de 50 a 74 anos
está se prevenindo mais, pois 68% relataram queda na frequência com que
comem fora. Entre aqueles com idade de 35 a 49 anos, são 64% e, entre os
entrevistados com menos de 35 anos, 57%.
A pesquisa on-line foi realizada com 20.504 entrevistados de 28
países, com idades de 16 a 74 anos, entre os dias 20 de novembro e 04 de
dezembro de 2020. A margem de erro para o Brasil é de 3,5 pontos
percentuais.
Sobre a Ipsos
A Ipsos é uma empresa de pesquisa de mercado independente, presente
em 90 mercados. A companhia, que tem globalmente mais de 5.000 clientes e
18.130 colaboradores, entrega dados e análises sobre pessoas, mercados,
marcas e sociedades para facilitar a tomada de decisão das empresas e
das organizações. Maior empresa de pesquisa eleitoral do mundo, a Ipsos
atua ainda nas áreas de marketing, comunicação, mídia, customer
experience, engajamento de colaboradores e opinião pública. Os
pesquisadores da Ipsos avaliam o potencial do mercado e interpretam as
tendências. Desenvolvem e constroem marcas, ajudam os clientes a
construírem relacionamento de longo prazo com seus parceiros, testam
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