"A retenção de talentos é um grande
desafio, que passa claramente pela questão dos estímulos. E um
profissional que se sente motivado em seu desafio profissional, tende a
resistir bastante aos convites de mercado", revela Dani Verdugo
empresária e headhunter na THE Consulting
Em
recente pesquisa, o LinkedIn - rede social voltada às conexões
profissionais - listou as habilidades mais valorizadas pelas empresas em
seus potenciais colaboradores. A análise, baseada em dados de mais de
660 milhões de usuários e cerca de 20 milhões de listas de
empregos, evidencia a necessidade de investimento em inúmeras hard skills - como design UX,
gerenciamento de blockchain e inteligência artificial, por exemplo.
A
pesquisa mostra, por outro lado, que as soft skills também
devem ter um espaço considerável na busca pela qualificação
pessoal. Entre os destaques, a criatividade, a persuasão, a colaboração,
a adaptabilidade e a inteligência emocional. Isso porque, por
mais tecnológico e moderno que o mundo se torne, uma coisa é fato: as
pessoas são o ponto chave para que as organizações conquistem
resultados relevantes.
Segundo a empresária e headhunter da THE Consulting Dani
Verdugo, "especialmente após a pandemia, tem se falado muito sobre
profissionais comprometidos e capazes de solucionar problemas. Só que
precisamos aprender a prestar atenção no outro lado, ou seja, em
como as organizações devem lidar com estes talentos após
‘conquistá-los’".
"A
retenção de talentos é um grande desafio, que passa claramente pela
questão dos estímulos. E um profissional que se sente motivado em
seu desafio profissional, tende a resistir bastante aos convites de
mercado, podendo até declinar de propostas com maior atratividade
financeira", completa Dani.
Mas, na prática, que estímulos são estes e como implementá-los?
Listamos abaixo alguns exemplos. Confira:
Conheça seus profissionais
Quando um profissional entende que, apesar de fazer parte de uma
engrenagem, é visto como indivíduo único com características
incomparáveis, ele automaticamente vai buscar se superar. "As empresas
devem estar sempre atentas ao perfil de cada um de seus
colaboradores. Essa espécie de ‘filtro’ é importante para entender em
que setor aquele indivíduo se encaixa de uma maneira mais
produtiva - não só para a empresa em questão de lucros, mas para o
próprio desenvolvimento do profissional - que poderá crescer de modo
mais efetivo", destaca a headhunter .
Promova a competição saudável
"São muitos os benefícios relacionados à competição no ambiente de
trabalho - quando esta é bem implementada. A prática tem o poder
de integrar as equipes, de quebrar a rotina e de acelerar as entregas. É
preciso, no entanto, saber dosar os estímulos de maneira
equilibrada para não fomentar desgastes entre os colaboradores", frisa a
empresária.
Crie um ambiente de trabalho agradável
Seja em ambiente remoto, presencial ou híbrido, o profissional se sente
mais confortável para trabalhar em um espaço no qual disponha de
bons recursos, que vão do básico, como cadeiras confortáveis e conexão
estável com a internet, aos rituais de convivência que promovam
a troca e o crescimento pessoal.
Implemente metas claras e realistas
Dani Verdugo salienta que "ainda que a organização precise entregar
resultados e atingir metas constantemente, é necessário que esses
objetivos façam sentido e estejam de acordo com a capacidade da sua
equipe - o que significa definir prazos realistas e justos para não
desmotivar (e até desesperar) o time".
Aplique a meritocracia
Legitimar o empenho dos profissionais pode ser extremamente recompensador. Das comemorações internas aos planos de equity - os mais diversos atos de reconhecimento podem ser implementados para gerar uma cultura de
meritocracia.
Invista nos feedbacks
Dar feedbacks claros, transparentes e objetivos deve ser uma prática constante, não apenas para corrigir
falhas de desempenho, mas também para reforçar boas práticas e comportamentos. "O ideal é passar ao colaborador o feedback on the job, ou seja, após cada entrega; isso serve para manter um
acompanhamento constante de performance e desenvolvimento. Assim, o indivíduo sente que está evoluindo, sem ter que aguardar uma
avaliação anual de desempenho", pontua a headhunter da THE Consulting.
Aceite ideias e sugestões
Crie canais nos quais os profissionais possam expressar suas ideias e
sugestões. Além de aumentar seu senso de pertencimento e de,
consequentemente, estimulá-los, as organizações ampliam suas
possibilidades de inovação. "Todo mundo gosta de ter sua voz ouvida e
suas
opiniões levadas em consideração. Se um colaborador percebe que as
tomadas de decisão da instituição tiveram como base seus
apontamentos, ele se sente cada vez mais incentivado a participar",
ressalta a empresária.
Invista na capacitação dos profissionais
O
treinamento oferecido por parte da empresa acaba sendo encarado, pelas
equipes, como um investimento em suas capacidades e seus talentos.
Além de proporcionar bem-estar aos profissionais, a organização ganha ao
tornar seu time ainda mais capacitado para exercer as funções
necessárias.
Ofereça perspectivas de carreira
"Quando os profissionais enxergam os próximos ‘degraus’, se sentem mais
incentivados a continuar avançando na subida da ‘escada’.
No caso do plano de carreira, esses degraus, que comumente representam
crescimento profissional, pessoal e financeiro, devem ser
estruturados pelo colaborador com o suporte constante da empresa, para
que a caminhada siga sem tropeços e com muito mais fôlego para
ambas as partes", finaliza Dani.
Criar um ambiente de estímulos aos profissionais não é simples, mas, é um processo que reforça cultura e enriquece em todos os
sentidos, refletindo diretamente os resultados da organização.
*Dani Verdugo, empresária e headhunter, atua com Executive Search na THE Consulting