sexta-feira, 23 de abril de 2021
A importância da humanização médica diante a crise sanitária
Da casca do arroz, a matéria-prima para tijolos mais sustentáveis
Uma iniciativa que une as indústrias de arroz e cerâmica. À primeira vista, o cenário pode parecer incomum. No entanto, um projeto piloto no Sul catarinense tem provado que a parceria pode, muito bem, gerar resultados extremamente positivos e, o melhor de tudo: sustentáveis.
Em parceria com a Cerâmica Guarezi, de Treze de Maio, e com o apoio do Sindicato da Indústria de Cerâmica Vermelha de Morro da Fumaça (Sindicer-MF), a Fumacense Alimentos iniciou mais uma ação visando o reaproveitamento máximo de resíduos de seu processo produtivo: agora, a cinza originada da queima da casca de arroz virou matéria-prima para a composição de tijolos.
Mas como funciona esse projeto piloto?
A Fumacense Alimentos possui uma usina termelétrica própria, que produz energia elétrica por meio da queima da casca do arroz que seria descartada. Desse processo, resta a cinza originada da incineração. Parte dessas cinzas já é reutilizada por indústrias siderúrgica e cimenteira de diferentes estados do Brasil, mas até então, em torno de 20% do resíduo ainda sobrava.
Até que, cerca de um ano atrás, com objetivo de reutilizar também essa quantidade restante e por conta da quantidade de sílica existente nas cinzas, iniciaram-se os testes de aplicação do resíduo, juntamente com a argila, na composição de tijolos. Após diversos estudos, chegou-se à conclusão de que, com 15% de cinza na mistura, os tijolos ficaram mais leves, sem perder sua resistência.
Atualmente, 20% das cinzas geradas pela usina da Fumacense Alimentos são destinados ao projeto. Porém, conforme o coordenador da Cental Termelétrica da empresa, Lucas Tezza, a ideia é aumentar essa quantidade para, pelo menos, 50% do montante total.
“Pra se ter uma noção do impacto, em um único mês, destinamos uma média de 70 toneladas de cinza da casca de arroz para a composição de tijolos. Algo de extrema importância para os pilares de sustentabilidade da empresa, uma vez que, com esse projeto, conseguimos ter o rastreio de todo o resíduo originado do nosso processo de produção”, completa Tezza.
Os impactos na indústria cerâmica
Além de conseguir um destino sustentável para toda a cinza produzida pela usina termelétrica em questão, quando avaliada pelos olhos da indústria cerâmica, a iniciativa também gera impactos muito positivos para o meio ambiente.
Isso porque, segundo o sócio proprietário da Cerâmica Guarezi, Júnior Guarezi, com a adesão de 15% da cinza da casca de arroz na produção, a empresa deixou de extrair, mensalmente, uma média de 300 a 350 metros cúbicos de argila virgem.
“Além disso, ganhamos velocidade no processo como um todo, porque, com a cinza, a mistura perde umidade mais facilmente, o que agiliza o processo de secagem. Assim, consequentemente, conseguimos aumentar o volume de produção em aproximadamente 300 toneladas de produto acabado por mês”, finaliza.
Sobre a Fumacense Alimentos
Referência nacional na produção de arroz e produtos feitos à base desse cereal, a Fumacense Alimentos possui as marcas Kiarroz, RisoVita e Kifeijão, além da Campeiro, Vilarroz e da linha Boby, a última voltada para alimentação de animais. Fundada em 1970, sua matriz está localizada em Morro da Fumaça, no Sul catarinense. A empresa possui, ainda, outras duas plantas produtivas, uma em Alegrete/RS e outra em Pombos/PE.
Juntamente com a JS Empreendimentos, Criciúma Shopping e Mark At Place, a Fumacense Alimentos faz parte do grupo econômico EZOS, lançado em outubro de 2020 com um sistema de gestão inovador, por conta da criação do primeiro Centro de Serviços Compartilhados do Sul catarinense.
Como identificar e combater o cansaço no ponto crítico?
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Toda gravidez após 40 anos é de risco? Entenda!
Mulheres têm engravidado cada vez mais tarde, especialista explica riscos e alternativas para as futuras mães
Ter filhos após os 35/40 anos é uma tendência da mulher moderna. As brasileiras, por exemplo, têm engravidado cada vez mais tarde, segundo o IBGE. Porém, especialistas alertam que a gravidez após 40 anos pode trazer alguns riscos, tanto para a mãe quanto para o bebê.
“Em geral, a gestação após os 40 anos é de risco, pois essa idade predispõe alguns problemas de saúde. A citar: hipertensão, sobrepeso, obesidade, alterações de tireoide e diabetes”, comenta a especialista em reprodução assistida, Cláudia Navarro, diretora clínica da Life Search. “A gravidez tardia também aumenta chances de complicações como diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, prematuridade e malformações genéticas”.
Alternativas
O ideal, segundo a especialista, é que a mulher busque engravidar de forma natural no auge de sua idade fértil. Isso porque, depois dos 35 anos, a qualidade dos óvulos cai e a possibilidade de se ter um filho com problemas genéticos é maior. Entretanto, se engravidar após essa faixa etária for um desejo, existem alternativas para aumentar as chances de uma gestação saudável.
Uma delas é a escolha pelo congelamento de gametas. “A preservação da fertilidade é uma das possibilidades que contribui muito para melhores chances de gravidez em idade avançada”, diz a médica. Entretanto, não diminui as complicações maternas da gestação tardia.
“Se a mulher está se aproximando dos 30/35 anos e não pretende engravidar tão cedo, ela pode aproveitar enquanto seus óvulos estão saudáveis e congelá-los. Depois, ela usa no momento adequado, por meio de Fertilização In Vitro”, sugere. “A coleta deve ser feita até os 35 anos e o limite máximo para transferir o embrião deve ser 50, seguindo recomendação do Conselho Federal de Medicina”, pondera.
Diagnóstico genético de embriões
Já quando a mulher não tem óvulos congelados para utilizar, há a opção de realizar o diagnóstico genético do embrião. Após a fertilização in vitro com seu próprio material genético, é feita uma biópsia embrionária e um exame de células. Esse exame permite um mapeamento cromossômico, que vai analisar a saúde dos embriões.
“Ele identifica os embriões com alterações cromossômicas e, assim, apenas aqueles sem essas alterações são selecionados para serem transferidos para o útero da mãe”, diz Cláudia.
Barriga solidária
Em casos de mulheres que, por algum motivo, não podem gerar o filho no próprio ventre, há a possibilidade de optar pela barriga solidária. Ou seja, outra mulher, de grau de parentesco próximo, empresta seu próprio útero para receber o embrião fertilizado In Vitro no laboratório. Essa é uma alternativa para diversos casos relacionados à idade, como:
- para a mulher que congelou seus próprios óvulos mas, depois de alguns anos, por algum motivo específico, não pode gerar no próprio útero.
- para a mulher que tem óvulos saudáveis mas, por problemas de saúde adquiridos com o tempo, pode ter uma gestação complicada, que ofereça risco de morte para mãe e bebê.
- para a mulher que não tem óvulos saudáveis nem pode gerar a criança. Nesse caso, os óvulos são recebidos por doação.
Tratamento individualizado
A especialista reforça ainda a importância de individualizar o tratamento. “Existem mulheres que não terão qualquer problema na gestação após os 40 anos, enquanto outras precisarão de muitos cuidados”, compara. “De toda forma, caso a mulher nessa faixa etária deseje engravidar, é muito importante o acompanhamento com médico especialista”, alerta.
Sobre Cláudia Navarro
Cláudia Navarro é especialista em reprodução assistida, diretora clínica da Life Search e membro das Sociedades Americana de Medicina Reprodutiva - ASRM e Europeia de Reprodução Humana e Embriologia – ESHRE. Graduada em Medicina pela UFMG em 1988, titulou-se mestre e doutora em medicina (obstetrícia e ginecologia) pela mesma instituição federal.