segunda-feira, 31 de maio de 2021

Construir o sonho da casa própria está mais caro

 



Quem deseja investir na construção de imóveis deve prestar atenção nesses números: A inflação da construção civil é a maior em 28 anos, alerta o empresário Rafael Scodelario.

 

Quem nunca sonhou com a casa própria, não é mesmo? Porém, se por um lado o momento está propício para quem deseja comprar um imóvel, por outro a vantagem não é tanta para quem deseja construir.

 

A razão disso é que os produtos na construção civil registram, em maio, a maior inflação acumulada em 12 meses dos últimos 28 anos. O aumento de 38,66% no período foi apontado pela Fundação Getúlio Vargas, em um levantamento elaborado a partir do Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) de maio.

 

Segundo o especialista em mercado imobiliário e proprietário do Grupo Escodelar, Rafael Scodelario, o crescimento neste período é preocupante. “para se ter ideia, a inflação de material, equipamentos e serviços dentro do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10) subiu para 30,86% em 12 meses até maio, também um recorde”, conta.

 

Por que aumentou?

 

Segundo Rafael, a inflação de itens na construção, hoje, está sendo pressionada pelo crescimento dos preços de commodities minerais e metálicas usadas para matérias-primas de produtos no setor. “Soma-se a isso o dólar alto, o aumento de demanda por projetos residenciais, com elevação de procura de material, a alta em preço de fretes, e as dificuldades em importação de itens usados no setor para atender o mercado”, explica.

 

Se por um lado os materiais de construção aumentaram tanto, há uma parcela desta cadeia produtiva que não teve o mesmo impacto. “Até maio, o INCC-10 acumula alta de 13,49% em 12 meses, enquanto que na mão de obra sobe 2,98%, no período”.

 

Por ser o maior aumento em 28 anos, Scodelario observa que os números trazem um alerta para o consumidor. “O IGP-10 foi criado em 1993, um ano antes do Plano Real, e naquela época o Brasil ainda vivia um momento de hiperinflação. Por isso, comparado com período, a taxa em 12 meses até maio deste ano de inflação de material de construção ainda é superior”, observa.

 

Outra razão para isso acontecer é que o mundo está saindo da crise imposta pela pandemia, reforça o proprietário do Grupo Escodelar. “Os países estão sendo vacinados, e a economia está voltando a se aquecer. E, quando ela volta a crescer, de modo global, é natural que a procura por commodities aumente”.

 

Além disso, também há outros fatores que podem justificar este aumento: “A escassez de matéria-prima e desorganização de comportamento de consumo, que devido a pandemia pararam o mundo há um ano atrás. Além disso, há o dólar, como disse, e os fretes caros. O custo por logística também impacta muito nos dias atuais”, acrescenta o especialista.

 

Sobre a falta de matéria-prima, Rafael Scodelario observa que o seu preço disparou, e isso também impacta os números. “Observe que o minério de ferro, de 16 de março de 2020 até 17 de maio deste ano, subiu 97,61%. O cobre, no mesmo período, subiu 111%”.

 

Diante deste cenário, Scodelario acredita que as empresas que investem em projetos residenciais devem estar avaliando os custos de produções. “Com isso, novos lançamentos devem ser adiados, ainda que o mercado de modo geral esteja favorável para quem deseja comprar um imóvel”, completa o especialista.

UNIARAXÁ INFORMA:

 

LINK UNIARAXÁ : https://site.uniaraxa.edu.br/

7 benefícios do home care

 



Além de ajudar a desafogar hospitais, contato mais próximo com familiares pode acelerar a recuperação de pacientes

Passar por um tratamento médico é mais comum do que se imagina e hoje, há várias formas de enfrentar isso. A assistência por home care, por exemplo, é um dos métodos de dar continuidade ao tratamento de algumas doenças, internações ou de reabilitação do paciente e esta modalidade está em alta. Segundo o último levantamento realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o aumento foi de 22%. Para João Paulo Silveira, CEO da Domicile Home Care, esse tipo de atendimento teve um aumento ainda maior durante a pandemia, um salto de 40%.

"Os convênios já estão olhando mais para o home care e as vantagens desse tipo de atendimento. Os hospitais podem retirar pacientes dos leitos e direcioná-los para o tratamento em casa, isso traz benefícios tanto para os hospitais, que conseguem desafogar muito mais rápido o sistema de saúde, algo que é fundamental neste período de COVID, como também pode ser benéfico para o próprio paciente", avalia Silveira.

Para falar sobre a qualidade do home care, o especialista separou sete benefícios deste tipo de atendimento. Confira:

Humanização
Um dos principais benefícios é a humanização do atendimento e o afeto durante o tratamento do paciente. Essa modalidade permite mais contato entre médicos, pacientes e familiares, com isso, o processo de reabilitação torna-se muito mais transparente e desestressante, já que todos conseguem assistir de perto aos quadros clínicos.

Equipe Multidisciplinar
O home care possui uma equipe multidisciplinar, ou seja, que funciona como no hospital, cuidando de todo o quadro clínico do paciente, porém, dentro de casa.

Afeto durante o tratamento
Seguindo o mesmo caminho da humanização do atendimento, o afeto durante o tratamento pode trazer melhoria para a saúde, afinal, estar mais próximo de amigos e familiares e da sua própria rotina e hábitos de referência, podem tornar o processo de recuperação mais eficaz. Segundo a revisão de 148 estudos feitos nos Estados Unidos por especialistas da Brigham Young University e da Universidade da Carolina do Norte mostrou que pessoas com vínculos afetivos ativos tinham 50% mais chances de sobrevivência. Esses mesmos autores também concluíram que a sensação de solidão e falta de amigos são comparáveis aos problemas provocados pela obesidade, abuso do álcool ou consumo de 15 cigarros por dia. "Esse é um dos principais pontos, as pesquisas já alertam sobre a importância do afeto e durante a pandemia assistimos diversos quadros de ansiedade e depressão desencadeados pelo distanciamento social", avalia o especialista.

Infecção hospitalar
Como um enfermo tem a imunização afetada, bactérias e vírus de hospitais podem ser grandes vilões na hora da recuperação. Manter um paciente em casa pode privá-lo de ter contaminações, pois ele fica menos exposto aos riscos infectológicos que podem piorar o quadro dele. Além disso, neste cenário os familiares e conhecidos não precisam também se expor a este ambiente e correr risco de contrair alguma doença, como por exemplo, em dias atuais, o Covid 19.

Assistência individual
Em casa, cada profissional consegue dar uma atenção direcionada e integral ao quadro do paciente, ou seja, o contato do médico é muito mais personalizado. Este tipo de metodologia também oferece mais resolutividade e conforto para a evolução clínica do paciente.

Psicológico
Passar por uma doença já é difícil fisicamente e emocionalmente. O sentimento de isolamento, abandono e tristeza podem gerar depressão e piora do estado de saúde dos pacientes. Ao ser transferido para casa, um paciente deixa de lado a sensação de estar doente e isso traz a sensação para o subconsciente de cura e isso eleva a autoestima e bem-estar. Portanto, o home care tem impacto no tratamento de saúde, físico e emocional do paciente.

Desafogar hospitais
Os benefícios do home care se estendem também para os hospitais. A desospitalização de um paciente é positiva também para o quadro da saúde no Brasil que enfrenta superlotação. Quando um paciente é direcionado para o tratamento em casa ele dá espaço para pacientes que precisam, essencialmente, da supervisão em aparelhagem em um hospital. Diante da insuficiente infraestrutura hospitalar no Brasil, onde 74,3% dos municípios possuem menos leitos do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o estudo revela que, caso o setor de Atenção Domiciliar à Saúde encerrasse suas atividades, seriam necessários 20.763 leitos hospitalares adicionais ao ano para absorver os pacientes atendidos pela modalidade

Sobre João Paulo Silveira
João Paulo Silveira é CEO e fundador da Domicile Home Care, assistência médica em domicílio e é membro do Conselho Fiscal Efetivo da Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FEHOESP). Especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória pelo Hospital das Clínicas Da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), já trabalhou em locais como o Grupo Hospitalar SOBAM/Hospital Pitangueiras com assistência domiciliar e, antes disso, como fisioterapeuta da UTI Geral do Hospital São Camilo. Além disso, possui curso de liderança 360 na Faculdade Getúlio Vargas (FGV), MBA em administração hospitalar e sistemas de saúde pela Fundação Getúlio Vargas.  

Ataques cibernéticos crescem 300%, segundo relatório da NTT

 



NTT Ltd., companhia global de serviços de tecnologia, lançou hoje seu Relatório de Inteligência de Ameaças Globais 2021 (GTIR), que revela como os cibercriminosos estão tirando proveito da desestabilização global visando indústrias essenciais e vulnerabilidades comuns da mudança para o trabalho remoto. Os setores de Saúde, Finanças e Manufatura viram um aumento nos ataques (200%, 300% e 53%, respectivamente), com esses três setores principais respondendo por um total combinado de 62% de todo os ataques em 2020, um aumento de 11% em relação a 2019. 

  

Enquanto as empresas correm para oferecer mais acesso remoto virtual por meio do uso de portais dos clientes, os ataques a aplicativos específicos e da web aumentaram, respondendo por 67% de todos os ataques, o que mais que dobrou nos últimos dois anos. O setor de saúde sofreu o impacto desses ataques na sua mudança para a tele saúde e atendimento remoto, com 97% de todas as atividades hostis direcionadas ao setor, sendo ataques de aplicativos da web ou ataques de aplicativos específicos. 

  

O GTIR traz informações das consultorias de segurança, Cybersecurity Advisory, realizadas pela NTT, que aplica uma pontuação de nível de maturidade de um programa de segurança por setor, com um número mais alto indicando um plano de ação mais maduro. De forma peocupante, Saúde e Manufatura têm pontuações relativamente baixas em relação à maturidade, com 1.02 e 1.21 respectivamente. Essas pontuações diminuíram desde a linha de base de 2019 de 1.12 e 1.32, enquanto as taxas de ataque aumentaram significativamente. A Manufatura experimentou um declínio de três anos nas pontuações, provavelmente devido a mudanças no ambiente operacional e a evolução dos ataques. Por outro lado, as Finanças continuaram a mostrar a maior pontuação de referência de maturidade pelo terceiro ano consecutivo, de 1.84, uma redução de 0.02 em relação ao ano passado. 

  

Kazu Yozawa, CEO da divisão de segurança da NTT diz: “Ano passado previmos um aumento de ataques oportunistas e direcionados e, infelizmente, isso se provou verdadeiro. Embora esses setores tenham feito seu melhor para manter os serviços essenciais em tempos difíceis, a queda dos padrões de segurança quando as empresas mais precisam é preocupante. À medida que serviços continuam a se mover online e se tornam cada vez mais digitais para dar conta do novo normal, as organizações devem ser extremamente vigilantes na defesa e manutenção das melhores práticas em sua segurança.” 

  

Malware sofre metamorfose: Malware criptográfico surge enquanto os Trojans se tornam mais comuns 

  

Embora o malware esteja se tornando mais comum em recursos e funcionalidades, também se tornou mais diverso ao longo dos anos com o aumento do malware multifuncional. Mineiradores de criptomoedas substituíram o spyware como o malware mais comum do mundo, mas o uso de certas variantes de malware contra setores específicos continuam a evoluir. Os worms apareceram com mais frequência nos setores financeiro e manufatureiro. A Saúde foi afetada por trojans de acesso remoto, enquanto a indústria tecnológica foi alvo de ransomware. O setor da educação foi atingindo por mineiradores de criptomoeda devido à popularização da mineração entre alunos que exploram infraestruturas desprotegidas. 

  

O mercado de criptomoedas é um excelente exemplo, com criptomineradores respondendo por impressionantes 41% de todos os malwares detectados em 2020. O XMRig coinminer foi a variante mais comum, representando quase 82% de toda a atividade de coinminer e quase 99% especificamente na EMEA. 

  

Mark Thomas, que lidera o Central de Inteligência de Ameaças Globais da NTT, comenta: “Por um lado você tem atores de ameaças tirando proveito de um desastre global e, por outro lado, os cibercriminosos capitalizando em explosões de mercado sem precedentes. O traço comum em ambas as situações é a imprevisibilidade e o risco. Mudanças nos modelos operacionais ou adoção de novas tecnologias apresentam oportunidades para agentes mal-intencionados e com um mercado crescente de cripto-moeda popular entre estudantes inexperientes; ataques estavam prestes a acontecer. Agora, conforme entramos em uma fase mais estável da pandemia, organizações e indivíduos devem priorizar a higiene da segurança cibernética em todos os setores, incluindo a cadeia de suprimentos .“ 

  

Outros destaques do GTIR de 2021: 

  • Os ataques contra a manufatura aumentaram de 7% no ano passado para 22%; no setor de saúde aumentaram de 7% para 17%; e no financeiro aumentou de 15% para 23%. 
  • Organizações em múltiplos setores viram ataques relacionados à vacina para Covid-19 e cadeias de suprimentos associadas. 
  • Ataques de oportunismo por conta da Covid-19 aumentou, com grupos como Ozie Team, Agent Tesla e TA505, juntamente com atores estatais como Vicious Panda, Mustang Panda e Cozy Bear muito ativos em 2020. 
  • As formas de malware de ocorrência mais comum em 2020 foram Miners: 41%; Trojans: 26%; Worms: 10%, Ransomware 6%. 
  • Mineiradores de criptomoedas dominaram a atividade na Europa, Oriente Médio e África (EMEA) e nas Américas, mas eram relativamente raros na Ásia-Pacífico (APAC). 
  • OpenSSL foi a tecnologia mais visada nas Américas, mas não estava nem na lista dos 10 primeiros na APAC. 
  • As consequências contínuas após a decisão do Schrems II invalidaram o Privacy Shield UE-EUA e impuseram obrigações adicionais às organizações que transferem dados pessoais da UE para países terceiros. 
  • Pesquisa da NTT mostra que 50% das organizações globalmente estão priorizando a proteção de seus serviços em nuvem -tornando-se o principal foco de segurança cibernética nos próximos 18 meses. 

CBMM INFORMA

 

LINK CBMM https://youtu.be/pFAnL0bCVlg

Tecnologia 4.0 ao alcance da indústria mineira

 



Já imaginou uma fábrica referência em tecnologia 4.0, uma área inteira com internet das coisas, robótica colaborativa e digitalização industrial, um espaço maker de alta tecnologia, tudo isso em um mesmo local, onde tudo respira a indústria 4.0? Isso não é coisa do futuro, nem trabalho feito fora do Brasil, mas sim uma realidade para o SENAI-MG e para as empresas mineiras. A oferta da tecnologia e inovação na melhoria dos processos industriais já está disponível por meio do Centro de Treinamento e Desenvolvimento da Indústria 4.0. Localizado no município de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o espaço está preparado para atender a demanda das indústrias que desejam se inserir no contexto da quarta revolução industrial. A hora é de levar o setor produtivo mineiro a um novo patamar de competitividade.

"Em um só local, a indústria mineira e brasileira poderá ter o suporte do SENAI-MG para a implantação de toda a jornada 4.0, por meio de serviços de consultoria tecnológica especializada, desenvolvimento e testes de soluções integradoras, serviços técnicos, projetos específicos e treinamentos correlacionados, tudo isso totalmente personalizado e customizado para cada cliente. É o único espaço no país dedicado exclusivamente à tecnologia 4.0 e pensado para as necessidades da indústria mineira. É motivo de orgulho para todos nós", conta o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), Flávio Roscoe.

De acordo com o presidente da Federação, além de preparar as indústrias para a transformação digital, o Centro vai qualificar a mão de obra dos profissionais que conduzirão esse processo dentro das fábricas. "Serão ofertados cursos técnicos, especializações, aperfeiçoamento profissional e pós-graduações em parceria com as melhores universidades, como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e a UNA. Neste momento, temos em funcionamento duas turmas do curso técnico em Mecatrônica, que estão sendo mediadas por tecnologia, devido à pandemia da Covid-19. Além disso, vários projetos estão sendo desenvolvidos para indústrias que estão em implantação de tecnologias 4.0 e melhorias de processos", exemplifica o líder industrial.

Estrutura robusta e de ponta para todas as indústrias
O Centro de Treinamento e Desenvolvimento da Indústria 4.0 conta com várias estruturas organizadas para atuar de ponta a ponta no processo industrial. A Fábrica Referência em Indústria 4.0 oferece uma planta industrial produtiva projetada e desenvolvida pelo SENAI-MG. Essa fábrica é a espinha dorsal do Centro 4.0 e contempla todos os processos da indústria: manuais, mecanizados, automatizados e todos eles com tecnologia 4.0 embarcados.

"São equipamentos industriais onde é possível embarcar e integrar tecnologias 4.0 de forma flexível e aplicadas à processos automatizados, mecanizados e de montagens manuais, o que torna o Centro do SENAI-MG único no Brasil. O espaço proporciona o entendimento de toda a jornada sob uma ótica realista e pragmática da inserção dessas tecnologias para indústria e dá uma visão direta e clara para implementação da transformação digital. E não só a indústria ganha, a comunidade terá a oportunidade de estudar e interagir com uma unidade SENAI que tem várias tecnologias de ponta que raramente estão disponibilizadas em um só lugar", celebra Roscoe.


Já as Áreas de IoT e Digitalização Industrial realizam estudos, implementam e formam os profissionais especializados nas tecnologias de Soluções Internet of Things (IoT), a conhecida internet das coisas, em sistemas embarcados, retrofit (termo utilizado para designar o processo de modernização de equipamento já considerado ultrapassado ou fora de norma), monitoramento de processos industriais, utilização de RFID (sigla para Radio Frequency Identification, que é um método de identificação por meio de sinais de rádio que recuperam e armazenam os dados à distância utilizando dispositivos chamados etiquetas RFID) e comunicação com a nuvem. Vão oferecer também soluções digitais como o desenvolvimento de aplicativos, simulação computacional, big data analytics, realidade aumentada e cybersecurity.

Já o Espaço Lab. Maker será destinado à criação, experimentação, prototipagem, compartilhamento, trabalho em conjunto, interação com startups, projetos integradores e espaço de inovação aberta. O Centro 4.0 conta ainda com a Fábrica para Treinamento Lean Manufacturing 4.0, o sistema enxuto de manufatura que busca reduzir desperdícios enquanto aumenta a produtividade e a qualidade, dando uma visão de processos eficientes e sem desperdícios.

Parcerias para o sucesso
Empresas de todos os portes podem trabalhar com o Centro de Treinamento e Desenvolvimento da Indústria 4.0 e a parceria pode ser feita por meio da cessão de tecnologia, transferência de conhecimento e até doação de equipamentos. Já são parceiros nesta empreitada a Sequor Softwares Industriais, UR Universal Robotics, Advantech, ECO Automação, SIEMENS PLM, Mix Reality, Mitsubshi Eletric, Altus Automação e Stellantis.

O Centro de Treinamento e Desenvolvimento da Indústria 4.0 do SENAI está aberto à visitação dos empresários que quiserem conhecer todas as possibilidades deste universo, por meio de agendamento de visitas pelo endereço eletrônico senai40@fiemg.com.br.

Coluna do Luis Borges

 

Pelejando com um negócio próprio
por Luis Borges  4 de maio de 2021  

Pensata

O engenheiro civil e sanitarista Décio Gonçalves, 54 anos, casado, 2 filhos solteiros, trabalha há quase 30 anos no serviço autônomo de água e esgoto de um município do interior de Minas Gerais, na bacia hidrográfica do Rio Grande. A esposa é professora do ensino fundamental na rede estadual e os filhos estão prestes a concluir o curso de Engenharia Agronômica numa Universidade Federal do estado.

Com o passar do tempo o engenheiro Décio foi se comprometendo cada vez mais com seu trabalho, sempre atualizando os conhecimentos técnicos específicos e também se sentindo confortável com a estabilidade de um servidor municipal concursado. Para ele ficou claro que um dia chegaria a hora de se aposentar por ali mesmo. Desde o início da carreira profissional ele estabeleceu a meta de poupar 15% dos rendimentos mensais, sempre colocados em aplicações financeiras conservadoras.

Há 5 anos Décio ficou muito incomodado e preocupado com a “falação” sobre a Reforma da Previdência Social. Pensou muito em obter uma renda para complementar os proventos vindos da aposentadoria e também numa atividade suficiente para não deixá-lo sentado nos aposentos, ou seja, “apo-sentado”. Foi aí que surgiu a ideia de ter um pequeno negócio próprio, no qual aplicaria a metade dos recursos financeiros até então acumulados. Dois anos depois conseguiu comprar uma fazendinha distante 30 km do perímetro urbano. O lugar tem bom acesso, instalações físicas em razoável estado de conservação, água em quantidade e qualidade adequadas. A propriedade adquirida mede 3 alqueires – 14,4 hectares – algo em torno de 150 mil metros quadrados.

Hoje ele se ressente por não ter feito o passo-a-passo de um plano de negócios documentado e ter apressado tudo em função da ansiedade e se esquecendo que estava arriscando seu próprio dinheiro. Assim, cada dia desses três últimos anos tem sido uma peleja para fazer as coisas acontecerem diante de tantos problemas que surgem. A começar por ele mesmo, que só pode ir ao local nos finais de semana e feriados, pois ainda não se aposentou.

Ele possui 30 cabeças de gado bovino, das quais 10 são vacas leiteiras cujo leite se destina a produção de queijo artesanal, não certificado. Nesse momento, os custos da ração estão pesando muito – mais que dobraram – e não dá para repassar quase nada ao preço pago pelos clientes.

Mas a maior dificuldade mesmo está na rotatividade dos profissionais para trabalhar na função de caseiro e de auxiliar de caseiro, que são fundamentais para operar bem o dia-a-dia. Até agora ninguém chegou a completar um ano no trabalho, mesmo recebendo salários e benefícios competitivos no mercado regional. Um dado interessante é a baixa escolaridade de todos, pois a maioria não conseguiu cursar além da primeira metade do ensino fundamental, e a idade deles varia na faixa de 30 a 40 anos. Mesmo eles sendo treinados em procedimentos operacionais padrão, escritos ou verbais, é grande a dificuldade que sentem para colocá-los em prática. Eles querem fazer tudo do jeito que já conhecem e são muito resistentes a outras práticas que podem ser melhores ou mais eficientes.

Décio não conseguiu mais poupar os 15% dos seus rendimentos mensais, que têm sido direcionados ao negócio. Às vezes ele pensa em “chutar o balde” diante da análise mensal das contas que não fecham, das raivas que tem passado, das surpresas ruins como a morte de uma vaca, os ovos de galinha que não aparecem, ou do uso “recreativo” da cachaça, por exemplo. Mas quando pensa na vida depois da aposentadoria ele ainda acredita que tudo vai melhorar quando for possível a sua presença diária na operação do negócio.

Luis Borges é araxaense e engenheiro