*por Sérgio Marchetti
Em oportunidades anteriores, afirmei que este momento do mundo será registrado na história e lembrado pelas gerações futuras como um marco doloroso da vida da Terra. Já seríamos lembrados por termos presenciado a mudança de século e de milênio. Mas, infelizmente, as tristezas marcam mais do que as alegrias. E, fato é, que a desigualdade cresceu demasiadamente por consequência da pandemia que se iniciou em Wuhan, na China.
Diante de um quadro avassalador, o desemprego cresceu em todo o mundo e muitas famílias, sem trabalho, não tiveram outra opção a não ser morar nas ruas. Para mim, meus solidários leitores, é inconcebível que pessoas, que gente, idosos, adultos e crianças durmam com os ratos e passem fome e frio num mundo de tanta ganância e de renda tão injustamente distribuída.
Confesso que não estou conseguindo parar num sinal de trânsito e ver tanta gente tentando se reinventar, seja fazendo malabarismos ou vendendo alguma coisa. Dói não poder ajudá-los em sua luta pela sobrevivência. Meu sentimento é o de ver alguém se afogando e não fazer nada para salvá-lo.
É triste saber que a tragédia pintada nesse quadro não toca, não gera compaixão em grande parte das pessoas. Os miseráveis não precisavam sofrer tanto, eles precisam de ajuda para moradia e alimentação. Não me entendam errado, esclarecidos leitores. Eles não pedem auxílio-moradia, auxílio-terno, auxílio-alimentação, auxilio-engraxate, quota de combustível, etc. Alguns só pedem que o seu próximo abra o vidro do automóvel e lhe dê uma moeda. Depois, óbvio, o doador pode pegar o álcool gel e reforçar a proteção contra o coronavírus.
E é nesse momento que aparecem os anjos, sem voarem porque não têm asas, mas com corações de gigantes para ajudarem os mais necessitados. Nem tudo está perdido. Pessoas boas, muitas vezes com o orçamentado estrangulado, se comprometem a ajudar a matar a fome e o frio de pessoas em situação de rua. Isso me conforta, me dá um alento e uma esperança.
Recentemente, pude, por iniciativa de minha mulher, Rose, engajar e dar uma pequena ajuda a uma campanha feita com o coração, solidariedade e esforço de um grupo de caridosos que distribuem comida, roupa, agasalho, cobertores e calçados. A ajuda continua, o inverno chegou agora e, certamente, poderemos salvar irmãos de menor sorte de padecerem ou até de morrerem de frio.
Aquele que quiser fazer parte poderá doar agasalhos, calçados, cobertores e roupas. Um caso curioso aconteceu há alguns dias, quando um doador, jogador de voleibol, doou, além de roupas, alguns pares de tênis, número 46, e pensamos que em ninguém serviriam. Mas, para nosso espanto, foi muito festejado por um rapaz de estatura elevada que disse estar descalço porque ninguém havia doado sapatos que coubessem em seus pés.
Então… tudo pode, tudo serve, tudo vale quando é doado com o coração.
Quem desejar conhecer melhor o trabalho realizado, pode visitar o perfil do Instagram @hojevamosjantarfora
“Não há frio tão intenso e congelante quanto o da indiferença” (Júlio César)
*Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.