Exatos 73.531 espectadores pagantes testemunharam, no Maracanã, uma surpresa felicíssima, inesquecível, que o Brasil armou, de tocaia, contra a Espanha - favorita até dos caboclos mais fanáticos.
Sim, quem poderia imaginar um placar maravilhoso, impactante, 3 X 0, e o seu quarto título na Copa das Confederações?
Afinal, cabia à seleção ibérica, campeã do planeta e bi da Europa, a obrigação de propiciar o seu espetáculo de costume. Em toda a competição, aliás, a equipe de Vicente Del Bosque havia cometido um volume insignificante de faltas. Alba, Iniesta e Mata, por exemplo, não tinham feito nenhuma.
Do outro lado, cabia ao elenco de Luiz Felipe Scolari, o Felipão, desfrutar, talvez, os chamados fatores campo & torcida e preservar uma performance numérica extraordinária em seu estádio – em 104 combates, 74 triunfos, 23 igualdades e apenas sete derrotas.
E, de fato, a torcida provocou muitos arrepios ainda na exibição dos hinos. Quase aos berros, se estendeu além dos noventa segundos que o protocolo da FIFA permite, e completou, sem melodia de apoio, toda a letra daquele do Brasil.
Del Bosque manteve Cesc Fábregas no seu banco de reservas e, com isso, descentralizou as suas ações. Felipão optou por entrar no gramado com o crescente entrosamento dos mesmos onze dos cotejos anteriores.
Funcionou. Depois de um cruzamento de Hulk e de uma indecisão de Casillas, já aos 2’, quase deitado, Fred anotou – Brasil 1 X 0.
Desacostumada a ficar, tão cedo, atrás no marcador, a Espanha se atordoou. E demorou a reencontrar o seu tradicional toque de bola.
Principalmente porque a velocidade, a vibração e a marcação dos craques do Brasil foram implacáveis. Ironia: com 20’, a Espanha já havia somado cinco infrações e dezenove passes equivocados.
Era o time de Felipão quem mandava. Perigo, a equipe de Del Bosque só levava até Júlio César através de arremates de longa distância.
Daí, quase no encerramento da primeira etapa, o destro Neymar praticamente assegurou o prêmio de astro da Copa ao fulminar, graças a um petardo de esquerda, o perplexo Casillas, Brasil 2 X 0.
Escaldado, para a etapa derradeira, Del Bosque tirou Arbeloa, que já acumulava um cartão amarelo, e colocou Azpilicueta.
Pois foi exatamente sobre o apavorado Azpilicueta que, aos 47’, Neymar perpetrou o esplêndido corta-luz que liberou Fred para os 3 X 0.
Sem alternativa, Del Bosque providenciou uma nova-alteração, o ágil Jesus Navas no lugar de Mata, em partida absolutamente esquecível.
A Espanha poderia ter ameaçado uma eventual reação, aos 50’, quando o mascaradíssimo Marcelo, do Real Madrid, cometeu um pênalti rudimentar, ridículo, precisamente em Navas.
No entanto, Sérgio Ramos, outro do Real, atirou fora.
O Maracanã não reprisou o show paralelo da Copa de 50, quando o Brasil devastou a Espanha por 6 X 1 e a torcida entoou, coletivamente, a marchinha “Touradas de Madrid”,
Mas, a equipe visitante, além de entregar uma invencibilidade de 26 combates oficiais, cabisbaixa se obrigou a escutar um inevitável coro de “Olé! Olé! Olé”.
Comprometeu de vez o destino da equipe de Del Bosque a expulsão de Piqué, aos 68’, depois de uma paulada nas canelas de Neymar.
Bastava esperar que os 90’ se esgotassem.
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