quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

A INESQUECÍVEL PAPELARIA RIO E SUAS HISTÓRIAS:






José Maria dos Santos e as histórias da Papelaria Rio
Aquele cidadão araxaense que tem pelo menos 20 anos de idade certamente já ouviu falar ou, pelo menos uma vez, deve ter feito uma comprinha ou  passou lá pelo Centro Rio. Referência no comércio e venda de produtos para estudantes, escritórios, livros, revistas, vídeos, brinquedos e serviços em geral de xerox, cópias, encadernamento, entre outros, o Centro Rio nasceu no dia 1º de fevereiro de 1972, com o nome de Papelaria Rio e, por 32 anos, foi um dos pontos comerciais mais  tradicionais, conhecidos e respeitados de Araxá  e região. Hoje o empresário araxaense José Maria dos Santos, de 77 anos, um dos fundadores da Papelaria Rio, fez revelações emocionadas à ARAXÁ EM REVISTA,  contando causos e muitas curiosidades sobre a história pioneira do Centro Rio em Araxá. Zé Maria nasceu na cidade mineira de Carmo do Paranaíba. Filho de seu José Gonçalves dos Santos e de dona Divina Vieira de Menezes, teve 14 irmãos e se mudou com a família para Araxá ainda criança, aos 11 anos. Ele é casado com dona Aldneuza Honorato Santos e tem três: filhos Frederico, Júlio e Cíntia.  “Meu pai tinha uma pensão e depois uma colchoaria lá no largo da igreja de São Sebastião. Aos 18 anos, depois de fazer o Tiro de Guerra em Araxá, fui para Brasília, onde trabalhei por um ano como garçom e caixa. Um ano depois, fui para a capital paulista, onde, por seis meses, fui fotógrafo de cartões postais. Em seguida, me mudei para Belo Horizonte, onde arrumei serviço na Rede Mineira de Viação, onde, por 10 anos, atuei como conferente e guarda-chaves na ferrovia.” Ele conta que a virada em sua vida e a história de sucesso do Centro Rio começaram no ano de 1972. “Quando eu trabalhava na capital mineira, na ferrovia, eu tinha um amigo que tinha uma papelaria e trabalhava com impressos fiscais e material de escritórios de contabilidade e empresas, produtos que não tinha em Araxá, sempre tinham alteração, e os pedidos custavam a chegar à cidade. Então eu comecei a visitar empresas e contadores e fornecer esses impressos, mesmo trabalhando na Rede. Primeiro, ao lado de minha esposa  Neuzinha, eu comercializava os impressos em casa e cheguei a ter um estoque de reserva. Mas vendo que era um bom negócio, chamei meu irmão Roberto, que morava em Belo Horizonte, para abrirmos um negócio. Roberto entrou com um capital e, no dia primeiro de fevereiro do ano de 1972, nós inauguramos a Papelaria Rio, num pequeno e modesto cômodo na Rua Mariano de Ávila, 278, onde diversificamos o estoque com livros, material escolar e fomos pioneiros ao implantar em Araxá a primeira máquina de xerox na cidade, uma coisa inédita!”   Com um entusiasmo juvenil, José Maria faz uma detalhada viagem no tempo e explica: “o nome Papelaria Rio foi ideia do meu amigo de Beagá, que disse que tinha que ser um nome curto para que as pessoas pudessem lembrar e memorizar com facilidade, e ficou Rio.” Ele nos conta, ainda: “O começo foi muito difícil, mas o Robertinho, meu irmão, me ajudou muito. A coisa foi evoluindo e crescendo, e a gente conseguiu mudar para um prédio maior, abrimos filiais com venda de revistas, livros, discos e máquinas de escritório”. É com orgulho que ele declara: “Nós  chegamos a  ter quase cem colaboradores  no auge da empresa,  e a coisa que mais me deixa feliz durante a existência do Centro Rio é que nestes 32 anos, a gente abriu as portas para empregar centenas de jovens no primeiro emprego. Quantos doutores e famosos profissionais liberais, políticos e empresários de nossa cidade tiveram a chance, a oportunidade do primeiro emprego para ingressar no mercado de trabalho? Durante o período em que o Centro Rio esteve em atividade, vários irmãos, sobrinhos e parentes  também foram colaboradores na empresa. Outro fato que também nos dá muito orgulho é ter estado por vários anos entre as dez empresas da região contribuintes com o ICMS.  Nós também tínhamos grandes clientes, em várias cidades de Minas Gerais.”  No auge dos negócios, a empresa construiu a sede própria na Rua Presidente Olegário Maciel, onde hoje funciona o prédio da loja Casas Bahia. Mesmo com o encerramento das atividades, no ano de 2004, a semente do Centro Rio que foi plantada no ano de 1972 continuou germinando; hoje, mesmo aposentado, Zé Maria atua como o comandante do departamento financeiro da Lojas Rio do filho Júlio Santos; os irmãos, Pedrinho e Xicão, respectivamente, têm uma loja de cartuchos para impressora e  mantém a Papelaria Brasil, onde funcionava o antigo MEC. Sobre o irmão  Xicão, Zé diz que “o Xicão foi um baluarte na história do Centro Rio. Ele lutou muito pela empresa. Cuidava da parte burocrática, admissão de funcionários, recursos humanos e se dedicava com muita responsabilidade, austeridade. Sempre foi um irmão e profissional exemplar, correto, ético e muito justo.” O fundador do Centro Rio se emociona ao revelar que “o Centro Rio passou, mas, para a gente, ficou a saudade, o respeito dos clientes e da comunidade, mas principalmente a certeza de que foi um lugar onde a gente colecionou muitos amigos, e éramos uma grande e verdadeira família. Eu sempre digo que existe uma Araxá antes e uma depois do Centro Rio. Um ambiente agradável e feliz que vai ficar para sempre na história da nossa Araxá.”  José Maria dos Santos explicou que a empresa Centro Rio finalizou suas atividades no ano de 2004 em razão das alterações e circunstâncias econômicas do País e empresariais do mercado. ( fonte REVISTA ARAXÁ – EDIÇÃO 03 )

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