Pacientes que respiram pela boca têm predisposição
a déficits imunológicos, o que favorece muito a entrada de enfermidades no
organismo, incluindo a Covid-19.
De acordo com o especialista em doenças do sono e
cirurgião dentista, Prof. Plácido Menezes, “os primeiros soldados estão no
nariz para produzirem anticorpos e combaterem os agentes agressores. O paciente
que respira pela boca apresenta um significativo déficit imunológico.
Imaginemos um carro sem filtro de ar do motor. Em seis meses ele precisa ir à
oficina, além de aumentar o consumo de combustível”.
Na opinião do especialista, a respiração oral
facilita a entrada de enfermidades bacterianas e virais como a Covid, além de
males ocasionados por déficits hormonais, neurológicos e ainda, processos inflamatórios.
Para piorar a situação, o respirador bucal
apresenta uma deficiência na qualidade do sono, o que pode desencadear uma
série de problemas. “O paciente que tem o costume de respirar pela boca
permanece pouco tempo na fase profunda, momento este que produz hormônios
importantes ao organismo como a progesterona, a testosterona, entre outros. Os
seus micro despertares neurológicos podem estancar a produção de hormônios e
provocar uma série de problemas”, alerta o professor.
Entre as moléstias e distúrbios apontados pelo
especialista em doenças do sono estão amidalites, laringites, rinites,
sinusites, além de déficits de atenção, baixa produção hormonal em mulheres,
ciclos menstruais irregulares, inflamações, problemas neurológicos e até maior
suscetibilidade ao infarto e ao AVC. “Em homens há muitos relatos de impotência
em respiradores bucais por déficit de testosterona, que é produzida na fase
profunda do sono”, adverte.
QUAIS OS TRATAMENTOS?
Segundo o Prof. Plácido Menezes, há recursos
terapêuticos direcionados em mudar o hábito de respirar pela boca. “Há alguns
tratamentos convencionados por especialistas. Mas, eu indico a modulação
respiratória, terapia que usa dispositivos intraorais para a facilitação da
respiração nasal, além de exercícios e até ozonoterapia. É necessário um
trabalho multidisciplinar para recriar a memória neurológica que traga o
paciente a respirar pelo nariz”, finaliza o especialista.
Prof. Plácido Menezes
Além de
cirurgião-dentista, o Prof. Plácido Menezes é expert em distúrbios do sono e
ortodontia.
Mestrando
em Farmacologia pela Faculdade de Medicina da Unicamp (SP), é membro integrante
da Associação Brasileira do Sono (ABS) e da Associação Brasileira da
Odontologia do Sono (ABROS), além de atuar como professor da Uniface Academy,
além de ter ministrado aulas em faculdades como a Unoeste, de Presidente
Prudente, interior de São Paulo e Uninga, de Campo Grande (MS).
Atualmente,
Prof. Plácido Menezes é dono da Clínica ASF Odontologia, situada em Campo
Grande, capital do Mato Grosso do Sul.