quinta-feira, 11 de março de 2021

Estrabismo pode ser tratado com toxina botulínica?

 


Famosa hoje pelo seu uso estético, a substância foi usada pela primeira vez para tratar o estrabismo, em 1983.
 

São Paulo, 09 de março de 2021 –  Sim! A toxina botulinica pode ser usada para tratar o estrabismo!
 
Poucas pessoas sabem, mas a toxina botulínica foi descoberta em 1822 pelo médico alemão Dr. Justinus Kerner. Na época, ele identificou que a salsicha continha um veneno que causava uma espécie de gastroenterite, depois chamada de botulismo. Botulus, em latim, significa salsicha.
 
Mas, foi apenas em 1983 que o médico oftalmologista americano Alan B. Scott iniciou a aplicação da toxina botulínica como uma terapia alternativa para tratar o estrabismo, sem necessidade de cirurgia. A substância provoca um relaxamento dos músculos, bloqueando a atividade motora involuntária.
 
Vantagens ou desvantagens?
 
Segundo Dra. Marcela Barreira, Oftalmopediatra e Especialista em Estrabismo, embora seja uma ótima alternativa e um recurso adicional no tratamento dos desvios oculares, a toxina botulínica tem algumas desvantagens.
 
“Em alguns pacientes, o resultado pode não ser tão eficaz. Isso porque podem acontecer algumas situações, como a necessidade de nova aplicação ou até mesmo a falta de resposta do organismo à toxina”, explica a médica.
 
“Hoje em dia, o principal uso da toxina botulínica é no estrabismo paralitico, ou seja, naquele desvio adquirido por uma paralisia do músculo, principalmente no músculo reto lateral”, diz Dra. Marcela.
 
Ela conta ainda que outros estrabismos também podem se beneficiar da toxina botulínica, como os estrabismos convergentes (olho para dentro) de pequeno e médio ângulos.
 
A toxina botulínica pode ser usada em todos os tipos de estrabismo?
 
De acordo com a médica, pode. Mas, os estudos feitos demonstram uma resposta muito menos satisfatória em relação ao alinhamento dos olhos quando a toxina é aplicada em estrabismos de grande ângulo.
 
“Esses casos, normalmente, exigem mais aplicações para tentar se obter um bom resultado. E quando estamos falando de uma criança, múltiplas aplicações requerem múltiplas anestesias gerais e ainda assim não é possível garantir que a criança não precisará de cirurgia depois dessas aplicações”, afirma Dra. Marcela. 

 “É por esse motivo que em estrabismos convergentes, de médio e grande ângulo, a cirurgia é a primeira escolha, pois o resultado é mais confiável e seguro. Em desvios pequenos, por outro lado, sua utilização é extremamente bem difundida e os resultados são excelentes, tanto para crianças quanto para adultos. Em desvios verticais pequenos, sua utilização também tem bons resultados”.
 
Segundo Dra. Marcela, nos desvios divergentes (olhinho para fora) a utilização da toxina botulínica é bem menos frequente, porque o efeito no músculo reto lateral (músculo que puxa o olhinho para fora) é pior (não se sabe o motivo dessa pior resposta nesses músculos). Portanto, nesses casos, a melhor opção ainda é a cirurgia. 
 
Cada caso de estrabismo deve ser avaliado individualmente para determinar qual é o melhor tratamento, sendo o médico especialista em Estrabismo o profissional mais bem preparado e capacitado para realizar o diagnóstico e o tratamento desta condição ocular.  

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Mercado da beleza masculina se mantém aquecido durante a pandemia

 


A pandemia da Covid-19 não impediu o aquecimento do mercado da beleza masculina. Somente no ano passado, 11,4 mil empresas foram formalizadas no Paraná, atingindo um total de 73 mil negócios no setor, o que representa 4,62% das empresas ativas no Estado. Em todo Brasil, eram 1,2 milhão de empresas até 2020.

Um exemplo desse crescimento são os novos conceitos de barbearias que têm atraído oportunidades de negócios no ramo, a partir da mudança de comportamento dos homens em relação à beleza, que começaram a exigir cuidados diferenciados, inspirados em design de barba e cabelo.

Em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, o empresário João Diniz da Cunha Castro é a prova que a busca por inovação traz resultados. Há sete anos, ele apostou no setor após deixar de lado a carreira de publicitário. Inicialmente o serviço de barba e corte de cabelo era oferecido na residência ou no local de trabalho do cliente.

“Em 12 meses eu conquistei uma carteira de 1,3 mil clientes. Ter um espaço físico tornou-se uma necessidade. Abri o próprio negócio, totalmente diferenciado dos modelos convencionais que existiam na época para atender o público fidelizado. Junto com minhas irmãs focamos em oferecer o que havia de melhor na área”, conta.

Além da implementação da “barboterapia”, que é um tratamento com ozônio para a limpeza da pele, o espaço físico agregou valor ao negócio, com local para jogos, vendas de bebidas, entre outros atrativos para atrair novos perfis de clientes.

“Em um ano, crescemos 300%. Sempre busquei inovar, trazer novidades e oferecer qualidade no serviço”, reforça. A expansão do negócio permitiu a instalação de novas unidades em Ponta Grossa – uma dentro de um shopping center e a outra em uma fábrica de cervejas – além de pontos em São Paulo e Curitiba.

A pandemia da Covid-19, no entanto, não impediu o empresário de crescer. “Investimos em segurança e mostramos para nossos clientes que nossas unidades estavam seguras. Não nos limitamos apenas ao uso de álcool em gel e máscaras, mas investimos em cuidados com as vestimentas, higienização de equipamentos e do ambiente, por exemplo”, explica.

Para a consultora do Sebrae/PR, Gabriela Cipriano, vender experiência para o cliente é sinônimo de fidelização. “Aposte nos cuidados, nos detalhes, na comodidade, mantenha a qualidade, facilite a vida do cliente por meio da tecnologia, por exemplo: agendamento por meio de aplicativo, orientação na utilização de produtos”, sugere.

Outra dica é estar antenado à inovação de cortes e tendências. “Grande parte das pessoas se espelham nos jogadores de futebol, artistas, nos influenciadores digitais, enfim, em celebridades que ditam a moda”, explica.

Em Curitiba, Marcelo Ramos Sena trabalhava com serviços de instalação de internet, mas sempre teve o sonho de abrir o seu próprio negócio. Após realizar os cursos necessários ele inaugurou a sua barbearia, em fevereiro de 2020, pouco antes do início da pandemia. Além de buscar novos clientes por meio de seus contatos e de publicações em redes sociais, o empreendedor passou a oferecer petiscos e bebidas durante os cortes. Dessa maneira, ele percebeu que poderia vincular seus serviços a novos produtos que pudessem atrair clientes e passou a vender também espetinhos e bebidas, e até mesmo camisetas, bonés e acessórios.

“O segmento de barbearias possui uma grande concorrência e alguns picos de movimento, como foi o caso do final do ano passado, e alguns momentos em que é menor como no mês de janeiro. A venda dos espetinhos foi uma maneira de diferenciar o negócio do mercado e tem chamado bastante a atenção do pessoal que passa por ali. Mesmo com todas as dificuldades, a gente vê que tem um bom potencial de crescimento, especialmente com a venda desses produtos”, afirma ele. 

Perspectivas para 2021

A expectativa é que o segmento de embelezamento só volte a alcançar o faturamento do período pré-pandemia a partir do 2º semestre do ano.  De acordo com as pesquisas realizadas pelo Sebrae, em parceria com a FGV, em um primeiro momento as perdas no faturamento no setor de embelezamento chegaram a 89%. Atualmente, o monitoramento aponta que já houve uma ligeira recuperação, com uma receita que, em média, encontra-se em torno de 50%, quando comparado ao período anterior à crise. É importante lembrar que as orientações a respeito dos cuidados sanitários continuam valendo e com eles as medidas que restringem – por exemplo – o atendimento simultâneo de muitos clientes.  

O agro brasileiro alimenta 800 milhões de pessoas, diz estudo da Embrapa

 


        A participação do Brasil no mercado mundial de alimentos saltou de 20,6 bilhões para 100 bilhões de dólares, nos últimos dez anos, com destaque para carne, soja, milho, algodão e produtos florestais. Segundo especialistas da Embrapa, os dados indicam que a contribuição do Brasil para o abastecimento mundial deverá aumentar ainda mais nos próximos anos.

Confira a matéria completa no Portal da Embrapa

A informação faz parte do mais recente estudo de autoria de Elisio Contini e Adalberto Aragão,  da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Embrapa (Sire) sob o título “O Agro brasileiro alimenta 800 milhões de pessoas”.  O estudo completo  encontra-se disponível no Sistema Agropensa (disponível aqui).

“É importante conhecer a contribuição do Agro Brasileiro na disponibilidade de alimentos para a sociedade brasileira e para o mundo. Em termos de pessoas alimentadas, em manifestações de autoridades e trabalhos técnicos os números  variavam de 1 a 1,5 bilhões de pessoas. Decidimos checar estes números, partindo da produção de grãos e oleaginosas do Brasil em relação à mundial”, explica o pesquisador Elísio Contini.

Nessa direção, o estudo  adotou um método que considera a produção de grãos e oleaginosas - alimentos básicos de amplas populações no mundo e também considerados básicos para a produção de proteína animal-, para quantificar quanto o agro brasileiro contirbui para a alimentação de pessoas no Brasil e no mundo.

“A hipótese é de que os grãos e as oleaginosas vêm sendo a base   da alimentação humana, para consumo direto das pessoas, alimentos processados ou como insumo para ração para a produção das principais carnes”, afirmam os autores do trabalho que adotaram para a exeução do cálculo a classificação de "alimentos" utilizada pelo Banco Mundial para a elaboração do  Food Price Index.

O indexador “Food Price Index” considera os seguintes  cereais: arroz, trigo, milho e cevada; óleos vegetais e tortas: soja, óleo de soja, torta de soja, óleo de dendê, de coco e de amendoim; além de outros alimentos: açúcar, banana, carne de boi, de aves e laranja.

Dois caminhos

Os autores do estudo realizaram dois cálculos para se chegar a quantidade de pessoas que o Brasil pode alimentar no mundo. O primeiro é baseado na produção física de grãos e o segundo agrega à esta produção física o seu respectivo valor monetário, a partir de preços internacionais.

Outra inovação do trabalho é a conversão da carne bovina exportada.“Como a carne bovina brasileira exportada é produzida a pasto, convertemos esta exportação para equivalente grãos e quantificamos quantas pessoas são alimentadas por esta carne. Esta é a segunda alternativa do estudo”, esclarece Contini.

Para as duas alternativas, calculou-se o número de pessoas que a produção brasileira pode alimentar no mundo, incluindo o Brasil. Para os autores, a segunda alternativa aproxima-se mais da resposta esperada.

“Na primeira alternativa, baseada na produção física, utilizaram-se dados do International Grains Council (IGC), subtraindo-se as importações de grãos feitas pelo Brasil. A partir dos dados de produção, estabeleceu-se o percentual da produção brasileira destes grãos em relação à mundial. Com dados da população mundial, foi possível quantificar o número de pessoas que o Brasil pode alimentar, com base na sua participação na produção mundial de grãos e oleaginosas”, detalham os autores do estudo.

Como resultado deste primeiro cálculo chegou-se à seguinte conclusão: no período considerado, a participação do Brasil na produção mundial de grãos cresceu de 6% em 2011 para 8% em 2020.

“Assim, as pessoas alimentadas pelo Brasil no ano de 2020 são a população brasileira de 212,235 milhões de pessoas e mais 424,687 milhões de pessoas em outros países, pelas suas exportações de grãos, oleaginosas e carnes de aves e suínos”, explicam  Contini e Aragão.

Para a segunda estimativa, os autores utilizaram o seguinte método: estimou-se a população alimentada pelo Brasil não mais na quantidade de produção, mas a partir dos preços internacionais dos produtos, estabelecidos pelo FMI, multiplicados pela produção física, a cada ano. À esta alternativa, transformou-se a carne bovina exportada em equivalente grãos. Em seguida, fez-se a sua proporção em relação ao total, como realizado anteriormente.

“Os dados mostraram que o Brasil, em 2020, forneceu alimentos para 772,600 milhões de pessoas, sendo 212,235 da população brasileira e mais 560,365 milhões de outros países, por meio da exportação de grãos e da carne bovina convertida em grãos. A variação da população total alimentada pelo Brasil em 2019 de 809,472 milhões em relação a 2020 deve-se à variação de preços dos produtos nos dois anos considerados. Assim, pode-se afirmar que ao redor de 800 milhões de pessoas são alimentadas pelo Brasil, incluindo a população brasileira”, afirmam os autores.

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