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Minas Gerais obteve pontuação máxima na Escala Brasil Transparente (EBT) - Avaliação 360º, da Controladoria-Geral da União (CGU), divulgada nesta sexta-feira (12/3). Com isso, o Estado lidera o ranking de transparência pública no país, juntamente com Espírito Santo e Ceará.
A Escala Brasil Transparente – Avaliação 360º - é considerada uma inovação na tradicional metodologia de avaliação da transparência pública adotada pela CGU. A EBT foi ajustada para contemplar não apenas a transparência passiva, mas também a transparência ativa que corresponde à publicação de informações na internet.
“Quando assumimos, em janeiro de 2019, ocupávamos a 20ª colocação", afirma o controlador-geral do Estado, Rodrigo Fontenelle, que também parabeniza o empenho de todas as equipes e órgãos envolvidos para a conquista do primeiro lugar. Nesses dois anos a atual gestão, complementa Fontenelle, foram dados total apoio e autonomia pelo governador Romeu Zema para o trabalho, o que permitiu "recolocar Minas no lugar que merece em relação à transparência".
A primeira avaliação utilizando a metodologia da EBT aconteceu em 2018. Naquele ano a pontuação de Minas Gerais foi de 7.36, ficando na 20ª posição no ranking dos estados. A partir da análise dos critérios de avaliação utilizados pela CGU, começou já em 2019 a execução de um plano de ação para atender aos requisitos da avaliação.
“A evolução de MG nas ações de transparência pública foi possível pela diretriz estratégica do governo, apoio e suporte do gabinete CGE e a dedicação de toda a equipe da Subcontroladoria de Transparência e Integridade (Suti) para melhorar a interface com o cidadão e atender à lei de acesso à informação”, Nicolle Bleme, subcontroladora da Suti/CGE. “O empenho dos órgãos e entidades no atendimento aos pedidos de acesso à informação de forma tempestiva e adequada foi fundamental para essa conquista”, reforça.
Transparência como regra
Minas Gerais tem se firmado, cada vez mais, como um dos Estados mais compromissados com a transparência das informações públicas.
Prova disso é que, ao longo de 2020, organizações não governamentais independentes avaliaram a qualidade dos dados e informações disponibilizados pelo Portal da Transparência de MG relativas à pandemia, posicionando o estado sempre entre os líderes.
Além disso, inovações e aprimoramentos na disponibilização de informações públicas são constantes. No último ano, por exemplo, diversas funcionalidades foram incorporadas ao Portal da Transparência com o objetivo de aumentar a usabilidade e melhorar a experiência dos usuários. Algumas delas:
- consulta do histórico mensal da remuneração de determinado servidor numa mesma página, bem como a possibilidade de realizar o download desse histórico;
- descaracterização de dados pessoais;
- inclusão da possibilidade de marcar e desmarcar todos os checkboxes nas pesquisas avançadas;
- inclusão de modos de pesquisa adicionais na consulta restos a pagar;
- incorporação de fale conosco centralizado; integração com o Sistema Integrado de Administração Financeira de Minas Gerais (Siafi) - campo histórico do empenho;
- inclusão da memória de cálculo do valor pago.
Dados
Minas Gerais lançou, ainda, o novo Portal de Dados Abertos com o objetivo de dar publicidade a informações sobre os processos de gestão de finanças públicas dos órgãos e entidades do Poder Executivo estadual. O novo portal atua como ponto de referência para busca e acesso a dados públicos sobre quaisquer assuntos de interesse da sociedade, como saúde, educação, segurança pública, assistência social, esportes e turismo.
Além disso, com o intuito de aumentar a qualidade dos dados e metadados publicados, os novos conjuntos de dados serão documentados conforme padrão de metadados legível por máquina. Isso possibilita, por exemplo, a validação automática se os dados estão em conformidade com a documentação.
O Estado também evoluiu na chamada transparência passiva, isto é, na disponibilização de informações sob demanda. Ao longo de 2020 foram elaboradas estratégias para otimizar o atendimento dos órgãos e entidades, e garantir mais qualidade da informação. No último ano, foram mais de 5 mil demandas recebidas por meio do e-sic do Portal da Transparência.
Por meio da CGE-MG, o Governo do Estado ainda publicou súmulas administrativas pelo fortalecimento da transparência. Elas podem ser consultadas em www.controladoriageral.mg.gov.br.
O Governo de Minas Gerais assinou, nessa quinta-feira (11/3), termo de compromisso para construção de uma biofábrica e implementação do Método Wolbachia para controle das arboviroses nos municípios impactados pelo rompimento da barragem em Brumadinho. O custeio operacional será garantido por cinco anos.
O documento, firmado por meio da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), com apoio do Comitê Gestor Pró-Brumadinho e da Advocacia-Geral do Estado (AGE-MG), utiliza recursos do Termo de Medidas de Reparação pelos danos ambientais e sociais decorrentes do rompimento da barragem B-1, em Brumadinho, celebrado em 4 de fevereiro de 2021, entre Governo de Minas, a mineradora Vale, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG).
A construção da fábrica será em Belo Horizonte, com previsão para durar 15 meses, a partir da liberação do terreno cedido pelo Estado. O valor da obra ainda está sendo estimado, mas tem como orçamento preliminar R$ 10,7 milhões. A implementação do projeto Wolbachia terá investimento de aproximadamente R$ 57,1 milhões, recurso originado do termo de medidas de reparação.
Produção
A biofábrica vai produzir mosquitos com Wolbachia (bactéria), que serão soltos no ambiente para se reproduzirem com os Aedes aegypti locais. O objetivo é estabelecer uma população de mosquitos que tenha o microrganismo intracelular em sua composição, como ocorre na natureza com outros insetos. Cabe esclarecer que estes mosquitos não são transgênicos e não transmitem doenças. Ao contrário, ajudam no controle das arboviroses, doenças causadas por vírus transmitidos pelo Aedes aegypti. Com o tempo, o percentual de mosquitos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça alta sem a necessidade de novas liberações.
O processo biológico se dará por meio do Método Wolbachia, implementado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em conjunto com o World Mosquito Program (WMP), em parceria com a SES-MG. Os mosquitos produzidos serão utilizados para controlar a ocorrência das arboviroses, como a dengue, zika e chikungunya nos municípios da bacia do rio Paraopeba atingidos pelo rompimento da barragem.
A SES-MG esclarece que o acompanhamento dos dados de notificação de dengue nesses municípios não demostra alterações atípicas na ocorrência dessas doenças. O método, como ressalta a subsecretária de Vigilância em Saúde, Janaína Passos, vem mais como uma estratégia contra as arboviroses.
"Com a implementação do projeto, esperamos que a incidência de dengue seja ainda mais reduzida em áreas que recebam a intervenção com os wolbitos. Em contrapartida, é primordial que a população faça a sua parte, eliminando criadouros de mosquitos no entorno das casas”, afirma.
Há a possibilidade, também, caso haja disponibilidade financeira dos valores disponibilizados, de o projeto ser ampliado para outros municípios mineiros. No entanto, segundo Janaína Passos, o que está previsto neste momento para essas outras cidades são ações de rotina de combate às arboviroses, como operações para conter a proliferação do mosquito e controle das doenças.
Fábrica
A biofábrica será construída pela mineradora Vale, com apoio técnico da SES-MG, World Mosquito Program e Fiocruz. A instituição será responsável por construir, equipar e mobiliar a estrutura, que será de propriedade do Estado de Minas Gerais. A operacionalização será conduzida pela Fiocruz e pelo WMP, que deverão realizar a implementação do projeto nos municípios impactados.
A expectativa é de que a liberação de mosquitos seja iniciada cerca de quatro meses após a entrega da biofábrica e que a implementação completa do Método Wolbachia seja concretizada em cinco anos.
Método Wolbachia
O Método Wolbachia, iniciativa do World Mosquito Program (WMP), conduzida no país pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), utiliza a bactéria Wolbachia para o controle de arboviroses, doenças que são transmitidas por mosquitos. Os insetos que nascem com o microrganismo são chamados wolbitos. Como já reforçado, eles não são transgênicos e não transmitem doenças.
A Wolbachia é um microrganismo intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti. Quando presente nestes mosquitos, impede que os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do mosquito, contribuindo para redução destas doenças.
O método tem eficácia comprovada. “Estudo realizado na Indonésia apontou redução de 77% dos casos de Dengue nas áreas que receberam os mosquitos com Wolbachia. No Brasil, dados preliminares apontam redução de até 77% de casos de Dengue e 60% dos casos de Chikungunya em Niterói, onde o método é implementado desde 2015”, afirma o pesquisador da Fiocruz e responsável pelo método no Brasil, Luciano Moreira.
Este método de controle das arboviroses foi desenvolvido na Austrália pelo World Mosquito Program e atualmente atua em 11 países e mais de 20 cidades. No Brasil, a iniciativa é conduzida pela Fiocruz, com financiamento do Ministério da Saúde, e atualmente está sendo implementada no Rio de Janeiro (RJ), Niterói (RJ), Belo Horizonte (MG), Petrolina (PE) e Campo Grande (MS).
Mais informações sobre o Método Wolbachia estão disponíveis no site: wmpbrasil.org ou nas redes sociais: @wmpbrasil.