A Câmara Municipal realizou mais um importante Fórum Comunitário
na tarde da quinta-feira (06), desta vez com o tema volta às aulas. A sessão
foi um pedido do vereador Luiz Carlos Bittencourt e teve como signatária a
vereadora Maristela Dutra, responsável por conduzir a reunião. A grande maioria
da comunidade civil estava representada e pôde apresentar suas considerações
favoráveis ou contrárias ao retorno do ano letivo de forma presencial. A
comunidade pôde enviar dúvidas, críticas e sugestões para um número de WhatsApp
previamente divulgado.
A secretária de Educação, Zulma Moreira, garantiu que as escolas
vão voltar às aulas de forma presencial, mas sem o risco de fechar logo depois.
Ainda, segundo ela, são 3,5 mil alunos na rede particular e mais de 23,5 mil
alunos na rede pública de ensino. Zulma informou que das 46 escolas públicas,
sete ainda não têm condições de retornar com aulas presenciais. “Mas no prazo
de algumas semanas vão passar por reformas, que ainda não foram realizadas devido
à demora nas licitações.”
Zulma informou ainda que ao todo são 60 escolas púbicas de
responsabilidade do município, incluindo as unidades conveniadas. “Estamos com
as escolas prontas para voltar. Mas eu domino a educação, não domino a ciência.
Temos que respeitar o direito do professor à vacina, além das decisões do
Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19”, finalizou.
A secretária de Saúde, Lorena Pinho, informou que a Secretaria é
composta por pessoas sérias e que buscam a melhor forma de resolver a situação.
“Como mãe, hoje eu não deixo a minha filha voltar para escola”, enfatizou.
Lorena informou ainda que nesta sexta-feira (7), a Prefeitura vai receber 100
ampolas do kit intubação do Governo do Estado, porém atualmente são utilizadas
mais de 400 ampolas por dia, medicação que não é utilizada apenas por pacientes
com Covid-19.
Impedida de participar do Fórum Comunitário por agenda incompatível,
a promotora de Justiça e Curadora da Infância e Juventude, Mara Lúcia Dourado,
destacou em correspondência enviada que qualquer decisão pelo retorno ou não
das aulas, deve ser única, tanto para as escolas de públicas quanto
particulares.
O presidente do Sindicato dos Professores das Escolas
Particulares, Marcos Genario Mariano, afirma que os professores querem voltar
às salas de aula, porém com segurança.
A presidente do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação
(Sind-Ute), Luciana Silva, afirma que a comunidade está preocupada no retorno
das aulas presenciais, numa hora que é impossível, que o sistema de saúde não
consegue receber mais gente. “Nem todas as escolas estão preparadas para abrir.
A população é a mesma e os cuidados tem que ser os mesmos também.”
A presidente do Sindicato dos Comerciários e representante das
escolas particulares, Dayse Lucia, afirma que as escolas da rede privada estão
se preparando desde 2020 para voltar a receber seus alunos de forma presencial.
Ela acredita que as aulas deveriam estar, no mínino, sendo ministradas de forma
híbrida. “O que queremos é o direito de mostrar o quanto as escolas são capazes
e, através da nossa experiência educacional, levar à comunidade as mais
diversas formas de combater a pandemia”, disse.
A representante dos pais de alunos das escolas particulares,
Mirella Carlotto Portalete Cardoso, afirma que tem um abaixo assinado dos pais
da rede privada da rede de ensino que querem o retorno de, pelo menos, as aulas
híbridas. Ela sugeriu ainda a emissão de um boletim epidemiológico infantil,
informando a quantidade de casos entre crianças. “Não podemos condicionar o
retorno às aulas com a vacinação de toda a comunidade.”
O presidente do Sinplalto, Hely Aires, destaca que no Poder Púbico
não é possível “inventar moda”, é necessário cumprir o que está na lei. Segundo
ele, qualquer que seja a medida tomada, pelo retorno ou não das aulas, vai ter
parte da população que vai concordar e outra que será contra. “Nós estamos
defendendo e decidindo sobre a vida. Tratando de trabalho, saúde e educação”,
destacou
O procurador da Prefeitura de Araxá, Rick Paranhos, esclareceu
dúvidas quanto à obrigatoriedade dos pais enviarem seus filhos à escola, no
caso de retorno presencial. Segundo ele, os pais não serão obrigados a manter
seus filhos nas aulas, mesmo que no sistema híbrido. Rick esclareceu ainda sobre
a reabertura do comércio, que garante a sustentabilidade econômica e social das
milhares de famílias que dependem desse segmento para sobreviver.
No encerramento do Fórum, Zulma anunciou que será realizada uma
reunião na próxima terça-feira (11) em que será definida a data para o retorno
às aulas, considerando todos os aspectos favoráveis e contrários.