Cada vez mais ansiosos e estressados, brasileiros podem estar colocando o coração em risco, alerta o cardiologista Dr. Roberto Yano.
Coração acelerado, tremor, angústia, apreensão, irritabilidade, dificuldade de concentração, perturbação do sono... Estes sintomas são muito comuns em quem está passando por uma crise de ansiedade ou por situações de estresse. Além de prejudicar a pessoa do ponto de vista da saúde mental, o estresse pode afetar também o coração de forma negativa.
Não é segredo para ninguém que a pandemia trouxe profundas transformações na vida de todos. As pessoas ficaram isoladas em casa e distantes dos amigos e familiares. Tal contexto ajudou na prevenção contra a Covid-19, mas pode ter colocado o coração em uma situação perigosa, alerta o cardiologista Dr. Roberto Yano. “Pessoas que nunca tiveram transtornos de ansiedade, depressão ou síndrome do pânico, passaram a tê-los depois de terem seus hábitos totalmente transformados nesse período. A prevalência desses transtornos foi, ainda maior nas pessoas acometidas pela Covid-19.” Inclusive, um estudo realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em meados de 2020, mostrou que 80% da população brasileira tornou-se mais ansiosa depois da pandemia.
Além disso, Dr. Yano revela que “o estresse também causa um aumento dos níveis de adrenalina, que por sua vez, eleva os níveis da pressão arterial. Além disso, as pessoas estão se exercitando cada vez menos, se alimentando mal, se privando de lazer e de boas noites de sono, estão com seu perfil metabólico todo alterado, com aumento dos níveis de LDL-colesterol, queda dos níveis de HDL-colesterol e aumento da glicemia. Todos esses fatores de risco, com certeza, contribuíram para o aumento de doenças cardiovasculares e a tendência é piorar nos próximos anos”.
Nesse cenário, o cardiologista lembra que a ansiedade “pode acelerar os batimentos cardíacos, levar ao mecanismo de vasoconstrição arterial, elevando a pressão arterial e aumentando o risco de infarto e AVC”. Dr. Yano ainda acrescenta, “também observamos um aumento do número de casos de infarto em pessoas jovens ansiosas”.
Infelizmente a lista não para por aí. Dr. Roberto ressalta que a ansiedade “também pode provocar arritmias cardíacas, podendo levar o paciente a quadros de palpitação, dor no peito, tontura, síncope e até derrame cerebral”.
Diante destes fatos, o cardiologista orienta vencer o receio e retomar o seguimento com um médico de confiança; “A pessoa pode até ficar em casa. Atualmente existe o atendimento online via telemedicina. Afinal, não podemos deixar o coração de lado. Enfim proteja-se da Covid-19, mas não deixe o seu acompanhamento cardiológico de lado. É importante ressaltar que todo paciente que adquiriu a Covid-19 deve passar depois por atendimento cardiológico, para avaliação de possíveis sequelas cardíacas, cada vez mais evidentes em novas pesquisas científicas”.
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