A
Câmara Municipal realizou, nesta quarta-feira (26), Fórum Comunitário para
debater a situação das invasões no Município de Araxá. A sessão, solicitada
pelo Vereador Evaldo do Ferrocarril, foi dirigida pela Vice-presidente da Casa
da Cidadania, Vereadora Fernanda Castelha. Diversos parlamentares e autoridades
estiveram presentes no Plenário Vereador Guilherme Gotelip Neto.
“São
Direitos Constitucionais de todos cidadãos a dignidade humana e a moradia. Frente
à realidade de desigualdade histórica que estamos vivendo, associada a
diferentes fatores sociais e econômicos, grande número de pessoas encontra-se
desassistidas em suas condições básicas e destinam-se à invasão de terrenos,
construindo moradias inadequadas a fim de exercerem a sua condição mínima de habitação,
causando sérios riscos de saneamento, saúde e segurança dos mesmos”, afirmou o
propositor Evaldo.
A
Secretária Municipal de Ação Social, Cristiane Gonçalves Pereira, apresentou um
estudo sobre as áreas de ocupações irregulares. De 302 famílias, 237 são de
outras cidades e 65 são de Araxá, divididos entre 379 crianças e 564 adultos.
Das 302, 182 famílias possuem renda de até 1.100 reais, sendo a maioria
autônomos. Os bairros São Francisco, Santa Maria, Ana Pinto, Bom Jesus e Novo
Horizonte contam com o maior número de ocupações.
O
Procurador do Município, Dr. Rick Paranhos, falou sobre a criação do Comitê
Integrado de Combate às invasões diárias no município. Um decreto será assinado
em breve pelo Prefeito Robson Magela para a sua instituição. Em seguida, o Major
Reginaldo Silva, da Polícia Militar, afirmou que a PM já tem conhecimento do
problema há décadas, e ao longo dos anos as invasões ficaram só nos registros,
sem ações coordenadas: “O crescimento urbano desordenado favorece o
desenvolvimento de crimes de vandalismo, invasões, ocorrências de Maria da
Penha, etc.”, informou.
Moradores
do Setor Norte enviaram um manifesto à Câmara, cumprimentando as autoridades e
afirmando o seguinte: “As invasões vem trazendo gravíssimos problemas que vão
desde a segurança do bairro até a desvalorização dos imóveis. Com as invasões,
vem o tráfico de drogas, furtos e outros crimes que prejudicam moradores e
cidadãos pagadores de impostos, não trazendo o sossego que tanto sonhamos em
nossos momentos de descanso e lazer. O caso é de extrema urgência e nós
clamamos por socorro e que o poder público nos ouça e nos ajude a resolver essa
situação gravíssima com celeridade”.
Ao
fim da sessão, os presentes apresentaram sugestões e perguntas. Os
participantes apontaram a criação do Comitê e a realização de ações coordenadas
como fundamentais para o enfretamento do problema notadamente complexo.
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