sexta-feira, 7 de maio de 2021

Redução de minhocas compromete a fertilidade em áreas sob plantio direto

 



       Estudos comparativos realizados ao longo de 40 anos pela Embrapa e parceiros apontaram um acentuado declínio das populações de minhocas, em áreas mais antigas de plantio direto (PD) de distintas regiões do Paraná. O dado parece contraditório, já que as minhocas são vistas como símbolo dessa prática conservacionista, a mais adotada do País. No entanto, os pesquisadores alertam que o problema não se deve ao PD especificamente, mas ao manejo inadequado que vem sendo realizado nos últimos anos. O sistema plantio direto (SPD) baseia-se em três princípios que devem ser observados: mexer minimamente o solo, manter a cobertura vegetal e usar rotação e diversificação de culturas (veja  o quadro sobre as diferenças entre o PD e o SPD).

O uso de maquinário pesado que compacta o solo, o revolvimento da terra com grade, o aumento do uso de pesticidas (especialmente fungicidas) e a ausência de rotação de culturas são alguns dos manejos inadequados que podem estar relacionados à queda das populações de minhocas.

Especialista nesses animais, o pesquisador George Brown, da Embrapa Florestas (PR), conta que, em 2003, quando publicou a primeira síntese sobre minhocas em plantio direto, os dados mostravam uma correlação significativa e positiva entre a abundância de minhocas e a idade do PD. Ou seja, quanto mais antiga a adoção do plantio direto, mais minhocas ocorriam, e o inverso foi destacado para áreas sob plantio convencional. De 2003 para cá, o número de locais avaliados aumentou de dez para 169 áreas com PD. Em 128 delas foram feitos estudos detalhados para relacionar a idade do PD e a abundância de minhocas.

Usando os dados compilados até 2019, foi encontrada uma relação negativa entre a abundância de minhocas e a idade do PD. A riqueza de espécies também foi avaliada (em 93 áreas), porém, não foi constatada relação com a idade do PD. Estudos mais recentes também foram realizados em três áreas referências de pioneirismo na adoção do SPD no estado paranaense: Faxinal (32 anos), Mauá da Serra (46 anos) e Palmeira (44 anos). Nesse trabalho foi encontrada, no máximo, só uma minhoca por metro quadrado (Palmeira) e entre três (Faxinal e Mauá da Serra) e cinco (Palmeira) espécies de minhocas. 

As razões do declínio 

De acordo com Brown, as propriedades rurais avaliadas possuem tempos diferentes de prática de plantio direto. “Mas conhecendo a realidade do manejo do plantio direto no Paraná, sabemos que são principalmente áreas de produção de soja e milho no verão e de trigo, aveia e culturas de cobertura no inverno, que permitem fazer a generalização para outras áreas de plantio direto na Região Sul do País”, explica. 

Para a pesquisadora Marie Bartz, da Universidade de Coimbra (UC), em Portugal, uma das principais causas do declínio é a flexibilização dos três pilares do SPD. “Quando não se praticam os três princípios, já não é sistema e os problemas surgem, como compactação do solo e falta de cobertura. Isso acaba afetando a população de minhocas e toda biologia do solo”, analisa a cientista, que também participou das pesquisas.

Além disso, Bartz acredita que, na última década, houve muito “comodismo” de todos os envolvidos, agricultores, pesquisadores e governo. “Tanto o agricultor quanto o pesquisador acharam que já sabiam tudo sobre PD/SPD, enquanto o governo também acabou com as políticas públicas para incentivar a prática. De 2010 em diante, começamos a ver os problemas: retorno da erosão e solos compactados, cenas muito severas. A gente ouve falar: ‘Vou dar aquela mexidinha no solo para fazer uma descompactação’, mas o agricultor não tem ideia de que essa ’mexidinha‘ com grade compromete toda a estruturação de biologia construída durante aquele tempo. Para mim, não há um limite aceitável. Se descumprir algum desses princípios, é preciso estar ciente que será preciso arcar com as consequências, retrocedendo e voltando à estaca zero do que construiu ao longo dos anos com o sistema”, enfatiza.

Minhocas como indicadoras de qualidade

Monitorar a abundância e a riqueza de minhocas ao longo do tempo é uma atividade importante realizada pela pesquisa, pois elas são vistas como indicadoras de qualidade do solo. Esses pequenos animais realizam importantes serviços ecossistêmicos e contribuem para a formação do solo, a ciclagem de nutrientes, o sequestro de carbono, a disponibilidade de água, o controle da erosão e a produtividade vegetal. 

“Além de criar uma estruturação melhor do solo, as minhocas promovem populações de microrganismos benéficos e ajudam na disponibilização de nutrientes para as plantas. Uma boa parte das minhocas brasileiras também possui glândulas calcíferas, que absorvem o CO2 que está em altas concentrações no solo, e o combinam com cálcio produzindo carbonato de cálcio. O carbonato de cálcio é a cal agrícola, aplicada sobre o solo para reduzir sua acidez (aumentar o pH). Ou seja, além de as minhocas processarem material orgânico e mudarem o pH, elas aumentam a disponibilização de nutrientes, principalmente cálcio, magnésio, fósforo e nitrogênio nos coprólitos (dejeções das minhocas)”, explica Brown.

Pesticidas

Outra possível causa apontada pelos pesquisadores tem a ver com a quantidade de agrotóxicos utilizada nas duas últimas décadas. “No início dos anos 2000, nas áreas de lavouras no Brasil, especialmente nas culturas de soja e milho, houve uma mudança substancial na prática do uso dos pesticidas. Desde então, ocorreu um importante aumento na quantidade de aplicações, o que também pode estar relacionado ao que estamos observando”, aponta Brown. Marie Bartz reitera a hipótese, e relata sobre o uso excessivo de fungicidas. “Com a ferrugem asiática, por exemplo, começou-se a usar mais fungicidas que estão entre os pesticidas maléficos às populações de minhocas”, frisa.

Os pesquisadores vêm alertando sobre as consequências que a agricultura moderna, com o uso de maquinários pesados e pesticidas em excesso, tem trazido para os solos. Segundo eles, essas práticas causarão impactos nos custos para os agricultores e na produção de alimentos para a sociedade. “Temos visto os solos se esterilizando. Eles não têm uma biologia ativa e não conseguem ser produtivos nessas condições”, comenta Bartz. A pesquisadora cita como exemplos de ferramentas para auxiliar na recuperação da biota ativa o uso de produtos biológicos, como a produção on farm de microrganismos para ajudar no desenvolvimento das plantas; e a humificação da matéria orgânica.

Outras alternativas apontadas para melhoria dos solos e redução dos impactos são o uso de mix de plantas de coberturas, manejo integrado de pragas e a inoculação com fixadores de nitrogênio e fungos micorrízicos, que ajudam na absorção de fósforo e nitrogênio pelas plantas. “A tecnologia existe, o que falta é colocarmos em prática tudo o que foi desenvolvido. Mas é uma via de duas mãos, pois o agricultor precisa fazer a parte dele e o governo precisa criar as políticas públicas para incentivar o agricultor nesse sentido. Além disso, todos nós precisamos apoiar o trabalho do agricultor que, apesar de todas as incertezas, produz alimentos para abastecer toda a sociedade”, afirma a pesquisadora.

Plantio direto (PD) e Sistema Plantio Direto (SPD)

O SPD é considerado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) um modelo a ser seguido por outros países. Contudo, de acordo com Bartz, “SPD e PD são diferentes. Plantio Direto é quem planta sobre a palhada para proteger contra erosão e foi como tudo começou. O PD evoluiu para o SPD, que possui requisitos para funcionar na sua potencialidade”. No Brasil, o PD vem sendo praticado desde os anos de 1970 e abrange atualmente cerca de 33 milhões de hectares, dos quais 15% estão no Paraná. Devido à sua importância para a conservação do solo, várias pesquisas vêm sendo realizadas no intuito de monitorar a qualidade dos solos sob essa prática. Até o ano 2019, 17 trabalhos avaliaram a abundância de minhocas (quantidade) e outros nove coletaram dados sobre a riqueza de espécies (tipos diferentes) nesse sistema.

Comparado com o plantio convencional, o PD e o SPD protegem o solo, pois promovem menor perturbação física e proporcionam cobertura vegetal superficial quase constante. Outras vantagens são a redução do uso de maquinário e de combustíveis fósseis, maior sequestro de carbono no solo, e maior acúmulo de matéria orgânica. “A consequência é a melhora da fertilidade e o aumento da biodiversidade, uma série de aspectos que permitem que o agricultor não precise fazer adubação todos os anos, porque o solo começa a ficar rico. À medida que o tempo passa, o SPD promove maior produtividade”, diz Bartz.

Há, porém, um período de transição na adoção do PD e do SPD, em que pode ocorrer uma maior incidência de pragas e doenças, que afetam a produtividade. Outra desvantagem, segundo Bartz, é que o SPD, ao preconizar a rotação e diversificação de culturas, esbarra na agricultura imediatista, em que se planta agora, para produzir na próxima safra. “O que a gente sugere é o mix de coberturas, que vão ajudar a alimentar o solo e ativar a sua parte biológica. Esse é um investimento que os produtores acham caro e que não é possível fazer. Mas, se analisarmos os benefícios a médio e longo prazo que essa utilização de culturas traz para o solo, monetariamente, o agricultor verá que a relação custo-benefício vale a pena”, declara a cientista.

Adotando o SPD segundo suas premissas, o ambiente acaba ficando mais resiliente e equilibrado para passar pelas intempéries, como as secas. “O solo muito bem estruturado, com matéria orgânica, conseguirá absorver e manter mais umidade do que um sistema que não está apto a essas condições. São investimentos que o agricultor faz agora, e que a médio e longo prazo trarão retorno. Os benefícios que as atividades dos organismos do solo, como as minhocas, vão trazer, são inúmeros. Uma população de minhoca ativa vai criar galerias e coprólitos (excrementos), o que promove a fertilidade física e química do solo e impacta diretamente na produtividade da lavoura”, enfatiza.

Menos de 10% faz SPD

Além de pesquisadora de minhocas e do SPD, Marie Bartz traz consigo a “genética” desse sistema, pois é filha de Herbert Bartz, agricultor pioneiro na América Latina em utilizar o plantio direto em escala comercial na sua propriedade no norte do Paraná, e falecido recentemente. De acordo com a experiência da pesquisadora, em suas incursões e estudos pelo Brasil, menos de 10% dos 33 milhões de hectares que utilizam PD em áreas brasileiras são efetivamente manejados usando o SPD.  “A visão do lucro imediato e simplificação do manejo fazem com que não tenhamos um SPD mais difundido. Temos um potencial de melhorar muito ainda, se os agricultores se engajarem em fazer o SPD na sua essência”, diz.

CBMM INFORMA

 

LINK CBMM https://youtu.be/pFAnL0bCVlg

Covid-19: isolamento não pode ser sinônimo de sedentarismo, ansiedade e depressão

 


Estudos mostram redução na prática de atividades físicas devido à pandemia, mas é possível manter a saúde física e mental, mesmo com as dificuldades e incertezas

 

CURITIBA, 05/05/2021 - Um estudo conduzido por sete pesquisadores de quatro universidades (Cambridge e Ulster, na Inglaterra, Yonsei, na Coreia do Sul, e abrasileira Federal de Santa Maria) mostrou que os índices de atividade física caíram de forma significativa durante a pandemia. Publicado em fevereiro de 2021 com o título “Mudanças na atividade física e em comportamentos sedentários de antes e durante a pandemia de Covid-19: uma revisão sistemática”, a pesquisa mostrou que a prática de atividades físicas e a diminuição de comportamentos sedentários afetam positivamente “tanto a saúde física quanto a mental”, recomendando a divulgação de maneiras para elevar as taxas de exercícios, especialmente durante a pandemia.

 

A pesquisa sugere que o isolamento social, assim como a mudança para o home office, contribuiu para a queda das atividades físicas e com o aumento do tempo de sedentarismo e a permanência à frente de telas. Especialista em Medicina do Exercício e do Esporte e em Cardiologia, Marcelo Bichels Leitão, que faz parte do movimento “O Que Conecta Você às Pessoas”, idealizado pela startup MCities (www.mcities.com.br), com foco na saúde física e mental no período da pandemia, afirma que é fundamental se manter ativo durante este momento por inúmeros motivos: melhora da resposta imunológica (inclusive para vacinas), evoluções mais brandas de doenças e benefícios metabólicos, entre outros.

 

“Se pensarmos também na saúde mental, o exercício físico ajuda a reduzir os níveis de ansiedade e depressão, que têm demonstrado, segundo estudos, um aumento significativo pela pandemia”, diz o também membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE). Muitas pessoas se sentem inseguras para sair de casa, mas não é motivo para deixar a atividade física de lado: boa parte dos exercícios pode ser realizados de maneira saudável dentro de casa.

 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda pelo menos 150 minutos de atividades aeróbicas de baixa intensidade e duas sessões de exercícios de força semanais. “A imensa maioria das pessoas que está habituada vai manter atividades que já conhecem, adaptando condições, como a corrida na esteira. Em geral, essas pessoas já conhecem a resposta do seu organismo ao exercício”, explica.

 

Se a pessoa for sedentária, por outro lado, é preciso ter mais cuidado. “Para quem nunca fez exercício físico, a recomendação é para iniciar em atividades de intensidade mais suave e, desde que não tenha queixas, como dores articulares ou musculares, cansaço desproporcional, aperto no peito, pode ir aumentando a duração e a intensidade do exercício de forma gradativa”, acrescenta. Em caso de dúvidas, é possível buscar orientação por meio da telemedicina.

 

Um olhar para a saúde mental

 

Diretor da Cadmo Clínica Médica, o médico psiquiatra Gustavo Sehnem afirma que, assim como o corpo, a saúde mental também é afetada pela pandemia. Situações como o distanciamento social, a incerteza e a insegurança modificaram a rotina e o planejamento de muitas pessoas, afetando os seus hábitos, o que pode refletir na saúde mental. “O estresse prolongado pode ser motivador para situações de ansiedade, depressão, entre outros quadros”, diz Sehnem.

 

O home office fez com que muitas pessoas não consigam definir os horários para se desconectar. Em muitos casos, no início da pandemia, as pessoas se tornaram até mais produtivas, mas não é algo sustentável. “O organismo é interligado. A criação de hábitos, uma rotina de sono, uma alimentação equilibrada e horários de atividade física interferem no dia a dia. Na clínica, observamos como a rotina é importante para as pessoas com os mais diversos quadros”, explica Sehnem.

 

Não é só um potencial aumento de trabalho que gera problemas. Para muitas pessoas, controlar o tempo de exposição às telas – a internet, em especial – se tornou uma dificuldade. “Na pandemia, ficou claro que muitos dos maus hábitos se devem ao uso indevido da tecnologia, incluindo a desculpa da ‘falta de tempo’ para deixar de praticar atividades físicas”, afirma Leitão.

 

Dicas para sua saúde

 

Segundo Sehnem, pessoas ansiosas ou depressivas podem ter dificuldade em fazer uma autoavaliação para perceber se estão mais angustiadas ou irritadas. “Nesses casos, é importante ouvir a opinião dos familiares: eles estão criticando certos comportamentos? A internet atua no setor de prazer e de recompensa cerebral, o que pode gerar quadros compulsivos”, explica.

 

O contato com familiares, inclusive, é um dos focos do movimento “O Que Conecta Você às Pessoas?”. As ações propostas pela MCities nesta campanha envolvem uma maior atenção à família e também à rotina, que foi modificada com a pandemia e precisa ser retomada de maneira responsável, com atenção para a saúde mental e física. “Qualquer simples estímulo positivo de uso do tempo tem poder de criar um ambiente favorável para o enfrentamento dos maus hábitos”, comenta Paulo Hansted, CEO da MCities.

 

Ficando atento às recomendações das Secretarias de Saúde em relação a bandeiras mais brandas, é possível praticar exercícios em espaços abertos. “O estímulo tem que existir”, opina Hansted. “Não se deve abandonar os passeios com animais de estimação, mesmo que seja para dar uma volta na quadra. Isso mantém a atividade física e ainda dá estímulos visuais, por exemplo, que aliviam a tensão psicológica do momento.”

 

Aproveitando situações

 

O médico psiquiatra dá outras dicas para gerenciar a saúde:

 

- Crie uma rotina: Divida as 24 horas do dia de forma organizada: 6 a 8 horas de sono, preferencialmente noturno; 8 horas para se manter intelectualmente ativo; 8 horas para se alimentar, fazer atividade física, momentos de lazer e de relação com a família.

 

- Estimule os seus hobbies: Descubra algo que te dê prazer (leitura, música, estudos) e o incentive dentro de suas possibilidades.

 

- Não agrida o seu organismo: Observe atividades que dão prazer imediato, caso do álcool ou comer de forma compulsiva. Em geral, elas geram prazer imediato, mas são prejudiciais no longo prazo.

 

- Faça coisas por você: Questione-se: “O que tenho feito por mim? A alegria é contagiante, assim como a irritabilidade. Se eu estiver bem, consigo estar melhor para a minha família e o trabalho. Não é ser egoísta, mas cuidar de si”, explica Sehnem.

 

- Saia da rotina: Dentro do que for possível, siga as orientações das autoridades e mude a sua rotina, o que ajuda a recarregar as baterias.

 

- Filtre o que assiste: Evite permanecer muito tempo em redes sociais ou assistindo ao noticiário. “Somos influenciados pelo que lemos e assistimos”, completa Sehnem.

CCOLUNA DO LUIS BORGES

 


Como será o amanhã?
por Convidado  6 de maio de 2021  Convidado

*por Sérgio Marchetti

Observem, persistentes leitores, as frases que tenho ouvido:

Depois da pandemia da COVID-19, nada voltará a ser como antes.”

“No novo normal, as pessoas serão meros robôs.”

“Os trabalhos serão realizados à distância e nunca mais voltarão a ser como antes.”

“Era necessário um castigo para que a humanidade se tornasse melhor.”

Como vimos, o que não faltam são palpites, suposições, opiniões, interpretações e achismos que preenchem nossos dias, prenunciando um novo tempo que está por vir. Surgem, então, os cientistas, futurólogos, profetas do acontecido e oportunistas que exploram a doença e a desgraça alheias para alcançarem seus objetivos escusos.

É num momento como este que percebemos o quanto somos frágeis. A morte chega sem aviso e carrega as pessoas que amamos. O que já é ruim fica pior, quando algumas mídias desestabilizadoras do equilíbrio emocional — de tanto repetirem, massificarem, induzirem — nos transformam em pessoas tristes, depressivas e isoladas. E, embora desejemos entender como tudo acontece, a pandemia não dá dicas, nem nos deixa estabelecer padrões de acometimento de pacientes. O pânico cresce e traz com ele doenças psicológicas.

Em face do caos que testemunhamos, as pessoas se perguntam: como será o futuro próximo? O que é real? Pergunta difícil, meus leitores realistas. Aprendemos que o real é tudo o que existe, independentemente de nossa inteligência interpretativa. O que significa dizer que realidade, diferentemente do real, é uma espécie de alucinação coletiva, um sentimento solidário, com o qual muitas pessoas concordam. A partir desse entendimento, fica evidente a necessidade de reequilíbrio, de manter a calma e estabelecer um plano para sobreviver no mundo real.

Temos uma problemática. Pensemos juntos. Estamos enfrentando um inimigo invisível que nos impõe restrições, falências, desempregos, enfermidades e nos leva à morte. Soluções: mudanças de trabalho ou de metodologia de trabalho, planejamento, distanciamento racional (considerando saúde e economia), uso de álcool gel, máscaras, e, embora ainda faltem respostas às reações que a doença nos causa, gradativamente, as vacinas começam a resguardar vidas. Outros inimigos, igualmente preocupantes, podem causar danos tão irreversíveis quanto o da pandemia. O pior deles é o radicalismo —  que, sendo dono da verdade, presta desserviços, massifica ideias, assombra incautos e simplórios. Infelizmente, ainda não há vacinas para a doença que torna as pessoas radicais. Os infectados sofrem alucinações, não aceitam argumentos (comprovações) que contrariem suas suposições e veem como inimigos todos que discordam deles. Os sintomas mais comuns são: apontar culpados pela doença e mortes, em vez de pensar nas causas e soluções; emitir opiniões sobre assuntos que não dominam; fazer afirmações sem base comprobatória e misturar ideologia com pandemia.

Diante disso, precisamos de ações que tragam desfechos positivo para nossas vidas. Pois, como disse Santa Tereza de Calcutá: “o dia mais importante de nossas vidas é hoje”.  E completo: colheremos amanhã o que plantarmos hoje.

Então, vamos lá, esperançosos leitores. Parem! Respirem fundo. Inspirem, expirem… Luzes, ação!

 “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer…”

*Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br.


UNIARAXÁ INFORMA:

 

LINK UNIARAXÁ : https://site.uniaraxa.edu.br/


SINDSEMPMG discute a Reforma Administrativa com a sociedade de Araxá



Entidade participará junto com integrantes de outras entidades da sociedade civil de audiência pública na Câmara Municipal de Araxá

Atendendo a pedido do Movimento BASTA (coletivo nacional, sem personalidade jurídica, do qual faz parte o SINDSEMPMG), a Câmara Municipal de Araxá realizará no próximo dia 12 de maio, às 14 horas, Audiência Pública para discutir a PEC 32/2020, proposta do Governo Federal que visa a destruição do Estado Social de Direito, criado pela Constituição Federal de 1988, no Brasil.

A reunião será em formato misto, com poucos convidados presentes para se garantir o distanciamento social exigido nesse momento de pandemia, e com a presença de diversas autoridades nacionais, estaduais e locais e do corpo técnico por videoconferência.

A Diretora de Formação Política e Sindical do SINDSEMPMG, Fanny Melo, lotada na Comarca de Araxá, representará a entidade presencialmente, e o Coordenador-Geral, Eduardo AMORIM, participará remotamente.

Para Amorim, “a Câmara Municipal de Araxá está de parabéns, sendo pioneira na discussão do tema no Estado de Minas Gerais e é preciso que a sociedade e as entidades se façam representar no evento, prestigiando a iniciativa do legislativo municipal, mas, principalmente, pela gravidade do tema. O SINDSEMPMG tem se articulado em nível estadual e federal para fazer chegar à população os verdadeiros perigos da eventual aprovação dessa proposta do Governo Federal”.

Além do Sindicato, o evento contará com a participação de outras entidades de Araxá e região, bem como lideranças estaduais e federais, que atuam em conjunto com o Movimento BASTA. 

Outono propicia aumento de casos de conjuntivite alérgica em crianças

 



A maioria dos casos é benigna e está associada à rinite alérgica


 Coceira, vermelhidão, irritação e lacrimejamento. Esses são os principais sintomas da conjuntivite alérgica sazonal. Os dados epidemiológicos variam de país para país. Um estudo mostra que, em média, a alergia ocular afeta 30% da população infantil.  
 
Segundo a oftalmopediatra Dra. Marcela Barreira, a conjuntivite alérgica sazonal é, de longe, a mais comum. “A maior parte dos casos é mediada por IgE. Isso significa que a alergia se desencadeia imediatamente após o contato com o alérgeno. Esse tipo de conjuntivite é diferente daquelas causadas por vírus ou bactérias”.
 
Eles estão em toda parte
 
Entre os alérgenos que podem desencadear uma conjuntivite alérgica estão os ácaros, o pólen, pelos de animais, mofo, produtos de higiene pessoal, produtos de limpeza e poluição. Embora a alergia ocular seja mais comum no outono e na primavera, ela pode acontecer em qualquer época do ano.
 
“A maior prevalência nessas estações está ligada ao ar mais seco. O ar seco e a falta de chuva são fatores climáticos que mantêm os alérgenos pairando no ar, bem como presos às superfícies. É comum no outono tirar roupas, mantas e cobertores dos armários. E sabe-se que é usual um acúmulo de ácaros em roupas guardadas por muitos meses”, explica Dra. Marcela.
 
Diferenciais

A conjuntivite alérgica tem características que a diferencia das infecciosas.

"A coceira é o traço mais marcante desse tipo de conjuntivite. Não é contagiosa e pode se estender por até seis semanas, caso não seja tratada. A secreção costuma ser mais esbranquiçada, enquanto as conjuntivites infecciosas costumam deixar uma secreção amarelada, típica da infecção”, afirma Dra. Marcela.
 
Tratamento específico
O tratamento da conjuntivite alérgica é diferente dos casos infecciosos, já que muitas vezes é preciso tratar o quadro alérgico de forma global.  
 
“O tratamento da conjuntivite alérgica é mais demorado. Isso porque há picos de exacerbação e picos de melhora, como qualquer tipo de alergia. Geralmente, são utilizados dois medicamentos para tratar os casos alérgicos: um antialérgico e algum tipo de corticoide em forma de colírio”, diz Dra. Marcela.
 
Há casos de conjuntivite alérgica severa em crianças, que necessitam de um tratamento prolongado, mas são menos prevalentes.

 Quando a criança tem conjuntivite alérgica crônica é preciso acompanhar regularmente com um oftalmopediatra, além de controlar os fatores que podem desencadear a alergia. Se os pais já têm conhecimento do que aumenta a alergia, o ideal é evitar que a criança entre em contato com estes alérgenos.
 
“Vale lembrar que nenhum medicamento deve ser usado nos olhos sem a devida prescrição médica, especialmente quando falamos de colírios com corticoide ou qualquer outro colírio”, finaliza a médica. 
 
Dicas
 

  • Compressas de soro fisiológico frio nas pálpebras podem ajudar na eliminação da secreção acumulada e pode aliviar a coceira
  • Evitar ao máximo deixar a criança coçar os olhos, pois esse hábito pode desencadear problemas na córnea, como ulceração corneana
  • Manter a casa limpa
  • Retirar tapetes, cortinas e qualquer outro adorno que possa acumular pó
  • Se possível, usar um umidificador de ar nos ambientes em que mais a criança fica
  • Seguir corretamente a prescrição médica quanto à dose e o tempo de uso dos colírios