A maioria
dos casos é benigna e está associada à rinite alérgica
Coceira, vermelhidão, irritação e
lacrimejamento. Esses são os principais sintomas da conjuntivite alérgica
sazonal. Os dados epidemiológicos variam de país para país. Um estudo mostra
que, em média, a alergia ocular afeta 30% da população infantil.
Segundo a oftalmopediatra Dra. Marcela Barreira, a conjuntivite alérgica
sazonal é, de longe, a mais comum. “A maior parte dos casos é mediada por IgE.
Isso significa que a alergia se desencadeia imediatamente após o contato com o
alérgeno. Esse tipo de conjuntivite é diferente daquelas causadas por vírus ou
bactérias”.
Eles estão em toda parte
Entre os alérgenos que podem desencadear uma conjuntivite alérgica estão os
ácaros, o pólen, pelos de animais, mofo, produtos de higiene pessoal, produtos
de limpeza e poluição. Embora a alergia ocular seja mais comum no outono e na
primavera, ela pode acontecer em qualquer época do ano.
“A maior prevalência nessas estações está ligada ao ar mais seco. O ar seco e a
falta de chuva são fatores climáticos que mantêm os alérgenos pairando no ar,
bem como presos às superfícies. É comum no outono tirar roupas, mantas e
cobertores dos armários. E sabe-se que é usual um acúmulo de ácaros em roupas
guardadas por muitos meses”, explica Dra. Marcela.
Diferenciais
A conjuntivite alérgica tem características que a diferencia das infecciosas.
"A coceira é o traço mais marcante desse tipo de conjuntivite. Não é
contagiosa e pode se estender por até seis semanas, caso não seja tratada. A
secreção costuma ser mais esbranquiçada, enquanto as conjuntivites infecciosas
costumam deixar uma secreção amarelada, típica da infecção”, afirma Dra.
Marcela.
Tratamento específico
O tratamento da conjuntivite alérgica é diferente dos casos infecciosos, já que
muitas vezes é preciso tratar o quadro alérgico de forma global.
“O tratamento da conjuntivite alérgica é mais demorado. Isso porque há picos de
exacerbação e picos de melhora, como qualquer tipo de alergia. Geralmente, são
utilizados dois medicamentos para tratar os casos alérgicos: um antialérgico e
algum tipo de corticoide em forma de colírio”, diz Dra. Marcela.
Há casos de conjuntivite alérgica severa em crianças, que necessitam de um
tratamento prolongado, mas são menos prevalentes.
Quando a criança tem conjuntivite alérgica crônica é preciso acompanhar
regularmente com um oftalmopediatra, além de controlar os fatores que podem
desencadear a alergia. Se os pais já têm conhecimento do que aumenta a alergia,
o ideal é evitar que a criança entre em contato com estes alérgenos.
“Vale lembrar que nenhum medicamento deve ser usado nos olhos sem a devida
prescrição médica, especialmente quando falamos de colírios com corticoide ou
qualquer outro colírio”, finaliza a médica.
Dicas
- Compressas de soro
fisiológico frio nas pálpebras podem ajudar na eliminação da secreção
acumulada e pode aliviar a coceira
- Evitar ao máximo deixar a
criança coçar os olhos, pois esse hábito pode desencadear problemas na
córnea, como ulceração corneana
- Manter a casa limpa
- Retirar tapetes, cortinas e
qualquer outro adorno que possa acumular pó
- Se possível, usar um
umidificador de ar nos ambientes em que mais a criança fica
- Seguir corretamente a
prescrição médica quanto à dose e o tempo de uso dos colírios
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