quinta-feira, 13 de maio de 2021

ESPORTE E VIDA ATIVA NA TERCEIRA IDADE

 



* Por Fábio Anauate Nicolao, Médico do Esporte 

 

Todos sabem que atividade física regular é fundamental para manutenção da saúde física e mental em qualquer idade. Com os avanços da medicina houve uma melhora na expectativa de vida mundial, daí a importância dos cuidados com a saúde, incluindo a prática esportiva, para uma maior sobrevida com qualidade. Em 2025 seremos, no Brasil, a sexta maior população de idosos do mundo. 

 

O que define um idoso? Antes de abordarmos os benefícios do esporte, é importante entender o conceito de idade e definir quem é idoso. Embora varie um pouco em razão dos diferentes cenários de desenvolvimento e longevidade dos países em todo o mundo, a OMS (Organização Mundial da Saúde) define como idoso, em geral, pessoas com mais de 60 anos, sendo que o idoso jovem está entre 60 e 70 anos, idoso médio de 70 a 75 e muito idoso acima de 80 anos. Felizmente, essa classificação cronológica não é utilizada nos meios médicos, servindo apenas para definir privilégios na fila do banco no Brasil.  

 

Quando se fala em saúde, o que importa é a classificação biológica, que é individual e depende da genética e da saúde atual, ou seja, duas pessoas com a mesma idade cronológica têm idades biológicas diferentes. Enquanto o idoso jovem vive de forma independente, sem restrição a atividades físicas, e o idoso médio tem alguma incapacidade física e precisa de um pouco de assistência para atividades diárias, o muito idoso, em geral, é um ser humano mais dependente de assistência para coisas do dia a dia, quando não totalmente dependenteImportante ressaltar que, em todos os casos, para idosos ou não, as doenças crônicas são levadas em consideração para definir uma avaliação e indicar atividades físicas para a manutenção da saúde global do indivíduo.  

   

Quando começamos a envelhecer? A partir dos 30 anos iniciamos o processo que chamamos de catabolismo, que é quando iniciamos a perda de massa óssea e muscular, a perda de força física e começamos a ganhar um percentual de gordura corporalA partir daí, o ser humano médio perde 5% da capacidade física a cada 10 anos. Com o avanço da idade aparecem alterações hormonais, circulatórias, osteoartrose (desgaste das articulações) e diminuição de reflexo, equilíbrio e coordenação motora. A lista é grande... 

 

Como reduzir o ritmo desse processo tão natural quanto assustador? Se pensarmos que nosso osso é um banco que armazena massa óssea, fica fácil entender que esse processo acumulativo se inicia na infância. Quanto mais pouparmos os ossos com boa alimentação e exercícios regulares, mais estoque de massa óssea teremos no decorrer da vida. Isso vale para ossos, músculos e até para o sistema nervoso. Treinar o cérebro faz parte da brincadeira de estimular a longevidade saudável. 

 

Aqui já posso olhar para o principal ponto do meu artigo: o esporte na terceira idade. O idoso que pratica exercícios regularmente só tem benefícios, como o ganho consistente de massa óssea e muscular, melhora  da capacidade cardiopulmonar e neuromuscular, maior equilíbrio e flexibilidade. Além disso, praticar esportes facilita o controle da hipertensão, diabetes e obesidade, sem mencionar os ganhos mentais relativos à melhora da autoestima e à socialização, afinal, nada melhor do que compartilhar o prazer do exercício de uma caminhada com um amigo ou com o companheiro de anos de estrada.  

 

De acordo com o Dr. Kenneth Cooper (90 anos de idadeaquele mesmo do teste de corrida de 12 minutos e preparador da seleção de 1970), o importante para uma vida saudável na terceira idade é melhorar o funcionamento do coração e ganhar força, equilíbrio, flexibilidade, velocidade e autoestima. Sem práticas regulares de exercícios físicos, as pessoas se tornam mais lentas no dia a dia, ficando mais duras”, com dificuldade para entrar e sair do carro, com menos equilíbrio, experimentando até quedas inesperadas – sendo que as quedas, na terceira idade, são bem mais perigosas e com consequências mais sérias do que quando estamos na faixa dos 30. Treinamento adequado e exercícios regulares podem mudar tudo isso, e para melhor. 

 

E aí há que se pensar na escolha: qual o melhor esporte para mim? Depende do seu objetivo e necessidade. De maneira geral, exercícios aeróbicos como a caminhada promovem benefícios relacionados à melhora das funções do coração, pulmão e outros sistemas metabólicosPara ganhar força, resistência, equilíbrio e velocidade, o ideal é apostar – com acompanhamento de instrutor profissional – em exercícios anaeróbicos como academia e ginástica localizada, que também podem ser associados a hidroginástica se o idoso for fã de passar algum tempo na academia. O importante, independentemente do objetivo e necessidade, é que o treinamento seja prazeroso e, se possível, realizado com um grupo de amigos. 

 

Escolhida a modalidade, é preciso definir a intensidade e frequência ideais, e essa é uma decisão que não deve ser só sua, mas tomada em parceria com profissionais da saúde: médicos, preparador físico, fisioterapeuta, nutricionista, e isso após rigorosa avaliação. Nunca desrespeite o treino elaborado, principalmente se a opção for qualquer tipo de esporte competitivo. 

 

O que pode acontecer se não houver uma avaliação prévia ou se você não seguir o treino estipulado? Há possibilidades sérias de mal súbito no coração, danos graves e irreversíveis nas articulações, lesões de tendões e músculos, além de outros descontroles metabólicos que impactam diretamente em sua qualidade de vida. Partindo do princípio de que sempre é necessário avaliar suas condições físicas antes de qualquer exercício, incluindo seu coração, pulmão, pressão, articulações, postura e condicionamento físico, a adesão a um esporte ou outra atividade física tende a sempre fazer bem. 

 

Por fim, se observe, esteja atento a qualquer sensação diferente, aprenda a entender seu corpo. Respeite a dor, o cansaço e o mal-estar e jamais ignore esses sinais. Se doeu o joelho, mude de exercício, trabalhe o braço. Está se sentindo mal, suando muito, com coração acelerado, pare imediatamente o treino e peça ajuda, reveja o treinamento, reavalie suas condiçõesViver uma vida ativa e com as limitações da idade controladas é essencial para que se alcance boa saúde e qualidade de vida na terceira idade. 

 

 

* Fábio Anauate Nicolao é Médico do Esporte, Mestre e Doutor em Ortopedia e professor do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro - Unisa 

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Com a Covid-19 dispara o registro de arritmias cardíacas

 


O número de mortes causadas por doenças cardiovasculares aumentou significativamente no Brasil desde o início da pandemia causada pela Covid-19. Entre as razões para esse resultado estão, de um lado os pacientes que já possuem alguma cardiopatia e que deixaram de realizar consultas e tratamentos profiláticos, com medo da exposição aos ambientes hospitalares ou clínicas médicas e, de outro lado, as pessoas que fizeram uso indiscriminado de medicações potencialmente perigosas para a saúde do coração, como a cloroquina e a hidroxicloroquina, que comprovadamente causam arritmias cardíacas.
 
De acordo com estudo publicado na revista The Lancet em maio do ano passado, as pessoas tratadas com as substâncias também apresentaram maior probabilidade de desenvolver arritmia cardíaca, que pode levar à morte súbita.  O estudo contou com dados de 96 mil pacientes internados e foi liderado por Mandeep Mehra, professora e médica da Harvard Medical School.
 
Seja como for, os dados são preocupantes e motivou o levantamento conduzido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) em parceria com a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Brasil (Arpen-Brasil). De acordo com esse levantamento, foram registradas 23.342 mortes por doenças cardíacas em domicílio desde o início da pandemia no ano passado até o final de junho de 2020. Isso representou um aumento de 31,82% no número de óbitos em domicílio por doenças cardiovasculares. Somente neste ano as mortes pela mesma causa subiram para 104,6 mil pessoas, atingindo um crescimento alarmante de 71%. 
 
Um dos recursos em favor da vida que mais evoluiu nos últimos meses é a telemedicina. A necessidade de manter os pacientes saudáveis motivou o aprimoramento dos recursos tecnológicos como a teleconsulta e o monitoramento remoto. Este é o caso do Home Monitoring®, um sistema de monitoramento remoto para Dispositivos Cardíacos Eletrônicos Implantáveis (DCEIs).
 
Com ele, cardiologistas e arritmologistas podem monitorar e ser alertados remotamente sobre eventos clinicamente relevantes de seus pacientes. A tecnologia registra continuamente a atividade cardíaca do paciente, permitindo, em alguns casos, o diagnóstico e a intervenção precoce em até 30 dias em eventos como fibrilação atrial ou taquiarritmia cardíaca, de acordo com o estudo de Varma N, publicado no Circulation (2010).
 
Para Alexey Peroni, cardiologista e Diretor de Assuntos Científicos BIOTRONIK LATAM, a tecnologia contribui também na redução na lista de espera para avaliações de emergência, já que o médico pode remotamente avaliar a situação e priorizar casos. “Nossos estudos demonstram também uma redução de 73% nas taxas de hospitalização relacionadas aos DCEIs, um número muito relevante neste momento em que os sistemas de saúde estão sobrecarregados”, conclui. 
 
A BIOTRONIK foi a primeira empresa do mundo a lançar um sistema de monitoramento remoto. Presente no Brasil há mais de 10 anos, o Home Monitoring® - um sistema premiado - agora é usado em mais de 60 países.
 

Sobre a BIOTRONIK 
A BIOTRONIK é uma empresa líder em dispositivos médicos que desenvolve soluções cardiovasculares e endovasculares confiáveis e inovadoras há mais de 50 anos. Impulsionadas pela missão de combinar com perfeição a tecnologia ao corpo humano, as inovações da BIOTRONIK prestam cuidados que salvam e melhoram anualmente as vidas de milhões de pacientes diagnosticados com doenças cardiovasculares. A BIOTRONIK possui sede em Berlim, Alemanha, e está presente em mais de 100 países. 

Plano Integrado inicia recebimento de projetos das entidades de Segurança Pública de Araxá

 


Projetos que serão desenvolvidos em curto, médio e longo prazo foram entregues por alguns dos órgãos de Segurança Pública de Araxá para a Secretaria Municipal de Governo. Esse foi o segundo encontro do grupo do Plano Integrado de Segurança Pública, criado para unificar as ações realizadas por esse setor no município. Outro objetivo da iniciativa é proporcionar melhores condições de trabalho aos segmentos.

A cada reunião, o projeto inicial de colocar Araxá como o município mais seguro de Minas Gerais e entre as três cidades mais pacíficas do país tem novas metas traçadas em conjunto com os participantes.

Nos próximos 15 dias, os projetos de melhorias para a 2ª Delegacia Regional de Polícia Civil, 37º Batalhão de Polícia Militar, Presídio Regional de Araxá, 2ª Companhia do Corpo de Bombeiros, Tiro de Guerra, Apac e Consep serão avaliados.

Aprovado pelo prefeito Robson Magela e coordenado pelo vice-prefeito e secretário municipal de Governo, Mauro Chaves, o Plano Integrado de Segurança Pública vai inserir outros setores e criar uma identidade, além de buscar recursos para viabilizar viaturas e a construção de edificações próprias para quem desempenha as funções em prédios cedidos ou alugados.


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COLUNA DO LUIS BORGES:

 

Lidando com uma expectativa frustrada

por Luis Borges  11 de maio de 2021  Pensata


Lá num dia não tão belo do verão do ano passado ficamos sabendo que a Covid-19 tinha chegado ao Brasil e logo veio a informação sobre a primeira morte causada pelo vírus. Fomos surpreendidos pelo acontecimento que chegou trazendo medo, incerteza, insegurança e ansiedade diante do que estaria por vir.

O que e como agir diante da nova conjuntura? Naquele momento, desenhar cenários era mais difícil ainda. Desde o início ficou claro que não havia unidade de ação entre os entes federativos para combater o problema, que era nacional e mundial, conforme reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

De lá para cá quase todo mundo sabe ou tem alguma noção do que foi feito ou deveria ter sido feito. Mas hoje, proponho uma reflexão sobre o processo de vacinação. Tomo como exemplo o município de Belo Horizonte.

Na semana passada, entre os dias 3 e 7 de maio, as pessoas da faixa etária de 64 a 67 anos esperavam receber a segunda dose da vacina Coronavac, produzida em parceria pelo Butantan com a chinesa Sinovac. Essas pessoas começaram seu ciclo de imunização em abril e receberam o cartão de vacinação marcando a segunda dose para até 28 dias após a primeira agulhada no braço, o que seria em maio. Depois dessa agulhada, surgiu naturalmente a expectativa de algo bom para acontecer – a imunização completa – mantida pela municipalidade até a tarde da sexta-feira, 30 de abril.

Só a partir dai é que a Prefeitura começou a assumir que não tinha, em estoque, as quase 80 mil doses da Coronavac necessárias para o cumprimento do cronograma para todas as pessoas dessa faixa etária. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde a causa foi a orientação do Ministério da Saúde para que não se reservasse estoque para garantir a segunda dose, pois outras remessas chegariam em tempo hábil. Porém, isso não aconteceu e, com isso, o cronograma de vacinação foi atrasado. Essa informação foi repassada via imprensa pois, para quem consultou o portal da Prefeitura até o dia 06 de maio, a informação era conflitante e dizia que havia estoque de Coronavac, o que não era verdade. As causas internas dessa diferença cabe à Prefeitura explicar.

O fato é que ficou uma frustração para quem tinha a expectativa de concluir o processo de imunização no prazo marcado. Alguns até compareceram aos postos esperando “dar uma sorte” e outros ainda tentam entender os impactos para a saúde de esperar mais 10 ou 15 dias além do prazo inicialmente fixado. Hoje, 11 de maio, a Prefeitura está aplicando a segunda dose apenas para os que tem 67 anos, fazendo uma “rapa” do estoque e juntando com algumas doses que recebeu do Ministério da Saúde. Para os idosos de 64 a 66 anos resta seguir aguardando.

Essa acaba sendo uma boa oportunidade para refletirmos sobre nossas reações diante de um processo sobre o qual não temos autoridade nem controlamos, como no caso da pesquisa, produção, aquisição, distribuição e aplicação das vacinas. Se a expectativa for maior do que a realidade acabaremos sofrendo – e muito.

O que nos resta é treinar nossas competências emocionais para aumentar a paciência, a perseverança e a resiliência para nos fortalecer no enfrentamento de tantos problemas que a pandemia trouxe. Isso também não deixa de ser um cuidado mental que devemos ter.

Audiência Pública debate PEC da Reforma Administrativa na Câmara de Araxá

 



A Câmara Municipal de Araxá realizou, nesta quarta-feira (12), Audiência Pública sobre a PEC 032/2020, que trata da Reforma Administrativa que pode afetar os servidores públicos da União, Estados e Municípios. A reunião foi solicitada pelo presidente da Casa, vereador Raphael Rios, e contou com a participação de parlamentares, diversas autoridades e representantes de classes, de forma presencial e remota.

Chamada pelo governo de PEC da Nova Administração Pública, a proposta originalmente altera 27 trechos da Constituição e introduz 87 novos, sendo quatro artigos inteiros. As principais medidas tratam da contratação, da remuneração e do desligamento de pessoal, válidas para quem ingressar no setor público após a aprovação das mudanças. Em uma segunda parte, a PEC traz regras transitórias e prevê a eventual atuação dos entes federativos na regulamentação, já que alguns dispositivos, se aprovados, dependerão de regulamentação posterior à promulgação das mudanças pelo Congresso Nacional.

O Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Araxá e Região (Sinplalto), Hely Aires, criticou a proposta de Emenda à Constituição, principalmente por afetar os servidores da área da saúde em um momento de crise: “Isto é uma afronta aos direitos conquistados ao longo dos, e é uma afronta ao Poder Legislativo, por parte do Poder Executivo Federal. A estabilidade é aquilo que impede o servidor de virar moeda de troca no período eleitoral”, afirmou.

Quem também repudiou o teor da PEC foi Cosme Nogueira, presidente da  Federação Única Democrática de Sindicatos das Prefeituras, Câmaras Municipais, Empresas Públicas e Autarquias de Minas Gerais (Feserp): “O Governo Federal está aproveitando a pandemia para tentar dar andamento a um projeto nefasto para toda a sociedade brasileira, que vem retirar todo o conceito de seguridade social e que visa dar lucro para grandes empresas interessadas nessas mudanças”.

A diretora de Formação Política e Sindical do Sindicato dos Servidores do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, Fanny Ferreira Melo, afirmou que a PEC pode ter um discurso de enxugamento mas prejudica o cidadão em geral com o desatendimento. Por videoconferência, o Deputado Estadual Professor Cleiton, clamou para que não sejam cometidos erros parecidos com os da reforma da Previdência, que prejudicou os servidores e consequentemente o estado de bem-estar social. 

Além da participação de diversos líderes sindicais e sociais, o encontro também contou com grande audiência no canal da Câmara no YouTube, alcançando espectadores nos municípios de Teófilo Otoni, Três Corações, Varginha, São João Nepomuceno, Pirapora, São Sebastião do Paraíso, Sacramento, Divinópolis, Cambuquira, Leopoldina e Nova Serrana.

No encerramento da sessão, o presidente Raphael Rios passou a palavra para o Dr. Eduardo de Souza Maia, Diretor de Assuntos do Ministério Público na Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB). “A nossa arma no momento é esta que trouxemos aqui: o conhecimento. O servidor público faz parte de uma categoria qualificada e a destruição do serviço público não fará do Brasil um país melhor”, ponderou.