Obra é a segunda publicação do
escritor e carrega poemas sobre o cotidiano, vida boêmia, questões sociais e
amor.
O jornalista e poeta Velber Viana publicou seu
segundo livro: “Profeta do Óbvio”. O título foi lançado no último fim de semana
(20), em Araxá. A obra tem poemas diversos, sobre vários assuntos e escritos em
várias épocas. Exibe ilustrações da divinopolitana Jully Alvim e textos de
contracapa e orelha dos jornalistas e escritores araxaenses César Campos e Luiz
Humberto França, membro da Academia Araxaense de Letras. Os escritos
foram publicados sob o selo Adelante, da editora Gulliver.
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Cotidiano, sociedade e amor
Os temas poéticos de Velber são variados. Vão
do amor à namorada Marina à deploração do abandono social e a descrição da
esperança dos que estão à margem. Para o escritor “quem escreve, seja poesia ou
qualquer outro gênero, tem obrigação de dizer, de falar. Omissão não cabe no
texto literário.”
Logo o primeiro poema, “Alerta de Chuva”, é
uma ousada tentativa de criar uma analogia com a pandemia do coronavirus. A
poesia é uma das preferidas de Velber “A inspiração não tem hora para surgir,
né? Então eu tinha acabado de chegar em casa, de um plantão de Carnaval, e
estava chovendo. Tive o insight e comecei a escrever no sofá mesmo, no celular.
Eu ouso, às vezes, criar versos a partir de analogias. Não sei se alcancei
o objetivo. Espero que os leitores gostem”, avalia.
Seus versos também criticam discursos
políticos e abraçam a beleza da vida boêmia. Cenas do cotidiano não fogem do
olhar de “Profeta”. “A poesia não tem lugar certo para nascer. Por um motivo
muito simples: ela está no olhar do poeta”, declara o jornalista.
Vida literária
“Profeta do Óbvio” é a segunda publicação do
escritor. A primeira foi “Tango da Inspiração e outros poemas”, pela editora
Sangre Editorial.
O poema que dá nome à primeira obra revela o desafio por trás das criações de
Velber e, para ele, um jeito de escrever que o persegue até hoje “É um tango
né? O poema começa assim: ‘Odeio-te papel em branco/pois me desafia sem
motivo/chama-me para um tango/embora morto me quer vivo’. Quer dizer, o papel
em branco não me obriga a escrever. Mas quando em sento para escrever, ele me
desafia. É como um Tango. Aproxima-se, desafia-se, exibi-se, depois recomeça.
Escrever para mim é sempre um parto.”
Velber viu seus primeiros poemas publicados em
uma coletânea desenvolvida na cidade de Itaúna/MG, a “Hipérboles”. Começou a
escrever pelo incentivo de um amigo escritor “Eu tinha alguns textos literários
guardados, mas não almejava seguir nessa área. Esse grande amigo, o Jonas
Vieira, foi quem ‘avalizou’ essa carreira, digamos assim. Sou grato a ele e,
inclusive, ele é lembrado na dedicatória do Profeta”.
O evento aconteceu na Livraria Nobel, de 17h às 19h, no centro de Araxá