Aproximadamente 220 mil clientes já ficaram sem energia por causa de focos de incêndio em 2021
A prática de queimadas só causa prejuízos e transtornos a todos. Além de
provocar mortalidade de animais, os incêndios também afetam a saúde das
pessoas e causam grandes interrupções de energia para os clientes da
Cemig. Somente em maio, uma ocorrência registrada
em uma linha de distribuição próximo a Mariana, no campo das vertentes,
quando um poste foi atingido por um foco de incêndio em uma pastagem,
deixou mais de 190 mil clientes de 30 municípios sem energia por várias
horas. Se somados os quatro primeiros meses
deste ano, cerca de 220 mil já clientes tiveram o fornecimento de
energia afetado por queimadas em todo o estado.
Um levantamento realizado pela Cemig apontou que cerca de 30 mil
clientes ficaram sem energia entre janeiro e abril de 2021, após 32
interrupções causadas por focos de incêndio serem registradas na área de
concessão da empresa nestes quatro meses. No mesmo
período de 2020, foram cerca de 3.500 clientes sem energia após
incêndios atingirem a rede elétrica, sendo registradas 31 interrupções
causadas pelo fogo na área de concessão da empresa. Considerando todo o
ano de 2020, foram 652 ocorrências registradas, totalizando
573.140 clientes afetados por queimadas.
O gerente de Saúde e Segurança do Trabalho da Cemig, João José Magalhães
Soares, explica que grande parte dos focos de incêndio é causada por
ação humana. “Por isso, a companhia procura reduzir os desligamentos
provocados por queimadas que atingem o sistema
elétrico alertando a população a respeito dos riscos e consequências
dessa prática, que é mais comum nesta época do ano, caracterizada por
baixa umidade e vegetação seca”, explica.
Transtornos para a população
Ainda segundo João José Magalhães Soares, o aquecimento dos cabos e
equipamentos da rede elétrica pode levar ao desligamento de linhas de
transmissão, linhas de distribuição e subestações, bem como causar
graves acidentes com pessoas que estão próximas a estas
áreas.
“Um dos maiores desafios para as equipes de campo é chegar ao local da
ocorrência para fazer o reparo. Normalmente, são locais de difícil
acesso e em áreas muito amplas. Além disso, levar estruturas pesadas,
como torres e postes, em áreas acidentadas torna
ainda mais desafiadora a manutenção das redes prejudicadas pelas
queimadas”, conta o gerente da Cemig.
João José Magalhães Soares destaca que as queimadas podem prejudicar o
fornecimento para hospitais e centros de saúde, tão importantes nesta
época de pandemia. "As queimadas danificam equipamentos e tornam o
restabelecimento mais demorado, o que pode trazer
problemas para todos. Além disso, o alto índice de fumaça produzido
pode trazer sérios danos à saúde, principalmente neste momento em que
uma doença como a Covid ataca tão severamente o sistema respiratório. As
pessoas que provocam os incêndios devem pensar
nisso e ter mais empatia e consciência coletiva, nesta época tão
difícil para todos", alerta.
Crime previsto em lei
Além de deixar hospitais, comércios e escolas sem energia, realizar
queimadas pode ser considerado crime e dar cadeia. De acordo com o art.
41 da Lei 9.605/98, provocar incêndio em mata ou floresta é tipificado
como crime ambiental, que pode resultar em pena
de reclusão de dois a quatro anos, além de multa.
Atuação preventiva e medidas de segurança
Para minimizar as ocorrências deste tipo em sua área de concessão, a
Cemig realiza, constantemente, ações preventivas, investindo na limpeza
de faixas de servidão, com poda de árvores e arbustos, além da remoção
da vegetação ao redor dos postes e torres. A
companhia também realiza inspeções em suas linhas de transmissão, para
identificar e mitigar riscos potenciais para tentar evitar as
ocorrências proporcionadas pelas queimadas.
Algumas medidas simples podem ser tomadas pela população para conter os
riscos. As pessoas devem apagar com água o resto do fogo em
acampamentos, para evitar que o vento leve as brasas para a mata, não
jogar pontas de cigarros acesas na estrada ou em áreas
rurais e não deixar garrafas plásticas ou de vidro expostas ao sol em
áreas com vegetação porque estas podem criar focos de incêndio. Também
existem restrições para a realização de queimadas quando permitidas por
lei: não devem ser realizadas a menos de 15
metros de rodovias, ferrovias e do limite das faixas de segurança das
linhas de transmissão e distribuição de energia. A Cemig lembra, ainda,
que é proibido o uso de fogo em áreas de reservas ecológicas,
preservação permanente e parques florestais.
Em caso de incêndios, a Cemig (116) e o Corpo de Bombeiros (193) devem ser avisados o mais rápido possível.
Vale destacar que todos
podem denunciar a prática de queimadas ilegais, de maneira anônima,
ligando gratuitamente para o telefone 181.