Associação Nacional dos Hospitais Privados aponta queda de mais de 32% em exames e consultas para esses procedimentos em 2020
CURITIBA, 14/04/2021 -
Com a pandemia da Covid-19, o setor da saúde precisou focar a atenção
em pacientes que contraíram a doença. Por isso, outros tratamentos
acabaram ficando em “modo de espera”, entre eles as cirurgias eletivas,
que são procedimentos marcados com data e hora para serem feitos. Por
conta do contágio do coronavírus, muitas foram reagendadas. Após a
elaboração das vacinas contra a doença, no entanto, muitas dessas
cirurgias começaram novamente, mesmo em período de isolamento social e,
então, surgiu a dúvida em pacientes e médicos: seria mais adequado
aguardar a vacinação de todas as pessoas para depois reagendar e,
efetivamente, realizar as cirurgias eletivas?
Para
o médico ortopedista especialista em quadril e membro da Sociedade
Brasileira do Quadril, Edmar Simões da Silva Junior, que atua em Vitória
(ES), cada circunstância deve ser observada separadamente na hora de
tomar essa decisão tão importante. ‘‘Muitos quadros têm se agravado
durante a pandemia, e merecem uma atenção especial’’, diz. ‘‘Por isso, é
importante analisar cada caso individualmente, para que possamos
analisar todos os riscos e benefícios envolvidos’’, completa o
especialista.
Mas,
segundo o médico, é preferível, caso seja possível, aguardar uma
estabilidade maior do sistema de saúde para retomar as cirurgias. ‘‘Acho
necessário o retorno das cirurgias eletivas, mas é preciso conter o
avanço da Covid-19. Só assim elas serão realizadas da maneira mais
segura tanto para o paciente, quanto para os profissionais que irão
atendê-lo neste processo’’, declara o ortopedista.
De
acordo com o Conselho Federal de Medicina, é preciso evitar a
contaminação pela covid-19, mas também é necessário que os pacientes não
pausem seus tratamentos por medo de ir ao hospital. "A Covid tem
diferentes efeitos: tem o efeito dela em si e o efeito que ela gera
naquelas condições que não estão sendo tratadas adequadamente pois os
tratamentos estão sendo postergados", diz o CEO do Sabará Hospital
Infantil de São Paulo, Ary Ribeiro.
Os números
Segundo a Associação Nacional dos Hospitais Privados, houve uma queda de 32% no agendamento e realização de exames e consultas para cirurgias eletivas no país em 2020. Nas últimas semanas, a média de mortes por covid-19 têm aumentado no Brasil. A vacinação também tem progredido no país, mas não na mesma velocidade de contágio da doença. De acordo com dados do Mapa da Vacinação Contra Covid-19 no Brasil, elaborado pelo Consórcio de veículos de imprensa, até o momento pouco mais de 9% da população brasileira já recebeu a primeira dose, enquanto desses, apenas 2,78% já estão imunizados com a segunda dose da vacina.
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