sábado, 7 de maio de 2016
IMPERDÍVEL: ARAXÁ EM REVISTA 2:
Reportagem Especial
Por Armindo Maia
O dia em que a lua engoliu o sol e os Soviéticos montaram base de
observação científica em Araxá em plena Guerra Fria
Essa
pequena cidade do interior das Minas Gerais, de clima agradável, do Grande
Hotel do Barreiro, das águas milagrosas e da lendária Dona Beja,
aparentemente poderia ser apenas mais um
ponto turístico nesse Brasil continental
de belezas naturais e de personagens
interessantes. Entretanto, o município
emancipado há 150 anos, pacato, tranquilo
e encravado nas montanhas das Alterosas, oferta muito mais que lendas, mitos e belezas
naturais. Araxá guarda histórias fascinantes, segredos, riquezas especiais,
únicos e estratégicos para o planeta. Um
exemplo, é a soberania de 75% das
reservas mundiais do nióbio. O metal
raro no mundo, mas abundante no Brasil, considerado fundamental para a
indústria de alta tecnologia e cuja demanda tem aumentado nos últimos anos. No
cenário político nacional, desde a inauguração do suntuoso e sedutor Complexo
Termal e Hoteleiro do Barreiro, há mais de sete décadas, apenas o ex-
presidente da república Fernando
Henrique Cardoso, não se hospedou no
Grande Hotel de Araxá. O primeiro mandatário nacional a ocupar a suíte
presidencial com mais de 200 metros quadrados foi Getúlio Vargas. O Grande
Hotel também foi palco de importantes encontros de chefes de Estados e em seus
salões no estilo neo clássico, muitas
decisões foram tomadas no setor da política e economia Brasileiras. Mas entre
tantos fatos e acontecimentos que marcaram a história de Araxá, muitos ainda
são mistérios ou ainda não foram revelados. Nesta edição vamos revelar
detalhes e segredos de Araxá nos tempos
das ‘Guerra Fria’. É importante
relembrar que a ‘Guerra Fria’ teve seu início logo após a Segunda Guerra
Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991) é a designação
atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos
entre os Estados Unidos e a União Soviética, disputando a hegemonia política,
econômica e militar no mundo. A origem do nome se deu porque não houve uma guerra direta entre as
superpotências, dada a inviabilidade da vitória em uma batalha nuclear. E foi
por causa de uma escuridão provocada em várias cidade de Minas Gerais, no dia 20 de maio de 1947, por um eclipse total do sol que os temidos e
enigmáticos espiões e cientistas russos aportaram na pacata cidade de Araxá sem
barulho e de forma secreta para montar uma base de observações e outras ações
sigilosas. Por causa da localização geográfica privilegiada
cientistas de diversos países do mundo se instalaram na região do Triângulo
Mineiro, mas os soviéticos optaram por se hospedar no Grande Hotel de Araxá.
Tal
fenômeno pôde ser observado, em sua totalidade, numa faixa que partiu da
América do Sul, cruzou o Oceano Atlântico e terminou a leste do continente
africano. Por este motivo, o Brasil recebeu astrônomos e físicos de
observatórios e instituições de pesquisa de países como Finlândia, França e
Argentina. Mas as duas maiores expedições foram a dos Estados Unidos e a da
antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Os planos de
observação envolviam investigações da camada atmosférica que reflete os sinais
de rádio, testes da Teoria da Relatividade Geral, fotografias das camadas do
sol e medição da distância entre os continentes sul-americano e o africano. Os soviéticos
escolheram a cidade de Araxá, no sudoeste de Minas Gerais, para a instalação de
sua base de observações. Já os americanos optaram por uma cidade mineira mais
ao norte, chamada Bocaiúva. De acordo com reportagem do Jornal Folha da Noite
do Rio de Janeiro, edição de 20 de maio de 1947, ‘a fase total do eclipse, que
durou, precisamente, 3 minutos e 48 segundos. O eclipse total começou às 9
horas, 34 minutos e 8 segundos. O globo solar ficou inteiramente coberto,
observando-se sobre o firmamento um resplendor impressionante, como se houvesse
um grande luar sobre o horizonte visual. A temperatura no primeiro minuto do
eclipse baixou a 19 graus centigrados. Ás 9 horas e 38 minutos começou a
clarear rapidamente, notando-se então os contornos dos corpos sobre o solo, à
medida que a lua foi baixando. Os astrônomos seguiam o fenômeno imóveis nos seus postos de observações. Na
cidade de Bocaiúva ( MG), cientistas norte-americanos e o embaixador William
Pawley concederam entrevista coletiva à imprensa brasileira e estrangeira,
elogiando os trabalhos de observação das fases eclípticas. Durante a fase máxima
do eclipse solar, a temperatura em Araxá
desceu a zero grau centígrado. Passados 69 anos do concorrido e disputado ‘
Eclipse Total do Sol de 1947’, ainda se comenta entre quatro paredes e a boca
miúda, que a preferência
dos “russos”, pela terra dos Arachás, ia
além do conforto que teriam no luxuoso hotel do Barreiro. O boato era de que
eles, na verdade, pretendiam comprovar a existência de jazidas de urânio no
subsolo de Araxá. Urânio era o metal usado na fabricação da bomba atômica, arma
que há dois anos havia arrasado as localidades japonesas de Iroshima e
Nagazaki. A "guerra quente" acabara, mas a “guerra fria” URSS versus
USA estava apenas começando! Histórias e fatos que só acontecem com
Araxá...
CRIME ELEITORAL:
Delegado
Regional e Juiz eleitoral falam sobre tentativa de crime eleitoral em Araxá
Terminou, no início da noite da última
quarta-feira, dia 4 de maio de 2016, em todo o Brasil, o prazo estabelecido
pela Justiça Eleitoral para aquelas pessoas com interesse de participar
das eleições municipais no dia 2 de outubro. A data limite era para que o
eleitor pudesse tirar o primeiro título de eleitor, solicitar
transferência de domicílio eleitoral e pedir a alteração de endereço no título
no caso de mudança de residência dentro do mesmo município. O dia 4 de maio
também foi o prazo final para que o eleitor com deficiência ou mobilidade
reduzida pedisse sua transferência para uma seção eleitoral especial.
Para retirar a segunda via do título de eleitor, o prazo será até o dia 22 de
setembro. No entanto, em Araxá, a semana na sede do Cartório Eleitoral foi
agitada, com muita gente deixando para realizar os procedimentos em cima da
hora, causando filas e um movimento atípico dentro e fora da sede da Justiça
Eleitoral da Comarca de Araxá, que fica na rua Padre Alaor. Porém o que mais
nos chamou a atenção foi a prisão em flagrante, na terça-feira, 3, de duas
pessoas acusadas, pela polícia, de crime eleitoral, após tentarem
transferir o título de eleitor de uma cidade do entorno de Brasília para
o município de Tapira (MG). Na tarde da última quarta-feira, o juiz eleitoral
de Araxá, José Aparecido Fausto, e o delegado regional César Felipe Colombari,
em entrevista coletiva, deram detalhes do caso. O juiz eleitoral conta:
“Nós recebemos uma denúncia de que pessoas iriam tentar a transferência do
título, e elas não seriam de fato eleitores residentes em Tapira. Com a
presença dessas pessoas aqui, nós acionamos a Polícia Civil que conduziu essas
pessoas e indiciou as mesmas, onde foi realizada a prisão em flagrante de duas
pessoas. A informação é de que essas pessoas teriam vindo de Brasília, para
fazer a transferência do documento, se dizendo residir em Tapira, e o domicílio
delas não ficou comprovado, inclusive foi feita uma diligência para se
constatar que eles não moravam em Tapira”. Ainda de acordo com Fausto,
“além desses casos, nós já indeferimos mais 16 casos, onde se constatou que
esses eleitores não têm nenhum vínculo com Tapira”. O juiz finalizou dizendo
que “os acusados poderão responder por crime, serão impedidos de votar,
vão responder a processo criminal com uma pena que vai de um a cinco anos de
cadeia e sem fiança. E as pessoas, candidatos ou partidos políticos que estão por
trás dessas ações criminosas, também poderão ter as mesmas penas.” Já o
Delegado Regional da Polícia Civil de Araxá, César Felipe Colombari, afirmou:
“Essa atribuição de crime eleitoral seria uma atribuição da Polícia Federal,
mas como Araxá não tem efetivo e unidade da PF, a PC age quando solicitada pela
Justiça Eleitoral. O trabalho da PC foi feito de forma supletiva, mas
agimos
dentro do previsto no código eleitoral: o flagrante foi feito, e todos os procedimentos para a conclusão do inquérito serão feitos como se fosse um crime comum, dentro das atribuições da instituição.” Colombari também revelou que “ao final, o delegado vai elaborar um relatório indiciando ou não as duas pessoas. pela prática do crime e também entrar com investigações com o objetivo de tentar descobrir quem foram os candidatos ou partidos que estariam
por trás desta situação”. Finalizando, Colombari disse que “as duas pessoas acusadas no caso pagaram fiança de mil reais cada e foram liberadas, pois o crime ficou na esfera tentada e não foi consumado.” Em relação a Araxá, o Juiz Eleitoral da Comarca revelou que até o momento não houve nenhuma ação ou denúncia de irregularidade ou crime eleitoral.
dentro do previsto no código eleitoral: o flagrante foi feito, e todos os procedimentos para a conclusão do inquérito serão feitos como se fosse um crime comum, dentro das atribuições da instituição.” Colombari também revelou que “ao final, o delegado vai elaborar um relatório indiciando ou não as duas pessoas. pela prática do crime e também entrar com investigações com o objetivo de tentar descobrir quem foram os candidatos ou partidos que estariam
por trás desta situação”. Finalizando, Colombari disse que “as duas pessoas acusadas no caso pagaram fiança de mil reais cada e foram liberadas, pois o crime ficou na esfera tentada e não foi consumado.” Em relação a Araxá, o Juiz Eleitoral da Comarca revelou que até o momento não houve nenhuma ação ou denúncia de irregularidade ou crime eleitoral.
BOLA MURCHA:
Presidente
da LAD desabafa: “não tem dinheiro nem para pagar contas de luz e água”
O destino das competições do futebol amador
chanceladas pela Liga Araxaense de Desportos em 2016, está ameaçado. Em
entrevista exclusiva esta semana ao JORNAL INTERAÇÃO, o presidente da LAD,
Wanderley Goulart, disse que, “não existe por enquanto previsão de início de
qualquer campeonato promovido pela Liga. Nós não temos dinheiro para dar
custear arbitragem e outros serviços e produtos que são necessários para
que nossas competições sejam realizadas com dignidade.” O presidente da LAD,
também contou que, “ ainda estamos esperando a liberação do repasse por parte
da Prefeitura de Araxá que seria no valor de 55 mil reais para que a gente possa
no mínimo ter condições de pagar arbitragem e começar disputa da Taça Araxá.
Mas ainda não tivemos nenhuma resposta positiva”. Wanderley revelou
também que está tentando alguns apoios e patrocínios e apoios junto à empresas
e comércio local, mas garantiu que o momento de crise econômica é um grande
obstáculo também em Araxá para parcerias. Extremamente preocupado com o cenário
atual do futebol amador do município de Araxá, Wanderley contou que, “
hoje a situação financeira da Liga Araxaense de Desportos é tão
complicada que este mês nós não temos dinheiro nem para pagar as contas
atrasadas de luz, água, telefone e o salário da nossa funcionária, então
imagine pensar em ter verba para promover campeonato!”
WILSON COSTA E SILVA:
Em entrevista exclusiva ao JORNAL INTERAÇÃO
esta semana, o advogado araxaense Wilson Costa e Silva, que moveu ação
solicitando junto à Câmara Municipal de Araxá a abertura de Comissão
Processante contra os quatro vereadores afastados pela Justiça (Carlos Alberto
Cachoeira, José Domingos Vaz, Juninho da Farmácia e Marcílio da Prefeitura) e o
Prefeito de Araxá Aracely de Paula, comentou a ação e fez revelações
importantes sobre o caso. Wilson afirmou: “A nossa denúncia tem base,
argumentação, conteúdo. A gente só lamenta e percebe que na reunião da Câmara,
teve uma clara tentativa do senhor prefeito de Araxá de tentar continuar
blindado; ele se recusa a ser investigado, ele se recusa a se colocar em
público. E se ele é inocente, não deve temer. Nós aqui só estamos pleiteando,
junto à Câmara, o juízo da admissibilidade para que tanto os
vereadores quanto o senhor prefeito sejam investigados dentro de uma comissão
processante”. Wilson afirmou, ainda: “O senhor prefeito que acha que, de forma
tirânica, como é do perfil pessoal dele, administrativo e político, acha que
vai continuar sem ser investigado. Engana-se, pois, se depender de nós, ele não
vai atrasar o bonde da história. E diante dessa decisão da Câmara Municipal,
nós vamos estudar o caso e até podemos entrar com um mandado de segurança para
impedir e reverter essa decisão estapafúrdia”. O advogado ainda contou
ao JORNAL INTERAÇÃO que a tônica da denúncia dele se baseia nas ações que
correm na Justiça contra os quatro vereadores e contra o prefeito.
Finalizando, Wilson Costa e Silva revelou que “por ter foro privilegiado,
a ação criminal contra o senhor prefeito de Araxá, Aracely de Paula, deveria
correr no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, mas eu descobri esta semana que
ela não existe por lá. Eu estive na capital mineira e não encontrei nada contra
ele [Aracely de Paula]. Mas nós vamos voltar ao Tribunal de Justiça de
Belo Horizonte e procurar essa ação criminal, e o prefeito de Araxá pode estar
certo de que nós vamos ficar no pé dele, igual cachorro de fazenda, e quando
morder, não vamos largar mais.”
POLITICANDO EM ARAXÁ:
O
destino da política de Araxá nas mãos dos vereadores: A sociedade está
apreensiva
A semana começou agitada nos cenários político e
jurídico de Araxá. Guardadas as devidas proporções à realidade da
política nacional que está coalhada de suspeitas de crimes
eleitorais, corrupção, improbidade administrativa, operações
policiais, prisões e abertura de processos de cassação e impedimento de
gestores públicos, a situação no município araxaense também não foge à regra
das denúncias e escândalos envolvendo políticos locais nos Poderes Executivo e
Legislativo. O clima esquentou há duas semanas com a divulgação, por parte do
Poder Judiciário e do Ministério Público locais, de detalhes e conteúdos sobre
os casos envolvendo vereadores no desvio de dinheiro da Santa Casa de Araxá e
na compra e venda de apoio político no processo de reeleição do ex-presidente
da Câmara Municipal. A partir do acatamento das ações criminais e de
improbidade por parte do Judiciário, cidadãos e advogados araxaenses entraram
na Câmara Municipal com duas denúncias pedindo a abertura de Comissão
Processante contra os vereadores afastados Carlos Alberto Cachoeira, Juninho da
Farmácia, Marcílio da Prefeitura e José Domingos Vaz e ainda contra o prefeito
de Araxá, Aracely de Paula. Na reunião ordinária da última terça-feira, dia 3
de maio, os vereadores debateram de forma polêmica e confusa a possibilidade da
admissibilidade das denúncias para investigar o prefeito e os quatro
vereadores, mas em razão de uma análise melhor dos documentos, a mesa diretora
da Casa decidiu tratar do assunto numa sessão extraordinária que aconteceu na
tarde/noite de ontem [quinta-feira]. A extraordinária durou seis horas e
foi cercada de debates, polêmicas, intervenções jurídicas, discursos
inflamados, recursos e com a participação de quatro vereadores suplentes
[Daniel Rosa, Valtinho da Farmácia, Alcebíades (Biá) e Rose], no
lugar de Néia, Pastor Moacir, Mateus e Onilda, que também são primeiros
suplentes e impedidos de votar por serem parte interessada na matéria. A
votação decisiva da admissibilidade da denúncia do advogado Wilson Costa
e Silva para abertura da Comissão Processante contra o prefeito de Araxá e os
quatro vereadores afastados só aconteceu por volta de oito horas da noite
e foi aprovada por 10 votos a 5. Votaram pela abertura da Comissão Processante
os vereadores: Fabiano Santos, Romário do Picolé, Pezão, Valéria Sena, Farley,
Mauro do Detran, Daniel Rosa, Valtinho da Farmácia, Rose e Biá. Contra a
abertura da Comissão votaram Garrado, Alexandre Irmãos Paula, Roberto do
Sindicato, Jairinho Borges e Adolfo Segurança. Em seguida, foi eleita a
comissão de vereadores que irá comandar a Comissão Processante: presidente
-Farley, relator – Mauro do Detran e membro – Pezão; suplentes – Fabiano
Santos, Jairinho Borges e Valéria Sena. Em entrevista ao JORNAL INTERAÇÃO, o
presidente da Câmara, Roberto do Sindicato, disse que “os trabalhos da Comissão
Processante deverão durar 90 dias e deverão ser realizados na sede da
Ampla, Uniaraxá ou até mesmo no plenário da Câmara”. Segundo o relator da
Comissão, Mauro do Detran, “os trabalhos da comissão já terão início nesta
sexta-feira [hoje], dia 6 de maio. Vamos seguir todos os ritos legais do
processo e ouvir os citados, defesa, acusação, fazer diligências para buscar a
verdade com isenção e muita ética, coerência dentro da lei.”
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