Brasil
e Japão assinaram, na semana passada, o Memorando de Cooperação entre os
governos no Campo de Tecnologias Relacionadas à Produção e ao Uso de Nióbio e Grafeno.
O objetivo do documento bilateral é aprofundar o entendimento mútuo para
explorar a cooperação na cadeia de valor de produtos que usam nióbio ou grafeno
e propiciar uma cooperação mais estruturada no futuro, incluindo potenciais
projetos conjuntos. A iniciativa é resultado de tratativas iniciadas pelo
Presidente Jair Bolsonaro, que em 2019 manifestou interesse na cooperação ao
então primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, durante o Fórum Econômico de
Davos; e de reunião entre o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos
Pontes e o embaixador do Japão no Brasil, Akira Yamada em 2019. Assinaram o
memorando o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o ministro de
Negócios Estrangeiros do Japão, Toshimitsu Motegi. “O acordo é fundamental
porque o Japão é um país que tem alta tecnologia e nos une a ele na procura de
explorar as capacidades do nióbio e do grafeno”, afirmou o secretário-executivo
do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Leonidas Medeiros.
“Esses materiais são produtos do futuro, que vão alcançar toda a cadeia
produtiva dos países, na parte industrial e no uso da tecnologia.” Durante o
encontro, promovido no Palácio do Itamaraty, em Brasília (DF), foram firmados
também acordos de cooperação entre os dois países nas áreas de biodiversidade,
desenvolvimento de sensores e plataforma de agricultura de precisão em apoio à
agricultura sustentável brasileira e uso de tecnologias avançadas de radar de
abertura sintética e uso de inteligência artificial para o combate ao
desmatamento ilegal.
Minerais
estratégicos e cooperação
Em outubro de 2016, Brasil e Japão assinaram Memorando de Cooperação para a Promoção de Investimentos e Cooperação Econômica no Setor de Infraestrutura. Desde então, os governos de ambos os países vêm manifestando interesse mútuo em ampliar o investimento japonês no Brasil, incluindo os minerais raros ou estratégicos, como o grafeno e o nióbio. Em julho de 2020, foi aberta chamada pública para apoiar empreendimentos tecnológicos à base de grafeno, destinando aproximadamente R$ 1,5 milhão para apoiar propostas de pesquisa aplicada, desenvolvimento tecnológico e inovação que visem a gerar empreendimentos e soluções de base tecnológica, tendo como principal objeto o grafeno. Já o nióbio é considerado um mineral estratégico para o país. O Brasil é o maior produtor mundial desse material, responsável por aproximadamente 86% da produção, e tem o Japão como um dos principais importadores da liga ferronióbio (9,6% do exportado pelo Brasil). A maior mina do mundo fica em Araxá e é explorada pela mineradora CBMM.
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