Especialista afirma que má postura e muito tempo em uma mesma posição, podem contribuir com desiquilíbrio muscular da região
CURITIBA, 19/05/2021 -
A pandemia da covid-19 trouxe o isolamento social e, com ele, o
afastamento de milhões de crianças das escolas e das atividades físicas
como aulas de esportes. Por conta disso, especialistas têm ficado
atentos ao possível aumento no número de casos de problemas nos quadris
dos pequenos. Segundo estudos da área de biomecânica, focados na
postura, é comprovada a relação entre ficar longos períodos em uma mesma
posição (sentado, por exemplo), com possível desenvolvimento de
problemas no quadril.
De
acordo com o especialista da Sociedade Brasileira do Quadril, o médico
Ângelo Lima, é possível que as dores no quadril sejam reflexo da má
postura das crianças. ‘‘Não manter uma postura correta pode trazer
prejuízos ao quadril’’, diz Lima. ‘‘Isto está relacionado,
principalmente, ao desiquilíbrio muscular, com encurtamento dos
posteriores da coxa e dos flexores do quadril’’, afirma. Devido à essa
preocupação, o especialista alerta aos pais. ‘‘É preciso insistir para
que as crianças façam intervalos periódicos, levantando-se, fazendo
alguma caminhada, mesmo que dentro de casa, e algum exercício de
alongamento’’, destaca o médico.
Apesar
do que muitos podem pensar, o quadril não serve apenas como ponto de
apoio do fêmur. Segundo a SBQ, maior entidade sobre o assunto no país, o
quadril é uma das articulações mais importantes do corpo humano. Além
de permitir a caminhada, corrida e saltos, a articulação tem como
objetivo suportar o peso do corpo. ‘‘O quadril é uma articulação de
movimento amplo e, caso fique muito tempo parado, pode trazer problemas
como desiquilíbrio muscular, inclinações, rotações, anteversão ou
retroversão, além de alterações no nível da coluna’’, explica o doutor
Ângelo Lima.
Recuperação
Caso
haja problemas passíveis de tratamentos médicos, é possível que
diversos casos sejam revertidos. Outro fator que pode ajudar na
recuperação das crianças é o desenvolvimento. Segundo o especialista da
SBQ, isso se dá por conta da elasticidade. ‘‘As crianças possuem uma
capacidade de elasticidade maior que a dos adultos, o que contribui para
uma melhora mais rápida’’, afirma.
O médico alerta ainda que, caso as dores persistam, é preciso procurar a ajuda de um especialista para corrigir a situação. Segundo ele, no entanto, é melhor prevenir. ‘‘O ideal é procurar a ajuda de um fisioterapeuta ou mesmo um educador físico para orientação de exercícios de alongamento e fortalecimento da musculatura da região pélvica e da coluna’’, completa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário