Assim como acontece com os carros ou motos, alguns caminhões se tornam verdadeiros clássicos ou joias sobre rodas, principalmente aqueles que contribuíram de uma forma ou outra para a construção do Brasil ou participaram de momentos históricos. Um bom exemplo são os modelos FNM – ou Fenemê – que hoje são bem conhecidos e colecionáveis, e é um modelo sempre presente em encontro de caminhões antigos.
O Mercedes-Benz L 1111 e L 1113 foram os caminhões mais vendidos da montadora no Brasil, chegando a ter 240 mil unidades comercializadas.
A importância desse modelo na história da Mercedes-Benz é tão grande, que na Fenatran 2017 a montadora lançou uma série limitada em 21 unidades para o pesado Actros que fazia uma justa homenagem ao modelo.
O Scania Jacaré chegou ao Brasil ainda importado pela Vemag como modelo L65. Porém, com o avançar do mercado, o sucessos de venda e a instalação da então na época Scania Vabis, foi dado início a produção do Scania L111. A série L ainda deu o apelido Rei da Estrada ao modelo no Brasil.
Por fim, o Scania Jacaré vendeu 11.376 mil unidades no Brasil, marca que só foi superado pelo Scania 113H.
Ok, sinceramente chegamos a um modelo que na verdade é mais raro do que clássico. Apesar de hoje liderar o mercado de caminhões pesados com o FH 540, a Volvo é uma das montadoras jovens que atuam no Brasil.
O Volvo Titan L935 chegou nos anos 50 e hoje é raro de se ver, já que o modelo era importado e na época já havia alguns outros modelos de produção nacional. Porém, o Volvo Titan era equipado com motor 9.6 litros a diesel e de incríveis 150 cavalos, o que era alto para a época
A Fábrica Nacional de Motores ou FNM (ou Fenemê) foi uma fabricante de motores que surgiu em 1942 e seguiu até 1977 e dentre as suas atividades, fabricaram caminhões. Dentre seus diversos modelos, o mais lembrado é o D-11.000 de 1958. O D-11.000 era equipado com motor de seis cilindros e 150 cavalos.
O D-11.000 ganhou um “carinhoso” apelido de Barriga D’água devido a um vazamento de água no bloco. É mencionado que cerca de 30% dos modelos vendidos no primeiro ano tiveram esse problema, porém é válido mencionar que a FNM fez a troca dos motores, o que pode ter sido o primeiro recall do Brasil.
Atualmente a FNM está de volta, porém com o nome de Fábrica Nacional de Mobilidade no qual vai começar a fabricar caminhões elétricos usando como base os modelos da Agrale.
O primeiro caminhão nacional da Chevrolet no Brasil, o modelo D-60 pode ser facilmente encontrado sendo um caminhão de gás (em cidades do interior) ou até mesmo fazendo algum serviço para depósitos de construção. Seja como for, com certeza você conhece esse modelo.
O D-60 vinha com o motor Perkins de 6 cilindros.
Por ser uma das mais tradicionais montadoras de caminhão no Brasil, a Mercedes-Benz tem alguns clássicos por aí, além do L111 / L 1113, outro modelo bem clássico é o L-608 D, modelo destinado a entregas urbanas o que tecnicamente faz ele ser um semileve.
O L-608 D foi apresentado no Brasil em 1972 com um pequeno motor de 3.8 litros de quatro cilindros e 85 cavalos. O modelo ficou em produção até 1988 onde foi substituído pelo L-709.
Durante sua produção, em 1984 o L-608 ainda ganhou uma reestilização.
Atualmente, a Ford comercializa “caminhão” na forma bruta da palavra apenas no mercado europeu, onde apresentou o F-MAX, um pesado vendido atualmente apenas na configuração 4×2 e com motor Ford de 500 cavalos. Porém, em 1971, a Ford estava encerrando a produção da quinta geração da série F nos EUA e com isso todo o seu ferramental foi importado para o Brasil para produção do mesmo.
Dos caminhões antigos clássicos- e até mesmo raros – o F-8500 é o destaque. Ele era o maior modelo da Ford naquela época, equipado com motor V6 5.2 de 202 cv a 2.600 RPM e 61 kgfm a 1.800 RPM feito pela Detroit (marca que, na época pertencia a GM e hoje é parte da Daimler)
Popularmente conhecido como Chevrolet Brasil, o C6500 foi o primeiro caminhão da montadora fabricado aqui no Brasil, em São Caetano do Sul (SP). O modelo era equipado com motor Jobmaster de 6 cilindros e 4.3 litros a gasolina de 142 cavalos a 4.000 rpm e 32 kgfm a 2.400 rpm. Já a caixa de marchas era de apenas 3 velocidades
O N1020 foi o primeiro caminhão fabricado pela Volvo no Brasil. Apenas em 1977 que a fábrica da marca sueca foi construída por aqui. Ele era um bicudo equipado com motor turbo TD 100A de 263 cavalos e era equipado com uma caixa ZF Ecosplit de 16 velocidades.
Outro destaque do modelo era o conforto e espaço interior, além da sua robustez na construção, o que logo tornou o modelo popular.
Em 2019, em celebração aos 40 anos da montadora no Brasil, a Volvo lançou uma série limitada em 40 unidades para o Volvo FH com as faixas do N1020. Vale lembrar que a unidade de chassi 001 do Volvo N1020 foi comprada pela Volvo e hoje pertence ao acervo da montadora que conta com outros caminhões antigos
Finalizamos com o Scania L / LK 140 V8. O modelo foi apresentado ao mercado brasileiro no Salão do Automóvel de 1974. O modelo também ficou famoso na primeira versão do programa Carga Pesada.
O LK ainda foi o primeiro modelo frontal “cara-chata” da Scania no Brasil, e também o pioneiro ao vir equipado com um motor V8 (de 350 cavalos). Era o caminhão mais potente do Brasil naquela época. O motor ainda contava com 127 kgfm a 1500 RPM.
O interessante é que dizem as má línguas que o LK foi o responsável pelo o não sucesso do motor V8 da Scania no Brasil, já que ele apresentava alguns problemas mecânicos.
Confesso que já havia visto algumas listas sobre os caminhões antigos clássicos no Brasil, e, até mesmo uma revista famosa por promover colecionáveis já fez uma série com esse apelo. Mas o que me chamou atenção em algumas listas foi a inclusão dos modelos Scania 113H e Mercedes-Benz L1620.
O Scania 113H foi o caminhão mais vendido da montadora até ser superado pelo R440. Até mesmo a marca fez uma série limitada para o R440 com as cores do 113H, que também celebrava os 60 anos da montadora no Brasil.
Porém o 113H foi produzido até 1998, e apesar da sua grande importância para a história da Scania no Brasil, o modelo hoje é mais um ícone do que um clássico.
De certa forma, isso também acontece com o Mercedes-Benz L1620 que foi produzido até 2012, sendo substituído pelo Atron que era o mesmo modelo porém com uma nova frente. O L1620 é um ícone e substituiu de forma honrosa o L1113, mas ele é um ícone e não um caminhão antigo clássico… Ainda não, mas um dia será junto ao Scania 113. fonte ALTOPAPO
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