terça-feira, 6 de julho de 2021

Funed atua como referência nacional na área de zoonoses

 


Nesta terça-feira, 6/7, Dia Mundial das Zoonoses, a Fundação Ezequiel Dias (Funed) é também lembrada pelo serviço prestado na área. 
 
Por meio do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MG), além de fazer o diagnóstico de diversas zoonoses - doenças infecciosas, naturalmente transmitidas de animais para humanos-, a Funed exerce importante trabalho de auxílio à Vigilância Epidemiológica, uma vez que atua no esclarecimento, monitoramento, prevenção e controle dessas doenças.

“Como geramos dados laboratoriais e os fornecemos a órgãos como Ministério da Saúde, Secretaria de Estado de Saúde e secretarias municipais, contribuímos para a tomada de decisões mais rápidas e assertivas no controle de diversas doenças”, enfatiza a chefe da Divisão de Epidemiologia e Controle de Doenças da Funed, Ana Luísa Cury. 
 
As principais zoonoses conhecidas hoje são: febre amarela, hantavirose, leishmaniose, leptospirose, malária, raiva, salmonelose e toxoplasmose, entre outras. 

A transmissão pode ser de forma direta, por meio do contato com secreções (saliva, sangue, urina, fezes) ou contato físico, como arranhaduras ou mordeduras. O contágio também vir de forma indireta, como, por exemplo, a partir de vetores como mosquitos e pulgas, por contato indireto com secreções ou pelo consumo de alimento contaminado com o agente (viral, bacteriano, fúngico ou parasitário).
 
O Dia Mundial das Zoonoses foi criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em homenagem ao feito do cientista Louis Pasteur que, em 1885, na França, aplicou neste dia a primeira vacina contra a raiva em um garoto de 9 anos que havia sido mordido por um cão infectado com a doença. Graças à vacinação, ele sobreviveu.
 
Doenças bacterianas e fúngicas
 
O Serviço de Doenças Bacterianas e Fúngicas (SDBF) da Funed atua no diagnóstico de diferentes zoonoses. Entre elas, é possível citar doenças causadas por bactérias como tuberculose, leptospirose, peste, brucelose, carbunculose, mormo, salmonelose, listeriose e doença de Lyme; e outras causadas por fungos como esporotricose, criptococose e criptosporidíase. 
 
O SDBF conta, hoje, com equipamentos de última geração, direcionados à identificação microbiana pela metodologia de espectrometria de massa e métodos moleculares. Dessa forma, o serviço está preparado para atuar no diagnóstico e detecção de zoonoses emergentes e reemergentes no estado de Minas Gerais.

Nos últimos cinco anos, o SDBF realizou mais de 330 mil exames relacionados à doenças bacterianas e fúngicas.  
 
Virologia e riquetsioses
 
O Serviço de Virologia e Riquetsioses (SVR) da Funed, por sua vez, cuida do diagnóstico de diversas zoonoses como: febre maculosa e outras riquetsioses; bartonelose; febre q; ehrlichiose; hantavirose; dengue, zika, chikungunya, febre amarela, mayaro, oropouche e flavivírus (genérico). 
 
Além disso, é responsável pelo monitoramento de título de anticorpos contra a raiva em trabalhadores com risco ocupacional. No caso da febre maculosa e outras riquetsioses, o Lacen-MG é referência não só para Minas Gerais como para outros estados.
 
O Lacen tem como diferenciais realizar a titulação de anticorpos para a raiva, sequenciamento genético para arbovírus e diagnóstico de febre maculosa e outras riquetsioses. O laboratório de arbovírus também atua na capacitação da Rede de Dengue em todo o estado.
 
Coronavírus
 
Diante da pandemia pelo coronavírus, o Lacen se reestruturou, aumentando em mais de dez vezes a capacidade operacional para diagnósticos da doença. Somente no último ano, esse número passou de 160, no início da pandemia, para 2 mil amostras em dezembro. 
 
A Funed assumiu, ainda, o protagonismo no processo de habilitação de 29 laboratórios, presentes em 15 instituições, que formam a RedelabCovid-19.
 
Desde fevereiro deste ano, o Lacen assumiu outro importante papel: passou a ser um dos quatro laboratórios do país a integrar a Rede Nacional de Sequenciamento Genético para a Vigilância em Saúde, criada pelo Ministério da Saúde. 
 
Além dos exames de Minas, a Fundação é referência para mais cinco estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
 
Nos últimos cinco anos, o SVR realizou mais de 1,3 milhão de exames, entre eles o do novo coronavírus.  
 
Doenças Parasitárias
 
O Serviço de Doenças Parasitárias (SDP) da Funed faz o diagnóstico de doenças como: leishmaniose visceral, leishmaniose tegumentar, doença de Chagas e toxoplasmose. Nos últimos cinco anos, o SDP realizou aproximadamente 150 mil exames. 
 
Para a leishmaniose visceral e doença de Chagas, a Funed é referência nacional para o diagnóstico laboratorial. Atualmente, o serviço tem também atendido demandas esporádicas de exames de PCR para toxoplasmose de outros estados (líquido amniótico e confirmação de toxoplasmose congênita).
 
Como laboratório de referência nacional da doença de Chagas e da leishmaniose visceral canina, a Funed disponibiliza o controle de qualidade externo interlaboratorial do Programa de Avaliação da Qualidade (PAQ). Já para os diagnósticos de leishmaniose visceral humana, também é oferecido o controle de qualidade interlaboratorial para a rede de laboratórios.
 
 O SDP é, ainda, o laboratório de referência para produção de material para o Programa de Ensaio de Proficiência (PEP), tanto no caso da doença de Chagas quanto da leishmaniose visceral canina.

Além do diagnóstico, a Funed desenvolve estudos epidemiológicos das doenças e também treinamentos de profissionais de saúde. “Os trabalhos de divulgação de conhecimento como palestras, capacitações ou treinamentos são realizados em conjunto com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais e com o Ministério da Saúde. Por meio dessa parceria, é possível disponibilizar para a população de diagnósticos oportunos, além de ações de prevenção e controle das zoonoses”, ressalta Ana Luísa Cury.


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