Uma espera de mais de 50 anos é demais para uma gigante como a Itália. Mas ela está perto do fim. Depois de um empate por 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação, a Azzurra venceu a Espanha nos pênaltis, nesta terça-feira, em Wembley, e está na final da Eurocopa. O triunfo contou com um tempeiro brasileiro, após Jorginho converter a penalidade decisiva no fim. O time de Roberto Mancini agora espera por Inglaterra ou Dinamarca na decisão para tentar o segundo título do torneio. O primeiro, e único, veio em 1968.
A Itália avançou para sua quarta decisão de Eurocopa. Foi campeã em 1968 e vice em 2000 e 2012. A Azzurra tenta o segundo título, para se juntar à França na segunda posição das seleções mais vencedoras do torneio. Espanha e Alemanha vão continuar no topo, com três troféus cada. Inglaterra e Dinamarca decidem, nesta quarta, quem disputa a final com os italianos.
Quem esperava uma Itália agressiva e uma Espanha apática se enganou. O time de Luis Enrique deixou Wembley com 16 finalizações e 65% de posse de bola contra apenas sete finalizações dos italianos, que entraram em campo como a seleção que mais chuta na Euro. A primeira etapa foi de pouca agressividade, mas uma grande chance para cada lado. Olmo, da marca do pênalti, parou em Donnarumma. Emerson Palmieri, após tabela com Insigne, chutou cruzado da esquerda e acertou a trave.
A emoção ficou para a segunda etapa. Aos 14 minutos, em subida rápida ao ataque, Immobile acionou Chiesa à sua esquerda. O atacante da Juventus puxou para a perna direita e finalizou bem, no canto esquerdo de Simón. A Espanha não diminuiu o ritmo e conseguiria o empate aos 34. Morata, que começou no banco, entrou para levar a decisão à prorrogação. Após tabela com Olmo, ele entrou na área e chutou bem, com a canhota, na saída de Donnarumma.
Na prorrogação, La Roja seguiu dominante. Mas em ritmo mais fraco. Finalizou quatro vezes, contra apenas uma da Itália. O desgaste apareceu para ambos os times. E a decisão nos pênaltis foi inevitável. Locatelli abriu a série e errou no lado italiano. Mas Olmo e Morata desperdiçaram para os espanhóis. Coube a Jorginho converter a cobrança decisiva e levar a Azzurra à final.
A semifinal em Wembley teve a sexta prorrogação desta Euro, um recorde. Antes, as edições de 1996 e 2016 tinham registrado cinco decisões no mata-mata no tempo adicional e detinham o maior número. A Espanha passou pela sua terceira prorrogação: venceu Croácia e Suíça, mas foi eliminada pela Itália.
A Itália completou 33 jogos invicta e está perto do recorde mundial de invencibilidade entre seleções. Mas não vai poder igualá-lo na Euro. A marca máxima pertence ao Brasil (entre 1993 e 1996) e à Espanha (entre 2007 e 2009), ambos com 35 jogos de invencibilidade. Se for campeã da Eurocopa, a Azzurra completa 34 partidas sem perder.
Coube a um brasileiro, nascido em Imbituba-SC, cobrar o pênalti decisivo para a Itália. Jorginho é o cobrador oficial da Azzurra. Ele deslocou Unai Simón e, com tranquilidade, converteu sua cobrança e levou os italianos ao êxtase. O volante e Emerson Palmieri, outro brasileiro naturalizado no elenco da Itália, são os únicos que podem ser campeões da Champions e da Euro na mesma temporada.
Chiesa novamente foi titular, fez o gol da Itália e foi, com alguma folga, o jogador mais agressivo da Azzurra na partida. Ele foi substituído no início do segundo tempo da prorrogação após sentir a coxa direita. Mas foi eleito o melhor em campo na semifinal.
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