A Triagem Neonatal (teste do pezinho expandido recém aprovado pelo Governo Brasileiro) é uma
importante ferramenta de diagnóstico e controle da doença.
Certamente,
você já ouviu falar da toxoplasmose, infecção adquirida principalmente
pela ingestão de alimentos (carne mal cozida,
vegetais e frutas ingeridos crus) ou água contaminada. Todavia, esta
enfermidade também pode ser adquirida por transmissão transplacentária
da mãe com infecção aguda para seu filho (transmissão vertical).
Trata-se
da toxoplasmose congênita, causada pelo protozoário Toxoplasma gondii,
que pode ser controlada por uma série de medidas
educativas, melhoria do pré-natal, além da triagem neonatal. No ano que
vem, esta doença poderá ser diagnosticada por meio do teste de pezinho
expandido (recém-aprovado pelo governo brasileiro, com vigência para
2022).
No
Brasil, a doença é endêmica, prevalente, circulam cepas altamente
virulentas de Toxoplasma e já foram relatados vários surtos
da infecção, com a elevada contaminação do meio ambiente, incluindo a
água consumida. O país apresenta uma das mais elevadas prevalências da
toxoplasmose em todo o mundo.
Se não tratada, a infecção durante a gestação resulta em doença congênita em cerca de 44% dos casos. Estima-se que nasçam entre
5-23 crianças infectadas a cada 10 mil nascidos vivos, incidência bem mais elevada que na Europa.
As
crianças com toxoplasmose congênita, quando a transmissão ocorre nos
últimos meses de gestação, geralmente não apresentam
manifestações clínicas evidentes ao nascimento e o diagnóstico é
realizado por meio de exames como: sorológicos, imagem do SNC, fundo de
olho e auditivos. Mesmo que aparentemente assintomáticas, essas crianças
podem ter déficits cognitivos, motores e visuais,
que serão diagnosticados tardiamente.
A
triagem de anticorpos IgM específicos para T. gondii em amostras de
sangue capilar seco (teste de triagem neonatal) pode identificar
neonatos com toxoplasmose congênita, e esses resultados devem ser
confirmados em testes sorológicos (IgG e IgM específicos) no soro de
bebês e de suas mães.
“A
toxoplasmose congênita é um importante problema de saúde no Brasil e
necessita de medidas de controle da doença. O grande
número de gestantes suscetíveis em um país continental como o Brasil,
além das dificuldades operacionais dos programas pré-natais e a
dificuldade em diagnosticar as infecções maternas adquiridas no fim da
gravidez, são evidências da eficácia do tratamento
iniciado precocemente nos recém-nascidos e constituem um forte
argumento a favor da adoção da estratégia de triagem neonatal.”, alertou
a assessora técnica do serviço de referência em triagem neonatal e
doenças raras da APAE Anápolis (Goiás) e secretaria
da Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal e Erros Inatos do
Metabolismo (SBTEIM), Eliane Santos.
SBTEIM
A
Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal Erros Inatos do Metabolismo
(SBTEIM) tem como objetivo principal reunir profissionais envolvidos com
estudos
e pesquisa relacionados à Triagem Neonatal no Brasil.
A
entidade visa ainda estimular e divulgar os processos diagnósticos e
terapêuticos de doenças genéticas, metabólicas, endócrinas e
infecciosas, que possam
prejudicar o desenvolvimento somático, neurológico ou psíquico do
recém-nascido.
Anteriormente
denominada Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal - SBTN, foi fundada
em 18 de setembro de 1999 e, após longo período de inatividade, a
SBTN ressurgiu no dia 18 de março de 2016, em São Paulo.
A SBTEIM tem como premissa, defender a dignidade do profissional que se dedica à Triagem Neonatal e aos EIM, além de resguardar e proteger os interesses dos pacientes e familiares que se beneficiam de um diagnóstico precoce; e orientar à terapia correta no tempo adequado e acompanhamento de suas enfermidades ao longo da vida.
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