Chove chuva
Depois que aconteceu o acontecido, só nos restou falar em tom de quase desabafo que “chove chuva, chove sem parar”. Aliás, esses são os versos que se repetem ao longo da música “Chove Chuva” do cantor e compositor Jorge Ben lançada em 1963. Os 12 dias iniciais do mês de janeiro foram marcados pelas chuvas quase constantes e intensas – 479,3 mm – em Belo Horizonte e sua região metropolitana bem como na região central do Estado de Minas Gerais.
Tudo foi e ainda continua sendo abordado pelas diversas mídias em variados graus de acuracidade e assertividade enquanto as coisas vão acontecendo em tempo real. E quase sempre, o que fica escancarado é a constatação dos efeitos das chuvas acima dos valores esperados e a listagem das enormes perdas e danos para toda a população, a começar pelos mais vulneráveis em suas condições de vida.
Mas meu ponto aqui é chamar a atenção para a observação e análise das causas fundamentais que nos levam a resultados tão indesejáveis no período chuvoso, mesmo conscientes da sua necessidade absoluta para a vida de todos. Além disso, é preciso identificar os responsáveis pela cronificação dos problemas gerados em função de ações incorretas ou de omissões explicitas dos políticos partidários, dos gestores públicos na esfera federal, nos estados e municípios bem como no mundo dos negócios em seus diversos níveis de ganância e na postura pouco cuidadosa de muitos indivíduos perante a natureza.
Os observadores mais atentos devem estar percebendo que nessas ocasiões geralmente os políticos, os ocupantes de cargos dos poderes executivo, legislativo, judiciário e Ministério Público chegam depois do acontecido e prometendo trabalhar muito para mitigar o sofrimento instalado e realçando que envidarão esforços para obter algum recurso financeiro nos ministérios em Brasília e que investigações serão feitas para apurar responsabilidades.
Uma das saídas que nos resta é cantar como diz Luiz Gonzaga Junior em sua música “Palavras” lançada em 1973 -“Desde quando sorrir é ser feliz? / Cantar nunca foi só de alegria / Com tempo ruim / Todo mundo também dá bom dia!”.
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