A Secretaria de
Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) reforça a necessidade
de vacinar as crianças de 5 a 11 anos contra o novo coronavírus. Minas recebeu
nesta sexta-feira (14/1), um lote com 110 mil doses da
vacina Pfizer/Comirnaty - Pediátrica.
“O Governo de Minas já
está preparado para vacinar o público infantil contra a covid-19. A estimativa
é que as doses da Pfizer comecem a ser entregues às Unidades Regionais de Saúde
e a alguns municípios ainda hoje, quando já será possível iniciar a aplicação”,
explicou o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti.
As
doses que chegaram ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em
Confins, foram transportadas para a Central Estadual da Rede de Frio, logo
após o desembarque. A distribuição para as regionais de saúde começa ainda
nesta sexta-feira, a partir das 13h.
Grupos
prioritários
De
acordo com a coordenadora de Imunização da SES-MG, Josianne
Gusmão, neste primeiro momento, com o escalonamento das entregas da vacina, a
vacinação infantil vai seguir uma ordem de priorização.
A
ordem de vacinação precisa ser organizada pelas equipes de saúde municipais,
sendo elencadas como as primeiras crianças a serem vacinadas aquelas com
deficiência permanente ou com comorbidades.
Segundo
dados da Fundação João
Pinheiro (FJP), a estimativa é que haja um total de 1,8 milhão
de crianças em Minas Gerais nessa faixa etária.
“É
importante enfatizar que a imunização completa é por meio da aplicação de duas doses
da vacina com o intervalo entre a primeira dose (D1) e a segunda dose (D2) de
oito semanas”, complementa a Coordenadora.
Nos postos de
saúde
De
acordo com Josianne Gusmão, os pais ou responsáveis devem acompanhar as
crianças nos locais de vacinação contra a covid, manifestando sua concordância
com a vacinação. Em caso de ausência de pais ou responsáveis, a vacinação
deverá ser autorizada por um termo de assentimento por escrito.
Sobre
a administração de outras doses de vacinas do calendário no momento da
imunização, Josianne explica que a orientação é esperar duas semanas.
“Uma dúvida que sempre ocorre aos pais é em relação à administração de outras
vacinas. É importante esclarecer que deverá ser respeitado o intervalo de 14
dias entre a administração das vacinas covid-19 Pfizer/Comirnaty - Pediátrica
(5 a 11 anos) e as demais vacinas do calendário de vacinação”, esclarece.
Segurança
No
Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou em 15 de
dezembro de 2021 a ampliação do uso da vacina Pfizer/Comirnaty para imunizar
crianças de 5 a 11 anos. Em seguida, a agência recomendou ao Programa Nacional
de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde a inclusão dessa vacina, liberando
para todo o Brasil a oportunidade de imunizar as crianças.
A
Anvisa apontou que pesquisas comprovaram a eficácia da vacina neste grupo
etário. Atualmente, ao menos 39 países da Europa e 14 da América Latina já
autorizaram ou iniciaram a vacinação contra a covid-19 em menores de 12 anos.
Pesquisam
demonstram ainda que a administração do imunizante em crianças apresenta uma
eficácia de 90,7% para a prevenção da covid-19 em pelo menos sete dias após a
segunda dose. E não foram observados eventos adversos graves associados à
vacinação.
Para
as crianças as doses do imunizante são diferenciadas, o frasco é na cor
laranja, com dose de 0,2ml, contendo 10 mcg da vacina covid-19.
Covid-19 em
crianças
Na
Declaração emitida em 24 de novembro de 2021 e atualizada em 29 de novembro de
2021, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) afirmou que, no que
se refere à transmissibilidade do SARS-CoV-2, os estudos apontam que as
crianças e os adolescentes são infectados na mesma taxa que os adultos.
“Embora
a apresentação clínica da covid-19 seja, geralmente, mais branda em crianças
quando comparada aos adultos e idosos, condições médicas subjacentes podem
contribuir para o risco de doença grave em comparação com crianças sem
condições médicas subjacentes”, explica a coordenadora, referindo-se a
fatores de risco como obesidade e comorbidades (diabetes tipo 2, asma, doenças
cardíacas e pulmonares e doenças neurológicas, distúrbios do desenvolvimento
neurológico e doenças neuromusculares).
Segundo
a coordenadora, outra situação que reforça a necessidade da administração da
vacina pediátrica é o fato de que durante o curso da pandemia foram
identificados casos de crianças e adolescentes com uma nova apresentação
clínica associada à covid-19, caracterizada por um quadro inflamatório tardio e
grave, denominada Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P).
Em
Minas Gerais, foram notificados 174 casos de SIM-P, com três óbitos.
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