Dezenas de pessoas vão á Câmara,
denunciar possíveis irregularidades no sorteio do ‘ Minha Casa, Minha Vida’
A
semana começou quente e agitada em Araxá, depois do sorteio de mais 500 casas
do Programa Habitacional Minha Casa, Minha Vida, realizado no último dia 16 de
setembro no ginásio de esportes Dino Baroni. Revoltadas e se sentindo
injustiçadas no processo de sorteio das moradias intermediadas pela Caixa
Econômica Federal e Prefeitura de Araxá, dezenas de famílias procuraram a
Câmara Municipal de Araxá, na reunião ordinária da terça-feira para denunciar
possíveis irregularidades dentro do processo que contemplou 500 famílias de
Araxá com a casa própria. Com faixas,
cartazes e palavras de ordem, as famílias contribuintes
denunciam irregularidades e incoerências no processo, como ocupações irregulares, fraude de informações e repasses
para terceiros. Durante o protesto, quatro
cidadãos foram escolhidos para fazer uso da tribuna: o montador de
móveis Frederico Antônio Santos e as donas de casa Paula Nataliana, Ruth
Aparecida Borges e Luana Antunes. Após os pronunciamentos, o Presidente da
Câmara Municipal, Vereador Roberto do Sindicato, cumprimentou a Prefeitura pela
iniciativa de disponibilizar um espaço para denúncias em seu portal. Roberto
afirmou que em breve a Casa da Cidadania irá realizar um Fórum Comunitário para
tratar da questão, através de solicitação do vereador Mauro do Detran-PDT. A
reportagem do JORNAL INTERAÇÃO acompanhou de perto todo o protesto e conversou
alguns dos cidadãos foram reclamar seus direitos. A dona de casa Érica Paula
Vieira disse que, “meu nome entrou no sorteio, mas eu não fui contemplada e nem
fiquei na lista de espera. Eu não questiono isso mais sim a quantidade de gente que ganhou a casa
sem precisar de verdade. Tomei conhecimento que
tem pessoas que ganharam casa e o marido trabalha na Vale, na CBMM e até
tem casa proporia. Pra mim isso é uma grande injustiça, tenho um filho
deficiente, estou desempregada e preciso muito da casa e vou até o final para
ter os meus direitos.” Karina Marilis,
te 30anos tem um filho é separada e vendedora de pamonha. Ele disse que, “estou
na fila há mais de sete anos. Eu pago alugue sem poder faz 12 anos e ganho um salário mínimo. Mas eu sei de muita
gente que foi sorteada e nem mora em Araxá, ou o marido trabalha na CBMM.”
Brenda Morais de Medeiros tem 22 anos é operadora de telemarketing. Ela diz
que, “ tenho dois filhos pequenos, sou separada, ganho salário mínimo e morro
na beira do córrego, minha casa no local invadido está caindo. A assistente
social da prefeitura me procurou e me disse
que minha situação era grave e eu tinha prioridade no sorteio. E eu não
fiquei nem na segunda lista de espera enquanto conhecidos meus que tem casa boa e trabalha nas firmas da
cidade ganharam casa. Eu não vou desistir dos meus diretos, vou brigar até o
fim.” Já o montador de móveis Frederico Antônio dos Santos de 31 anos, pai de
duas filhas pequenas disse que, “ eu
estou na luta ao lado der todos. Tenho em mãos duas listas com mais de cem
nomes de pessoas que ganharam casa e já tem casa própria, o marido trabalha na CBMM
e ganha bem, tem gente que mora em Campos Altos, Uberaba e ate em Franca. Eu
até apurei que três pessoas que foram
sorteadas já morreram. Eu posso até não ganhar minha casa dos sonhos que eu
preciso muito, mas vou continuar na luta para defender essas pessoas que estão
aqui hoje e não podem ser passadas para trás.”
Para garantir a segurança dos vereadores e também das famílias que foram
protestar, a Polícia Militar esteve na Câmara Municipal acompanhando toda a
manifestação que terminou sem incidentes.
Setor de Habitação garante lisura no processo e vai
investigar todas as denúncias
Os candidatos
para se credenciarem ao sorteio das moradias tinham que atender a
alguns critérios estabelecidos pelo
Ministério das Cidades, como não ter imóveis próprios, não ter sido contemplado
com subsídio ou financiamento habitacional e se encaixar na faixa I do
programa, com renda de até R$ 1,6 mil. Os grupos prioritários são mães
solteiras, idosos acima de 60 anos e deficientes. Segundo
informou o Assessor Municipal de
Habitação Vergílio José Silva Júnior, a maioria das denúncias de
irregularidades é a respeito a omissão de cônjuge do beneficiado no sorteio.
Ele disse ainda que o processo foi feito dentro da maior lisura e que isso a
partir de agora a prefeitura irá realizar
uma investigação caso a caso em que cada família será chamada ou que o
endereço será checado. E caso seja constatada a irregularidade, a pessoa
perderá o direito à casa e outra será beneficiada seguindo a ordem de chamada.
O assessor alertou que denúncias podem ser feitas pelo site da Prefeitura de
Araxá e também na Secretaria, que fica na Avenida Ananias Teixeira, nº10, no
Bairro Santa Rita.
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