Especialista parceiro da Care Plus explica as origens de uma das principais queixas de quem adotou o formato de trabalho remoto
Agosto, 2021.
Desde o início da pandemia da Covid-19 no Brasil, em março de 2020,
muitas empresas adotaram
o formato de trabalho remoto, para preservar a saúde de suas equipes,
evitar circulação de pessoas e aglomerações nos ambientes de trabalho.
Muitos se adaptaram ao trabalho em casa e não desejam retornar ao
escritório. Entretanto, uma queixa se tornou comum
entre os indivíduos que estão há um ano e cinco meses trabalhando no
próprio lar: as dores nas costas.
A
origem das dores levanta dúvidas em quem as sente: será estresse após
uma longa reunião via vídeo na mesma posição? Ou, quem sabe,
sedentarismo, já que algumas
pessoas evitam sair de casa para praticar exercícios ao ar livre ou em
academias? E a má postura, com cadeiras inadequadas ou mesas altas ou
baixas demais? As dores nas costas continuam sendo a principal inimiga
de quem trabalha sentado ou na mesma posição
por longas jornadas, principalmente se não utilizam o aparato de
trabalho correto. O Cirurgião de Coluna Rafael Sugino, especialista
parceiro da Care Plus, operadora de saúde premium, responde às
principais dúvidas das pessoas que sofrem com esse desconforto
e explica maneiras de minimizar as dores e corrigir as falhas.
Dores nas costas trabalhando em casa
Segundo
Rafael, problemas na coluna são influenciados pelo tripé composto da
estrutura do organismo (genética), de como a pessoa faz a manutenção da
coluna (prevenção)
e de como ela faz uso do corpo (esforço). “A genética se refere à
combinação dos genes do pai e da mãe e determina a resistência e as
características da coluna do indivíduo. A manutenção do corpo é feita
pelo fortalecimento de musculatura específica, atividade
física na forma de exercícios e vida ativa. O uso da coluna se refere à
demanda à qual o organismo é submetido”, explica Sugino.
Durante
a pandemia, com o isolamento social, muitas pessoas passaram a ter
hábitos alimentares menos saudáveis, como diminuição de atividades e
exercícios físicos
no dia a dia, ganho de peso e longas horas em posições inadequadas, com
equipamentos menos preparados para a jornada de trabalho. “O resultado
desses fatores de risco para a coluna pode ser o aparecimento de novas
dores ou a piora de dores que já existiam”,
complementa o profissional.
Trabalhar
com posturas extremas que colocam a coluna vertebral em posições de
sobrecarga (como sentado no chão, na cama ou no sofá) acabam por
submeter o organismo
a estresses atípicos ou inadequados, o que pode resultar em novas
lesões, ou enfraquecer a estrutura da coluna e acelerar o seu desgaste.
A cadeira ideal
Sugino
explica que alguns pontos importantes devem ser considerados para a
escolha correta da cadeira e do assento para o trabalho e, assim, não
prejudicar a coluna.
“O primeiro ponto de atenção é escolher uma cadeira com assento de
espuma compatível com o peso da pessoa que irá utilizá-la. A altura do
indivíduo e o comprimento da coxa devem estar alinhados com o assento:
este deve contemplar a região das nádegas até próximo
ao joelho dobrado, e ter a largura compatível com as pernas e nádegas. O
tamanho do apoio das costas deve ser considerado e acomodar bem a
região lombar, assim como a região torácica.
Ter
um apoio para cotovelos e braços também ajuda no suporte dos membros, o
que tira a tensão na região dos ombros e consequentemente pode gerar um
alívio de dores
na coluna cervical e região dorsal. O ajuste de altura da cadeira deve
permitir que o indivíduo fique com os pés totalmente apoiados no chão,
com os joelhos e os quadris dobrados em aproximadamente 90 graus”,
salienta Sugino.
O
fator de conforto que a cadeira oferece também deve ser prioridade. Por
isso, é importante experimentar a cadeira antes de comprá-la. E se a
compra for via internet,
atentar-se às avaliações de quem já comprou e buscar lojas de
confiança.
Estresse pode piorar as dores?
Segundo
o ortopedista, o estresse atua como fator não físico nas dores de forma
geral. “Normalmente, ambos os fatores físicos (artrose, degeneração,
inflamações)
e não físicos (estresse e ansiedade) atuam como coparticipantes das
dores nas costas. Em cada caso, é importante entender o grau de
participação de cada fator no quadro de sofrimento do indivíduo e buscar
tratamento com profissionais especializados”, finaliza
Sugino.
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